O uso no lazer era destacado na
publicidade do modelo 1969, em cima; na linha 1970 o maior dos V8
crescia para 6,6 litros e chegava a 456 cv
No
modelo 1973 as colunas
inclinadas lembravam cupês e as lanternas vinham no para-choque
traseiro; o 1976 (embaixo) adotava quatro faróis |
O El
Camino seguia as modificações de estilo do Chevelle para 1968. Mudavam
grade, para-choque dianteiro, faróis (agora cada unidade com uma moldura
cromada), tampa traseira, lanternas (mais afastadas e invadindo a
lateral) e nível de acabamento. As colunas centrais vinham bem mais
largas e o painel estava mais alto. À frente do motorista ficavam os
três mostradores circulares e no meio havia saídas de ventilação e
espaço para o rádio. Coluna de direção deformável em caso de impacto,
freios dianteiros a disco e a caixa automática Hydramatic 300 de três
marchas também estavam disponíveis. Outra novidade interessante eram os
amortecedores com bolsas de ar que podiam ser infladas de acordo com o
peso a ser transportado, mantendo a carroceria nivelada, dentro do mesmo
princípio que o Kadett adotaria
no Brasil duas décadas depois.
Desta vez o chassi utilizado era de entre-eixos mais longo, 2,94 m, o
mesmo do sedã e da perua Chevelle. Aparecia também o picape SS 396,
versão mais esportiva que utilizava o motor de 6,5 litros de maior
potência. Adereços estéticos como frente mais esportiva e entradas de ar
falsas no capô completavam o conjunto. Em 1970 o motor passava para 402
pol³ (6,6 litros), mas curiosamente os emblemas da carroceria
continuavam indicando 396, número que desfrutava grande carisma. E não à
toa: esse era o motor mais potente da Chevrolet na época, com 456 cv e
ótimos 69 m.kgf de torque, nada mal para um utilitário que cobria o
quarto de milha (0 a 400 m) em 13 segundos.
Decadência geral
Em 1971 o governo
americano eliminou o chumbo tetraetila da gasolina em busca de menores
emissões poluentes, o que reduziu sua
octanagem. Só isso já servira para jogar os números de potência no
chão, pois todos os fabricantes tiveram de diminuir a taxa de compressão
dos motores. Como os EUA obrigaram no ano seguinte à adoção do sistema
de potência líquida, e não a bruta como
era feito até então, os valores nominais despencaram em toda a
indústria. Agora o El Camino com seis cilindros e 250 pol³ (4,1 litros,
o mesmo de nosso Opala) entregava apenas 110 cv, o V8 de 350 pol³ (5,75
litros) desenvolvia 175 cv e o V8 402, chamado de Turbo Jet 400, caía
para 240. Havia opção pelo bloco grande de 454 pol³ (7,45 litros), mas
tanta cilindrada não representava mais que 270 cv. A alma esportiva
ficava para trás. Nesse mesmo ano a divisão GMC entrava no mercado com o
Sprint, clone do El Camino (leia boxe abaixo).
Uma quarta geração do modelo estreava em 1973, ainda emparelhada com o
Chevelle. Mesmo sendo o maior El Camino de todos os tempos, estava mais
leve que o anterior — um alívio em tempo de motores pouco potentes —
graças à construção da carroceria. Em uma época de desenhos sem
inspiração, trazia à frente um enorme para-choque cromado, faróis
simples circulares e grade discretamente quadriculada. O capô era longo
e as laterais bem limpas. Não havia quebra-vento nas portas e a coluna
central tinha caimento suave, lembrando um cupê. As lanternas agora
vinham no para-choque traseiro, abaixo da tampa da caçamba. Por dentro,
um grande painel com saídas de ar verticais.
O carro se resumia a dois níveis de equipamentos. O básico era referente
ao Chevelle Malibu e o de topo inspirava-se no Malibu Classic. Essa
versão recebia painéis de portas mais elaborados, bancos em tecido ou
vinil com apoio de braço central e painel com acabamento imitando
madeira. O El Camino, quem diria, foi praticamente o único Chevrolet a
ostentar a sigla SS nesse período obscuro das marcas norte-americanas.
As versões esportivas de Impala, Monte Carlo e
Camaro já haviam desaparecido,
enquanto o próprio Chevelle SS despedia-se em 1973. Ainda assim o El
Camino SS era apenas um pacote opcional, não uma versão distinta na
linha.
O
comprador dispunha de cinco motores: o seis-cilindros 250 e os V8 de
5,0, 5,75, 6,6 e 7,45 litros. A caixa era sempre automática de três
marchas.
Continua
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