Todos com a polêmica
denominação, a família agora inclui os hatches de três e cinco portas, a
perua SW e o sedã Passion, inédito no Brasil
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Em 2005, a General Motors substituiu o Vectra nacional por uma nova
geração, anunciada como desenvolvida no Brasil, e alegou que o
equivalente europeu — lançado
três anos antes na Alemanha — seria caro demais para ser vendido aqui.
Não demorou para que se descobrisse que o novo Vectra não era um Vectra,
mas o Astra alemão em versão três-volumes com os antigos motores feitos
aqui. Tanto que, mais tarde, a Opel passou a vendê-lo no Leste Europeu
como Astra Sedan.
Agora a história se repete em outra marca. Na França, depois de uma
carreira de quase 10 anos, o Peugeot 206 viu nascer seu sucessor, o
207 — um carro maior e mais refinado
do ponto de vista técnico. De acordo com a fábrica do leão, produzi-lo
aqui ou importá-lo resultaria em preço elevado, próximo ao do 307. Como
o 206 já tinha nove anos de mercado brasileiro com o mesmo desenho, a
opção foi reestilizá-lo e dar-lhe formas que lembram as do novo modelo
europeu. E, para não parecer defasado ao restante da linha Peugeot, o
206 foi renomeado 207.
De acordo com a empresa, a opinião do público em pesquisas foi de que
esta versão para países emergentes, com as evoluções feitas, comportaria
o nome do primo francês. A marca ainda cogitou de chamá-lo
207 Brasil, como foi anunciado em maio,
mas desistiu — agora se refere apenas a "207 brasileiro". Para o Best
Cars é um desrespeito ao consumidor, opinião compartilhada por
muitos leitores (leia editorial e
mensagens). Mas vamos deixar o nome,
ou número, de lado e ver como é o carro, que agora pôde ser avaliado
pela imprensa em evento na região de Búzios, RJ.
Apesar de seu desenho agradável e que demorou a envelhecer, o 206 já
demandava uma evolução de estilo e de alguns aspectos mecânicos. As
principais modificações se concentram na parte dianteira, que recebeu
novos pára-lamas, pára-choque, capô e conjunto óptico. As alterações
seguem a identidade da marca, caso da grande entrada de ar no
pára-choque, formando a famosa "boca", e os faróis alongados e cada vez
maiores, que a marca diz que têm inspiração nos olhos de um felino.
Essas alterações são comuns a todas as opções de carroceria, agora
quatro: hatches de três e cinco portas, perua (SW) e a inédita
três-volumes Passion, de que falaremos depois.
Na traseira as alterações foram mais tímidas: pára-choque com novo
desenho com refletores nas extremidades e luz de neblina em uma delas
(antes no centro), aplique com o nome da marca na cobertura da placa e
outra disposição das luzes dentro da lanterna, sem alterar seu formato.
E só. Na SW as modificações foram ainda mais sutis, pois as lanternas
são as mesmas de antes. Nas laterais nada mudou.
Por dentro
O interior recebeu novo painel, mais bonito e moderno, em plástico com
textura similar à do Honda Fit. Seu aspecto geral é muito bom. O quadro
de instrumentos ficou maior e mais elaborado, com molduras cromadas no
velocímetro, no conta-giros e no mostrador agrupado de combustível e
temperatura. Está mais bonito e sua leitura é fácil. Mas a Peugeot
poderia ter alterado os painéis de porta para os integrar ao painel. As
extremidades do painel agora são maiores e não possuem mais o encaixe
perfeito da versão anterior.
Continua |