Boa posição de
dirigir e vários itens de conveniência opcionais, mas o painel
deveria trazer mostrador de combustível analógico, não digital
Com motor de 1,4 litro e
85/86 cv, a Trekking não promete emoções, mas entrega respostas
razoáveis para o dia-a-dia ou pequenas viagens |
|
MOTOR
- transversal, 4 cilindros em linha; comando no cabeçote,
2 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 72 x 84 mm.
Cilindrada: 1.368 cm3. Taxa de compressão: 10,35:1. Injeção
multiponto sequencial. Potência máxima: 85 cv (gas.) e 86 cv (álc.) a
5.750 rpm. Torque máximo:
12,4 m.kgf (gas.) e 12,5 m.kgf (álc.) a 3.500 rpm. |
CÂMBIO
- manual, 5 marchas; tração dianteira. |
FREIOS
- dianteiros a disco ventilado; traseiros a tambor; antitravamento
(ABS) opcional. |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica. |
SUSPENSÃO
- dianteira, independente McPherson; traseira, independente, braço
arrastado. |
RODAS
- 5,5 x 14 pol; pneus, 175/70 R 14. |
DIMENSÕES
- comprimento, 4,237 m; largura, 1,659 m; altura, 1,587 m;
entre-eixos, 2,437 m; capacidade do tanque, 51 l; porta-malas, 460
l; peso, 1.098 kg. |
|
|
|
gasolina |
álcool |
Velocidade máxima |
164 km/h |
165 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h |
13,5 s |
13,4 s |
Consumo em cidade |
13,0 km/l |
9,2 km/l |
Consumo em estrada |
17,0 km/l |
12,6 km/l |
Dados do fabricante |
|
|
Alguns itens, ainda que opcionais, são destaque. O sistema de áudio toca
MP3, tem entrada auxiliar USB e para reprodutor de MP3. Lamenta-se,
porém, que ao conectar um MP3 portátil a única ordem possível para tocar
as faixas seja a alfabética, sem considerar pastas ou nomes de bandas e
cantores. No sistema usado no Linea e no Punto TJet este inconveniente
já foi corrigido. Além disso, há interface
Bluetooth de conexão de celular. Outro detalhe agradável é o apoio
de braço para o motorista, normalmente visto em carros mais caros, que
faz diferença em longos trechos de estrada e não atrapalha em nada a
condução.
Como as reestilizações da linha Palio não têm afetado a estrutura do
carro, as qualidades passam de um modelo para outro, assim como os
defeitos. A posição de dirigir é cômoda, mas o espaço interno é apenas
razoável. Na frente é bom, com o motorista e o passageiro se acomodando
bem, embora falte o quarto pedal para o pé esquerdo quando fora da
embreagem. Já os bancos são macios em excesso. No banco traseiro, espaço
para cabeça está dentro do esperado, mas o vão para as pernas entrega a
idade do projeto: poderia ser melhor diante da concorrência. Em
contrapartida, o compartimento de bagagem é muito espaçoso (460 litros),
plano e de fácil acesso e ainda conta com uma rede opcional para prender
objetos. O estepe externo sob a carroceria, embora incômodo para uso,
ajuda a manter baixa a base de acesso.
Desempenho
comedido
Em termos de comportamento, a primeira coisa que se deve ter em mente é
que o carro tem um motor pequeno e potência apenas razoável. Por esses
dois aspectos somados, deve-se deixar de lado quaisquer pretensões
esportivas que o motorista venha a ter. A Trekking é um pouco pesada, já
que tem 1.098 kg (7 kg a mais que a ELX e 100 kg a menos que a
Adventure), o que confere a relação peso-potência de 12,7 kg/cv. Ou
seja, nada animador para quem quer desempenho.
Mas a Palio Trekking nunca prometeu isso. Com o bom torque em baixa
rotação do motor Fire, seu comportamento na cidade é correto — não
empolga, mas também não decepciona, apesar da aspereza acima do normal
do motor. Ela cumpre bem sua função de levar e trazer a família nas
atividades cotidianas e, na estrada, seu comportamento é adequado a um
carro com motor de 1,4 litro. O câmbio com bons engates, os comandos
leves e o sistema de direção preciso permitem viagens agradáveis, com
certo fôlego em subida ou trechos de aclive. Seus freios têm boa
potência e param o carro com facilidade, mas a frente poderia
"mergulhar" menos.
O fato é que a suspensão poderia ser um pouco mais firme. Na condução
urbana ele se mostra confortável, absorvendo oscilações e impactos com
suavidade, mas em alta velocidade isso incomoda um pouco. O carro fica
macio demais, inclina em excesso em curvas e em trechos sinuosos chega a
desagradar pelos balanços da carroceria. Há espaço para que o carro
fique um pouco mais firme sem que perca seu conforto.
Apesar da maciez excessiva, o conjunto está apto a andar com mais vigor.
Nessas circunstâncias os pneus Pirelli Scorpion ATR de uso misto, na
medida 175/70 R 14, dobram-se um pouco mais — comportamento esperado,
uma vez que esse composto não tem como finalidade a condução esportiva.
Já fora do asfalto, a regulagem macia da suspensão revela-se bem-vinda.
O carro se comporta muito bem em estradas de cascalho e pedregulho,
absorve com conforto as irregularidades e ainda permite transpor alguns
obstáculos por que a Weekend ELX não passaria sem raspar o fundo, em
função da diferente altura em relação ao solo. Evidente que há
limitações, pois o carro continua tendo tração dianteira, sem nenhum
equipamento que o habilite a trafegar em terrenos mais severos.
Por outro lado, para famílias que querem chegar a uma casa de campo ou
na praia em local um pouco mais isolado, onde o asfalto ainda não
existe, mas que tem estrada com razoáveis condições de rodagem, a Palio
Trekking é uma boa opção. Reúne espaço para carga, para pessoas e certa
capacidade de rodar nessas vias sem maiores conseqüências, sem gastar
muito no preço ou em combustível. |