Mineiro com coração paranaense

Clique para ampliar a imagem

Motores de 1,6 e 1,75 litro com 16 válvulas, produzidos pela FPT em
Campo Largo, revigoram as versões intermediárias do Punto

Texto: Fabrício Samahá e Geraldo Tite Simões - Fotos: divulgação

Clique para ampliar a imagem

Clique para ampliar a imagem

Clique para ampliar a imagem

Apenas as rodas apontam que esse é o Sporting 2011; sob o capô, os 132 cv do motor de 1,75 litro representam grande salto sobre o anterior

Clique para ampliar a imagem

O interior da versão esportiva, caracterizado por detalhes vermelhos, ganha apenas retoques como a iluminação dos instrumentos em branco

O Fiat Punto, assim como o Stilo, chegou ao Brasil já durante a vigência da associação mundial entre Fiat e General Motors, que fez com que o motor de 1,8 litro da segunda equipasse esses e outros modelos de Betim, MG. Para o Punto, nunca foi um bom negócio. Enquanto o motor Fire de 1,4 litro se mostrava subdimensionado, o GM 1,8 não atendia à proposta de desempenho da versão Sporting. Alguma coisa precisava ser feita.

A solução apareceu em Campo Largo, no Paraná, na fábrica da Tritec. Nascida em 1997 de parceria entre BMW e a extinta DaimlerChrysler, ela produzira o 1,6-litro usado no Mini da BMW entre 2001 e 2007. Com a saída da BMW do negócio e a troca de motor do Mini, a Tritec entrou em um cenário de incerteza até que, em março de 2008, fosse adquirida pela FPT, Fiat Powertrain Technologies, empresa de motores e transmissões do grupo italiano. É dali que agora saem dois novos motores para o Punto e, certamente, para outros Fiats. Betim não diz quais, mas se sabe que a Idea está na boca do forno (veja segredo) e que o Linea deve estar na fila.

O Punto 2011 mantém o motor Fire 1,4 na versão de entrada Attractive e a esportiva T-Jet com o turbo de 16 válvulas. É entre elas que estão as novidades: o acabamento Essence, no lugar do HLX (seguindo a tendência na Fiat de substituir siglas por nomes), e o Sporting. O Essence pode vir com o motor de 1,6 ou o de 1,75 litro, ambos com 16 válvulas; no Sporting o 1,75 é padrão. Ambos oferecem a opção da caixa manual automatizada Dualogic, inédita no Punto. Os preços sugeridos são: Essence 1,6 manual, R$ 44.190; 1,75 manual, R$ 46.250; 1,75 Dualogic, R$ 48.750; Sporting 1,75 manual, R$ 51.200; e Dualogic, R$ 53.730. Para referência, o antigo HLX 1,8 custava R$ 45.840 e o Sporting R$ 53.250, ambos com caixa manual.

Como são   Denominados E-Torq ("e" para engenharia, ecologia, energia e emoção, segundo a Fiat), os motores são evoluções do 1,6 que a Tritec fornecia para o Mini. A FPT garante que apenas 30% do conteúdo foi aproveitado. Entre as características atuais estão bielas sinterizadas, forjadas e fraturadas; anéis de baixo atrito, acelerador com controle eletrônico, coletor de admissão e tampa do cabeçote em plástico, corrente para acionamento do comando de válvulas (dispensa manutenção), tuchos hidráulicos (não requerem regulagem de válvulas), virabrequim com oito contrapesos para funcionamento mais suave, cárter estrutural de alumínio (o bloco é de ferro fundido, mas a FPT afirma ter o menor peso entre os 16-válvulas com esse material na categoria) e filtros ecológicos, em que apenas o elemento filtrante de papel e borracha é trocado.

As válvulas são acionadas por balancins e não por alavancas-dedo, arranjo que permite o formato de câmara de combustão hemisférica. O material dos balancins é alumínio e a extremidade em contato com o ressalto do comando é roletada. Entre a outra extremidade do balancim e a haste da válvula há um diminuto compensador hidráulico de folga — muito bem-bolado. A bomba d'água e a bomba hidráulica da direção assistida formam um conjunto para economia de espaço.

Além de ser o primeiro motor da Fiat brasileira sem correia dentada — que já foi grande fonte de problemas na antiga linha Fiasa —, o E-Torq tem uma só árvore de comando para as quatro válvulas por cilindro, sendo mais comum o arranjo de duas árvores, uma para válvulas de admissão e outra para escapamento (alguns motores Honda 16V também usam uma só árvore). O curso dos pistões é o mesmo em ambos, 85,8 mm. O que muda é o diâmetro de cilindros: 77 mm para cilindrada de 1.598 cm³ ou 80,5 mm para 1.747 cm³ (que devem ser arredondados para 1,75 ou mesmo 1,7 litro, não 1,8). Com bielas de 135,6 mm de comprimento, a relação r/l não é das melhores, 0,316. A taxa de compressão é maior na versão 1,75.

Mesmo sem tecnologias como variação de tempo de válvulas ou de geometria do coletor de admissão, os motores obtêm bons valores de potência e torque. O 1,6 tem 115 cv com gasolina e 117 com álcool e torque de 16,2 e 16,8 m.kgf, na ordem. A versão 1,75 passa a 130/132 cv e 18,4/18,9 m.kgf. O motor GM anterior perdia para ambos em potência, com 113/115 cv, mas ficava próximo do novo 1,75 em torque, com 18/18,5 m.kgf, com a vantagem de alcançar o ponto máximo a baixas 2.800 rpm (nos novos motores, 4.500 rpm). Contudo, a FPT assegura que a 1,6 produz 81% do valor máximo, ou 13,5 m.kgf, já a 1.500 rpm e chega a 92% do total a 2.500 rpm. No caso do 1,75-litro, 93% do máximo ou 17,5 m.kgf aparecem a 2.500 rpm.

Ainda pela fábrica, o Punto 1,75 supera em desempenho o antigo 1,8. No Sporting a velocidade máxima passou de 182/184 para 189/191 km/h e a aceleração de 0 a 100 km/h baixou de 10,5/10,3 para 10,1/9,8 segundos (sempre gasolina/álcool). O HLX era um pouco mais lento antes por causa do diferencial mais longo que o do Sporting, diferença que deixa de existir. Mesmo o novo 1,6 anda perto do extinto 1,8, com 180/182 km/h e 10,7/10,5 s. Continua

Clique para ampliar a imagem Clique para ampliar a imagem
A versão Essence, que substitui a HLX, traz a mesma unidade do Sporting e também oferece a caixa automatizada Dualogic, inédita no modelo

Avaliações - Página principal - Escreva-nos - Envie por e-mail

Data de publicação: 3/7/10

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados