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Divergência dentro de casa

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Com o mesmo motor e plataformas semelhantes, Punto e Linea T-Jet
apresentam — como irmãos — personalidades bem diferentes

Texto e fotos: Fabrício Samahá

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Como o irmão novo que mostra rebeldia nos trajes, o Punto segue uma linha esportiva nos acessórios, nas rodas e até nas cores oferecidas

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O jeito de homem sério é adotado pelo irmão mais velho, o Linea, que tem poucas diferenças visuais no T-Jet em relação às demais versões

Quem tem um irmão pouco mais velho ou mais novo ou filhos de idades próximas, sabe: por mais que eles carreguem os mesmos traços da família e tenham sido criados dentro de iguais princípios, são sempre diferentes em personalidade. Com os carros não é diferente. Na linha Fiat há dois modelos com a mesma designação de versão — T-Jet —, a mesma plataforma básica, o mesmo motor de 1,4 litro turboalimentado. No entanto, Punto e Linea T-Jet são muito diferentes um do outro.

Este não é um comparativo nos moldes habituais, em que buscamos apontar a melhor opção entre modelos concorrentes. Qualquer um sabe de antemão que terá mais espaço (sobretudo para bagagem) no Linea e visual mais esportivo e menor preço no Punto, entre outras distinções. Não se tratam aqui de competidores, mas de "irmãos" com muito em comum e "personalidades" bem diversas. É para explorar essa diversidade que os colocamos lado a lado.

Antes, um pouco de história. Nosso Punto é um derivado do Grande Punto italiano, lançado em 2005. Se por fora eram praticamente iguais até que a Fiat de lá passasse à versão Evo, em 2009, por baixo o modelo nacional carrega alguma herança de Palio e Stilo na plataforma e nas suspensões — em parte para conter custos, em parte para obter maior resistência a nosso piso. A versão T-Jet repete a fórmula da Abarth vendida na Europa. O Linea, por sua vez, surgiu na Turquia em 2007 com base na mesma plataforma do Grande Punto para suprir a demanda por sedãs médio-pequenos em mercados emergentes — como o Brasil. O T-Jet é exclusividade nossa em âmbito mundial, como aconteceu no passado com as versões Turbo de Tempra e Marea.

Destinados a públicos-alvo diferentes, os carros têm clara distinção já no acabamento externo. O Punto, como o irmão mais novo que quer mostrar rebeldia no corte de cabelo, nas roupas e nos piercings, abusa dos adereços esportivos: a moldura em preto fosco que liga um para-choque a outro, formando o defletor dianteiro e o difusor de ar traseiro e passando pelos arcos dos para-lamas e as soleiras; carenagens dos faróis de neblina, máscaras dos faróis principais e defletor de teto no mesmo tom; dupla ponteira de escapamento e rodas de 17 pol (com novo desenho no modelo 2011, diferente do mostrado nas fotos), cujo fundo em tom grafite é ideal para disfarçar o pó das pastilhas. O Linea, tal e qual o irmão mais velho que busca uma imagem de homem sério pelos trajes refinados, é todo mais discreto. As rodas, de mesma medida do Punto, são tradicionais e há poucas diferenças para as demais versões do sedã (hoje vem com um defletor sobre a tampa do porta-malas, ausente do modelo avaliado).

Portas abertas, novo contraste. O Punto aposta em uma ideia divisora de opiniões, a pintura fosca de ampla seção do painel na cor da carroceria — que pode vir apenas em vermelho, amarelo, branco ou preto. Seus bancos exclusivos, com intenso apoio lateral e de coxas (este chega a ser excessivo), combinam revestimento em couro e tecido e trazem quatro pontos circulares em prata nos encostos, junto ao logotipo T-Jet. Só não caiu bem o couro nos puxadores de porta, que parece uma aplicação pós-venda. O Linea é, mais uma vez, sóbrio e elegante: a versão traz interior sempre em tom bege, com opção entre tecido aveludado de alto padrão (como no avaliado) e couro. Parte do painel e dos forros de porta segue tons de bege, o que lhe confere aspecto refinado e o faz sair da mesmice do cinza/preto. Cabe crítica apenas ao tom amarelado de alguns plásticos.

O motorista acomoda-se bem em ambos, mas se sente em um carro claramente mais esportivo no hatch, seja pelo aspecto interno, seja pela conformação do banco. Se o volante é o mesmo, de boa pega, os quadros de instrumentos têm padrões distintos — ambos modernos, mas algo confusos pela posição e a grafia dos dígitos. O mostrador digital no centro serve ao computador de bordo, ao sistema de navegação (opcional) e comunicação e ao manômetro do turbo, formado por 16 barras e que não traz indicações numéricas, mas dá uma referência de como o sistema está mais ou menos "cheio" nas diferentes condições de uso.

Ambos vêm de série com sistemas de áudio dotados de toca-CDs, leitura de MP3, conexão USB e o sistema de comunicação Blue & Me, que controla o telefone celular pela interface Bluetooth, pode ser comandado por voz e chega a ler mensagens do tipo SMS. A qualidade de áudio dos sistemas é muito boa para os padrões nacionais, ajudada pela caixa de subgraves amplificada na lateral direita dos porta-malas. Há opção pelo navegador Blue & Me Nav, baseado em indicações simples no mostrador central do painel, como setas indicativas e mensagens escritas. Falta a exibição de mapa, que ajudaria a esclarecer se, por exemplo, uma saída à direita a 200 metros é a primeira ou a segunda adiante. Continua

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Data de publicação: 20/7/10

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