Mais perto do azul

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A Volkswagen aplica ao Fox o pacote BlueMotion, para redução de
consumo e emissões, a um custo mais fácil de ser amortizado

Texto: Fabrício Samahá e Paulo Athayde - Fotos: divulgação

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Pagam-se R$ 1.240 a mais pela versão BlueMotion, valor que leva mais de três anos, em média, para ser compensado por seu menor consumo

 
 
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Identificada pelos logotipos, a versão vem com pneus 175/70 em rodas de 14 pol e grade dianteira mais fechada, que beneficia a aerodinâmica

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No painel há indicadores de consumo e de marcha a usar e o tom azul aparece nos bancos; na estrada, o câmbio bem longo chama a atenção

Em mercados onde a emissão de gás carbônico é levada muito a sério, como na Europa, a Volkswagen tem uma linha específica de modelos com alterações para consumir menos combustível e, como consequência, liberar menos CO2 na atmosfera: a BlueMotion, designação em inglês composta por azul — alusão à cor dos rios e do céu — e movimento. No Brasil, a única versão com o mesmo objetivo era o Polo BlueMotion, lançado em 2009 e vendido desde então em quantidades mínimas (o Gol antigo recebeu em 2010 a versão Ecomotion, de proposta semelhante).

Agora a Volkswagen quer tornar o logotipo BlueMotion mais comum nas ruas. Escolheu para isso um modelo dos mais vendidos de sua linha, o Fox, e definiu um acréscimo de preço moderado — 3% — para que a opção pela consciência ambiental não pesasse no bolso. Oferecido apenas com o motor de 1,6 litro, o Fox ecológico custa R$ 36.730 com três portas e R$ 38.300 com cinco, mas esses preços incluem escassos equipamentos.

A dotação de série abrange direção assistida, computador de bordo, banco do motorista com regulagem de altura, conta-giros e para-sóis com espelhos de cortesia. O pacote Trend acrescenta volante com controle de áudio, sistema de configurações I-System e rádio/CD com MP3 e interface Bluetooth. Há ainda o módulo Funcional II (banco traseiro com ajuste longitudinal e três apoios de cabeça), o kit V (ar-condicionado, controle elétrico de vidros, travas e retrovisores, travamento a distância, alarme, entre outros), módulo tecnológico V (retrovisor interno fotocrômico, faróis e limpador de para-brisa automáticos, para-brisa degradê), sensor de estacionamento traseiro, faróis e lanterna de neblina, o rádio citado, bolsas infláveis frontais e freios antitravamento (ABS). Com todos os opcionais ele chega a R$ 50.120.

Na Europa, o habitual da linha BlueMotion é usar motor turbodiesel — aqui proibido para automóveis — e tecnologias como parada e partida automáticas. Na falta desses recursos, o Fox adota outras medidas. As mais importantes são o câmbio com marchas mais longas e os pneus mais estreitos (175/70 R 14 em vez de 195/55 R 15) com resistência ao rolamento 23% menor, pois contêm mais sílica em sua composição.

Comparado ao Fox 1,6 convencional, o BlueMotion tem a primeira e a segunda marchas mais curtas, a terceira igual, a quarta e a quinta mais longas e o diferencial (que afeta todas elas na relação final) bastante mais longo. Há ainda um sutil alongamento (menos de 1%) causado pelos pneus de diâmetro maior. Quando se faz o cálculo que importa, considerando marchas, diferencial e diâmetro dos pneus, o resultado é que o BlueMotion fica 6% mais longo em primeira, 9% em segunda, 17% em terceira, 23% em quarta e nada menos que 29%  mais longo em quinta marcha. Com isso, a 120 km/h reais nessa marcha o motor gira a apenas 2.600 rpm, ante 3.300 rpm do outro Fox.

Outras alterações são a grade frontal com menores aberturas para melhor aerodinâmica (beneficiado também pelos pneus, o Cx baixou de 0,353 para 0,33, melhora de 7%), reprogramação da central eletrônica do motor e maior pressão de enchimento dos pneus (passa de 29/28 lb/pol² para 36/34 lb/pol², dianteiros e traseiros, na ordem). Para compensar a maior transmissão de irregularidades pelos pneus mais cheios, os amortecedores da versão têm calibração mais macia; o perfil bem mais alto dos pneus também contribui para um rodar mais suave. Ao contrário do Polo, não houve alteração na altura de rodagem.

O Fox ganhou ainda formas de orientar o motorista para uma condução mais eficiente. Além do computador de bordo de série, o painel traz indicador digital de consumo instantâneo, por meio de uma barra gráfica; indicador digital de velocidade, além do tradicional velocímetro analógico; e indicador digital que sugere a troca de marchas. O item orienta tanto a mudança para cima quanto para baixo e, ao conter a indicação numérica da marcha, pode sugerir que se passem duas delas de uma vez (de segunda para quarta, por exemplo). De resto, a versão recebe painel cinza escuro e bancos revestidos de tecido azul na seção central.

Como tudo isso afeta o desempenho do Fox? Pelos dados do fabricante, o BlueMotion ficou um pouco mais rápido na aceleração de 0 a 100 km/h (em 10,6 segundos com gasolina e 10,3 com álcool, contra 10,8 e 10,5 s do convencional na mesma ordem), manteve a velocidade máxima com gasolina e ganhou 1 km/h com álcool. Portanto, cai por terra o mito de que câmbio longo prejudica o desempenho: o que importa é o motorista manter o motor na rotação certa para cada situação. Claro que os pneus com menor atrito e o ganho aerodinâmico ajudam.

Já no que mais interessa — consumo —, a novidade é claramente vantajosa. É pena que a VW não mais informe os índices em ciclos-padrão de cidade e estrada, mas sua média ponderada de 16,1 km/l com gasolina e 10,9 km/l com álcool indica melhora de 12,7% e 12,6%, na ordem, em relação ao Fox comum (14,3 e 9,7 km/l, mesma ordem).

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Data de publicação: 30/4/12

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