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Avaliado em cidade, estrada e serra, o hatch Sportline agradou: trocas rápidas e suaves, operação manual impecável, freio-motor em boa dose

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Com um câmbio bem desenvolvido e com custo adicional de R$ 2,5 mil sobre a versão manual, não resta dúvida de que o I-Motion terá êxito

 
Ficha técnica
MOTOR - transversal, 4 cilindros em linha; comando no cabeçote, 2 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 76,5 x 86,9 mm. Cilindrada: 1.598 cm3. Taxa de compressão: 12,1:1. Injeção multiponto sequencial. Potência máxima: 101 cv (gas.) e 104 cv (álc.) a 5.250 rpm. Torque máximo: 15,4 m.kgf (gas.) e 15,6 m.kgf (álc.)) a 2.500 rpm.
CÂMBIO - manual automatizado, 5 marchas; tração dianteira.
FREIOS - dianteiros a disco ventilado; traseiros a tambor; antitravamento (ABS) opcional.
DIREÇÃO - de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica.
SUSPENSÃO - dianteira, independente McPherson; traseira, eixo de torção.
RODAS - 15 pol; pneus, 195/55 R 15.
DIMENSÕES (hatch) - comprimento, 3,915 m; largura, 1,65 m; altura, 1,501 m; entre-eixos, 2,465 m; capacidade do tanque, 50 l; porta-malas, 250 l; peso, 1.105 kg.
DIMENSÕES (sedã) - comprimento, 4,198 m; largura, 1,65 m; altura, 1,501 m; entre-eixos, 2,465 m; capacidade do tanque, 50 l; porta-malas, 432 l; peso, 1.126 kg.
 
Desempenho e consumo
  hatch sedã
  gas. álc. gas. álc.
Velocidade máxima (km/h) 187 189 187 189
Acel. de 0 a 100 km/h (s) 11,6 11,3 11,7 11,4
Consumo em cidade (km/l) 12,3 8,2 12,2 8,1
Consumo em estrada (km/l) 17,9 11,9 17,8 11,8
Dados do fabricante

Ao colocar sua caixa automatizada no mercado depois da General Motors e da Fiat, a empresa pôde acertar mais nos detalhes. Se a Easytronic da Meriva não tem mostrador de mensagens para explicar por que soa um alerta, a Dualogic da Fiat exagera nos avisos — pedir reduções excessivas no Stilo, por exemplo, leva a mais de 10 alertas sonoros, o que irrita. A VW optou por mensagens no mostrador central do quadro de instrumentos e alertas sonoros apenas em casos críticos. Operações que não envolvam risco, caso do pedido inadequado de redução, são simplesmente ignorados. Para alguns comandos a mensagem aparece só em caso de insistência.

O modo de uso ao ligar o carro é sempre o automático — não importa qual foi usado pela última vez. A VW escolheu ainda dispensar o efeito de arrasto (creeping em inglês), presente na caixa da GM, em que o carro se move lentamente com marcha engatada sem que se toque no acelerador ou no freio. Como os Fiats, o Polo continua imóvel porque a ASG mantém a embreagem desacoplada, o que a marca diz preservá-la melhor. Aliás, o disco de embreagem da versão é mais reforçado. Ao parar em aclives o motorista deve usar o freio, passando a acelerar apenas quando desejar sair. O método inadequado de segurar o carro pelo acelerador leva a embreagem a "queimar", como se seu pedal fosse apertado pela metade em um modelo com caixa manual, o que traz desgaste acentuado. Se o usuário insiste no erro, surge um alerta no painel, mas a embreagem não acopla. Ao contrário da Fiat e da GM, a VW preferiu esse método para evitar que o carro surpreenda o motorista.

Por fim, o Polo I-Motion recebeu novo escalonamento de câmbio: a VW encurtou a segunda marcha em 15%, a terceira em 18% e a quarta em 10% (primeira, quinta e diferencial não mudaram). O objetivo não tem relação com agilidade, mas com reduzir a movimentação da carroceria sentida pelos ocupantes nas trocas. Com o intervalo numérico entre primeira, segunda e terceira reduzido, diminuem a queda de rotação nas trocas e o efeito de variação de potência após as mudanças, que produz a incômoda movimentação típica dos automatizados. De terceira para quarta e desta para a quinta o intervalo está maior que no Polo 1,6 comum, mas já não incomoda porque a aceleração do carro é menor nessas marchas.

Uma última mudança na versão é o uso de partida assistida do motor, lançada antes no Polo E-Flex. O trabalho do motor de partida, antes vinculado ao tempo de comando do motorista na chave, passa a ser interrompido só quando o motor ligar ou após 10 segundos de tentativa. Assim, deixa de ser necessário insistir na chave em caso de partida mais demorada (sob frio rigoroso, por exemplo) e, caso o motorista a segure mais do que deveria, o motor de partida deixa de atuar no momento certo, preservando-se. Vale esclarecer que esse recurso não tem relação com a partida a frio do E-Flex — que dispensa o tanque auxiliar de gasolina, mantido no I-Motion.

Ao volante   A VW propôs à imprensa um bom percurso de avaliação com 75 quilômetros entre as cidades paulistas de Atibaia e Amparo, passando por rodovia plana, serra e trechos urbanos. Logo nos primeiros metros, a sensação é positiva: o Polo sai da imobilidade e passa à segunda marcha de forma mais suave que os demais automatizados nacionais que avaliamos (Stilo, Linea e Meriva). Embora o bom torque em baixa rotação do motor e o menor peso do VW facilitem a tarefa, não se pode negar o mérito da boa calibração da central eletrônica.

O novo escalonamento é bem-sucedido em reduzir a movimentação do carro nas trocas para segunda e terceira. Sem chegar à suavidade de mudanças de uma caixa automática com conversor de torque — o que talvez só seja possível mesmo com dupla embreagem, como na DSG —, o I-Motion incomoda menos que os demais automatizados e chega a passar despercebido em várias condições de uso. O modo esportivo foi bem acertado, tanto pelos pontos de troca automática quanto pela retenção de marcha ao deixar de acelerar, e a atuação da caixa nas mudanças manuais em velocidade é irrepreensível, seja pela alavanca ou pelas abas. Convida mesmo o motorista a usar o câmbio.

E em caso de aceleração rápida? Basta "calcar o pé" no acelerador, em modo esportivo, para provocar patinação da embreagem, o que aumenta rapidamente a rotação do motor e leva a uma arrancada enérgica, até com pneus cantando. Parece não perder nada para um Polo manual conduzido por um motorista experiente. Se o acelerador continua todo aberto, as mudanças são feitas por volta de 6.000 rpm, bem acima da rotação de potência máxima (5.250), tanto faz se em modo manual ou em automático.

Se o objetivo for o oposto — baixos ruído e consumo —, o Polo também se sai bem. Em modo automático normal as trocas se dão em baixos regimes e, em manual, podem-se comandar mudanças para cima em rotação baixa, mantendo o motor ao redor de 2.000 rpm com acelerador bem aberto. Em quinta, a moderada rotação a que o Polo afinal chegou no modelo 2009 (como 3.300 rpm a 120 km/h) não foi alterada, nem surgiram "buracos" entre as três marchas mais altas, pois as novas relações estão bem acertadas para o motor. De resto, como pesa apenas 8 kg a mais que a versão manual, o I-Motion tem os mesmos dados oficiais de consumo. A VW diz que a maior eficiência da ASG nas mudanças automáticas neutraliza a perda com as marchas mais curtas. A velocidade máxima é igual e resta mínima perda na aceleração de 0 a 100 km/h, que o hatch faz em 11,3 segundos com álcool, apenas 0,1 s a mais que o Polo manual.

Tudo somado, esse automatizado parece mesmo apto a obter o melhor de dois mundos. Dos automáticos ele tem a conveniência no tráfego congestionado, a folga para o pé esquerdo e a segurança de contar, a qualquer momento, com agilidade de retomada pela simples pressão no acelerador. Dos manuais tem a eficiência na transmissão de energia, a aceleração rápida e a sensação de maior controle da caixa ao dirigir com vigor. Com o melhor funcionamento visto até agora e um preço competitivo, a VW certamente tem um produto de sucesso nas mãos.

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