Comprimento e entreeixos se
mantêm, mas a carroceria mais larga contribui para o aspecto imponente,
com linhas inspiradas no Camry
Faróis de xenônio na versão
SE-G, rodas de 16 pol (exceto na XLi) e sensores de estacionamento são
novos; o porta-malas ganhou espaço
O interior não cresceu muito,
mas está mais moderno; o SE-G traz apliques simulando madeira e pode vir
com couro em tom bege claro |
Não
há dúvida de que a chegada do novo Civic em 2006 fez estrago
considerável na Toyota e seu Corolla. O líder da categoria teve seu
brilho bastante diminuído e em pouco tempo, coisa de seis meses, caía
para o segundo lugar nas vendas. Essa situação incomoda qualquer
fabricante, em especial quem fabrica produtos de alto valor agregado em
meio a um componente emocional, ambas características dos automóveis.
Assim, como aconteceu no exterior no ano passado, a Toyota partiu para
uma reação e o resultado foi apresentado à imprensa nesta terça e
quarta-feira (25/3) em Guarujá, no litoral sul paulista.
O Corolla 2009 representa a chegada da décima geração em termos mundiais
(começou em 1966; leia história)
e da terceira fabricada no Brasil, onde é feito desde 1998 em
Indaiatuba, SP. As versões permanecem inalteradas. A XLi básica vem com
motor 1,6-litro a gasolina de 110 cv e câmbio automático apenas,
destinada a portadores de necessidades especiais, mas pode vir com o
motor flexível de 1,8 litro, com variador no
comando de válvulas de admissão, como o usado nas demais versões, a
XEi e a SE-G. Nesse caso há escolha entre caixa manual e automática, o
mesmo para o XEi, ficando o SE-G com automática somente. O 1,8 mantém a
potência de 136 cv e o torque de 17,5 m.kgf ao usar álcool, mas está
mais fraco com gasolina: 132 cv e 17,3 m.kgf.
Os preços sugeridos são de R$ 62 mil e R$ 66 mil para XLi manual e
automático, na ordem; XEi manual, R$ 68,5 mil e automático, R$ 72 mil;
com bancos de couro, R$ 70,4 mil e R$ 74,5 mil, na ordem; e SE-G a R$
87,3 mil, só automático e já com couro. Por se tratar de venda especial,
o preço do XLi 1,6 automático não foi informado. Os principais
concorrentes são o Civic, exceto Si (R$ 65,4 mil a R$ 85,2 mil), o C4
Pallas (R$ 65,6 mil a R$ 77,7 mil) e o Vectra (R$ 56,9 mil a R$ 81,7
mil), embora o Fusion, de uma categoria acima, também deva ser
considerado nessa disputa em razão de seu preço, R$ 83,6 mil.
Inspirado no do Camry, o novo
desenho deixou o Corolla mais atual. Apesar de mantida a plataforma e a
distância entre eixos de 2,6 metros, nenhuma peça da carroceria do
modelo anterior foi aproveitada. O pára-brisa ganhou mais inclinação, a
grade está mais baixa e a linha de cintura subiu bem. Tudo isso resultou
em pequena melhora no coeficiente aerodinâmico
(Cx), que passou de 0,30 no modelo anterior para 0,29. Completam o
visual mais moderno as rodas de 16 pol com pneus 205/55-16 (195/60-15
antes), exceto no XLi, que vem com 195/65-15.
A largura cresceu 5,5 cm e isso é visível: o carro ficou mais imponente
visto de frente. O espaço para ombros cresceu menos, 2 cm, aumentando a
amplitude interna até em sensação. O painel e os bancos dianteiros e
traseiro foram deslocados ligeiramente para trás, mantendo o espaço para
pernas de antes. O ambiente interno está mais moderno e, no SE-G, inclui
apliques de bom gosto que simulam madeira.
Mudança bem-vinda é o porta-malas passar de 437 para 470 litros, embora
haja só mais 1 cm no comprimento total que antes. Ponto ainda maior
nesse aspecto sobre o concorrente Civic, com seu porta-malas de parcos
340 litros. Outra boa novidade é a direção com assistência elétrica em
vez de hidráulica e, claro, sensível à velocidade.
O que muitos esperavam enfim aconteceu: o volante passou a ser ajustável
também em distância, num campo de 40 mm (20 mm na altura), o que elimina
o inconveniente de estar muito distante para alguns motoristas. Ainda no
interior, o assoalho traseiro perdeu o grande túnel, passando ser quase
plano. Um detalhe curioso é o apoio de braço entre os bancos dianteiros
ser ajustável na horizontal.
No sistema de transmissão, a caixa automática permanece com apenas
quatro marchas (cinco no "inimigo", que ainda por cima oferece
borboletas atrás do volante), mas o conversor de torque passou por
evolução buscando eficiência e foi adotada lógica humana nas trocas de
marchas para melhorar seu funcionamento, como reduzir automaticamente ao
começar uma descida. É novidade também o
acelerador eletrônico e, com motores flexíveis, há agora luz
indicadora de nível de gasolina baixo no reservatório do sistema de
partida a frio. O peso subiu, como esperado em um carro novo: o SE-G
ganhou 90 kg.
Continua |