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O roadster da moçada

Simples, descontraído e acessível, o MG B foi um
dos carros esporte mais vendidos da história

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

A Morris Garage surgiu em 1923 na cidade de Oxford, na Inglaterra. Nela trabalhava Cecil Kimber, que mais tarde, em 1929, começava a produção em série de automóveis de dois lugares e carroceria aberta: o MG, que se tornaria conhecido nos quatro cantos do mundo pela agilidade, leveza e simplicidade. Em 1933 o famoso e espetacular piloto italiano Tazio Nuvolari vencia, com um modelo da marca, a famosa corrida Tourist Trophy na Ilha de Man, na Inglaterra.

No principio dos anos 60, os Beatles começavam a estourar nas paradas de sucesso das rádios britânicas e de todo o mundo. Os ingleses lançavam moda. E os jovens queriam muito mais ar e liberdade. Gostavam de conversíveis. A BMC - British Motor Corporation, que controlava a maior parte das fábricas de automóveis na Grã-Bretanha, aproveitava a onda e lançava o pequeno esportivo MG B no Salão de Londres de 1962. Substituía o também esportivo MG A, já envelhecido. 

O MG B de 1964, um dos primeiros modelos: linhas desenhadas por Pininfarina, os detalhes requintados típicos dos carros ingleses e um charme a que mais de 500 mil não puderam resistir

De linhas arredondadas, originárias da casa italiana Pininfarina, o roadster era atraente. Pequenino, media 3,89 metros de comprimento, 1,25 de altura e pesava apenas 870 kg. Passava a impressão de ser frágil, pois tinha uma carroceria baixa com um pára-brisa que parecia estar cravado nela, um vidro estreito, baixo e com um reforço central cromado. A peça dava um certo charme. Os ocupantes, apenas dois, se de maior estatura sentiam-se um pouco desprotegidos. Quando necessário, era colocada a capota desmontável. 

Rodas raiadas de cubo rápido, opcionais, e retrovisores cônicos completavam o aspecto esportivo. Não faltavam cromados nas laterais, molduras de farol, grade e pára-choques. O porta-malas, que abrigava também o estepe, comportava poucas bagagens, como é comum nos roadsters. Detalhe curioso era a presença de um martelinho de borracha, que servia para ajudar a desapertar o parafuso central da roda. Como opcional havia um bagageiro cromado para ser fixado sobre o compartimento.

Em 1970 (esquerda) ou 1980, o bom humor na publicidade: "construído pelo maravilhoso
instrumento chamado mão humana", "excitante oportunidade de conhecer o mundo"

Por dentro a posição de dirigir não era das melhores. Havia lugar para pernas mais longas, mas o volante com aro de baquelita e três raios com fios metálicos não estava muito distante do tórax. Caso a capota estivesse montada, algum contorcionismo era necessário -- era melhor entrar escorregando. Mas o prazer era estar sem ela e com os vidros das portas levantados. Era um carrinho ótimo para um casal "fugir" no fim de semana, um esportivo acessível para o público jovem que não tinha grande poder aquisitivo.

O motor dianteiro, de quatro cilindros em linha, tinha 1.798 cm3 e 95 cv a 5.400 rpm. O câmbio de quatro marchas não possuía primeira sincronizada, e o overdrive era opcional. A alimentação ficava por conta de dois carburadores da marca inglesa SU e a tração, como se exige de um roadster, era traseira. Devido ao pouco peso e a um propulsor ágil, chegava aos 100 km/h em apenas 11,5 s e à velocidade máxima de 170 km/h. Muito bom para o início dos anos 60.

Dois lugares, tração traseira, pequeno pára-brisa: um típico roadster. O motor de 1,8 litro e 95 cv permitia bom desempenho ao leve carro de 870 kg

Os freios, a disco na dianteira, eram da marca Lockheed, e os pneus 5,60 x 14. Embora estreitos como os do Fusca, o comportamento era muito bom em curvas, chegando a ser sobresterçante (saindo de traseira), bem ao gosto dos mais habilidosos. Nas retas não sofria com ventos laterais e era muito firme. Continua

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Data de publicação deste artigo: 6/8/02

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