O Yugo em sua versão mais equipada, no alto; o modelo conversível e a campanha nos EUA que o comparava ao Fusca e ao Ford Modelo T

O Florida modernizou a marca em 1988, mas o veterano Yugo continua em produção com o nome Koral e frente que tenta atualizar seu estilo

A chegada do Yugo aos Estados Unidos foi feita pela International Automobile Importers (IAI) do empresário Malcolm Bricklin, criador do esportivo Bricklin SV-1 dos anos 70 e importador de Fiat e Subaru. Em meados de 1986 ela colocava à venda a versão GV (Great Value, grande valor) com motor de 1,1 litro por US$ 3.990, o menor preço do mercado americano. A proposta era atender a quem antes só podia ter um carro usado, além de oferecer um segundo automóvel simples e barato aos consumidores de maior renda. Havia também o GVL, com melhor acabamento interno, e o GVX, com motor de 1,3 litro, rodas de alumínio, anexos aerodinâmicos e cinco marchas.

O Yugo não demorou para se tornar o carro europeu mais vendido dos EUA, mas também foi rápido em acumular críticas à sua qualidade de fabricação, que hoje o colocam em listas dos piores carros do mundo — apesar de a versão para os americanos contar com linha de produção separada e cerca de 500 modificações sobre o modelo original. A Consumer Reports publicou em 1987 que ele "mal se qualificava como carro" e que "comprar outro modelo usado era melhor que um Yugo novo". A Car and Driver chamou-o de "carro descartável da Bic". Seus defensores, porém, alegam que era comum haver descuido com a manutenção, fator que levava a problemas como o rompimento da correia do comando de válvulas, com graves danos ao motor.

Em 1988 chegava aos EUA o conversível Cabrio, mas no ano seguinte Bricklin vendia sua participação à própria Zastava, que chegou a oferecer aos americanos a opção de caixa automática Renault e a colocar o motor 1,3 como padrão. No país de origem, o nome Yugo passava a ser usado como marca em toda a linha Zastava no fim dos anos 80. O 45 era rebatizado Koral, e o 101, Skala, embora alguns mercados ainda os recebessem com as designações originais. Foi um grande período para a empresa, que atingiu a fabricação anual de 230 mil automóveis, vendeu-os a 70 países e passou a fazer caminhões sob licença da Iveco.

Uma opção mais moderna ao Yugo 45 era lançada em 1988: o Florida, que em alguns países se chamou Yugo Sana. Suas linhas agradáveis, assinadas por Giorgetto Giugiaro, lembravam as de modelos da época feitos na Europa desenvolvida — há quem afirme que o desenho vem de uma proposta para o Fiat Tipo que acabou rejeitada pela marca italiana. O Florida usava motores de 1.116, 1.290, 1.372 e 1.585 cm³ com potências de 59, 67, 70 e 83 cv, na ordem.

A empresa, porém, entrou em dificuldades no começo dos anos 90: problemas com fornecedores, produção instável, exportações impedidas pelas sanções comerciais à Iugoslávia (pela ONU de 1992 a 1995, por Europa e EUA de 1998 a 2000). Com a guerra em Kosovo em 1999, a fábrica de Kragujevac foi bombardeada por ser considerada alvo militar, já que produzia armamentos na mesma unidade. Mas conseguiu manter a fabricação e, apesar do fracasso na tentativa de fazer os Yugos na Hungria, a linha recebeu ligeiros aprimoramentos nos anos seguintes. Em 2002 o Koral ganhava motor de 1,3 litro com injeção e 80 cv, além de uma plástica que tentava, em vão, atualizar suas linhas já antigas.

Três anos mais tarde a Zastava começava a fazer o Fiat Punto de segunda geração (lançado em 1999 na Itália), como Zastava 10, e adotava motor Peugeot de 1,1 litro no Koral. Hoje o veteraníssimo Skala permanece disponível com motor 1,1 de 55 cv e forte ênfase no preço, que lhe garante a liderança de seu segmento no mercado local. A linha já acumula mais de um milhão de unidades vendidas, o que inclui as variações de três e cinco portas e um picape.

Uma tentativa de retorno ao mercado americano foi feita em 2002 pelo mesmo Bricklin, que pretendia adotar a marca ZMW ou Zastava Motor Works, em evidente alusão à BMW. Mas a idéia não vingou e o empresário preferiu representar no país a chinesa Chery. A Fiat, agora em 2008, firmou contrato pelo qual adquire 70% das ações da marca da atual Sérvia (o restante fica nas mãos do governo local) e anunciou a futura produção de dois de seus modelos na fábrica.

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade