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Além das cores alegres, a Citroën oferece ampla personalização, como tons de painel e adesivos de teto que, no entanto, vem sempre em preto
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Com um vigoroso motor que fornece todo seu torque já a 1.400 rpm, as respostas do DS3 entusiasmam; a atitude em curvas permite diversão


 

 
Ficha técnica
MOTOR - transversal, 4 cilindros em linha; duplo comando no cabeçote, 4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 77 x 85,8 mm. Cilindrada: 1.598 cm3. Taxa de compressão: 10,5:1. Injeção direta, turbocompressor e resfriador de ar. Potência máxima: 165 cv a 6.000 rpm. Torque máximo: 24,5 m.kgf a 1.400 rpm.
CÂMBIO - manual, 6 marchas; tração dianteira.
FREIOS - dianteiros a disco ventilado; traseiros a disco; antitravamento (ABS).
DIREÇÃO - de pinhão e cremalheira; assistência elétrica.
SUSPENSÃO - dianteira, independente McPherson; traseira, eixo de torção.
RODAS - 17 pol; pneus, 205/45 R 17.
DIMENSÕES - comprimento, 3,948 m; largura, 1,715 m; altura, 1,483 m; entre-eixos, 2,464 m; capacidade do tanque, 50 l; porta-malas, 280 l; com banco rebatido, 980 l; peso, 1.165 kg.
DESEMPENHO - velocidade máxima, 219 km/h; aceleração de 0 a 100 km/h, 7,3 s.
Dados do fabricante; consumo não disponível

Entre os bons detalhes estão luzes de cortesia no assoalho interno e nas laterais externas ao travar o carro, luz de sugestão de troca de marcha, emissão de perfume, um grande porta-luvas refrigerado e banco traseiro bipartido 60:40; uma falha é que apenas o vidro do motorista conta com comando elétrico um-toque. O banco traseiro é previsto para três pessoas, embora não ofereça conforto a mais que duas de estatura moderada, e o porta-malas tem capacidade adequada à categoria, 280 litros.

Mais rápido que o RCZ   Por alguma razão difícil de imaginar, a Citroën — que por tradição carrega a imagem mais ousada entre as duas marcas do grupo PSA — vinha ultrapassada pela Peugeot quando o assunto era motorização no Brasil: o eficiente 1,6-litro com turbocompressor e injeção direta de gasolina desenvolvido em parceria com o grupo BMW já equipava os modelos 408 THP, 3008 e RCZ da segunda, ainda não estava disponível no catálogo da primeira. O DS3 enfim quebra esse paradigma.

A versão oferecida aqui é a mesma dos Peugeots citados, com potência de 165 cv a 6.000 rpm e torque máximo de 24,5 m.kgf a um regime baixíssimo, 1.400 rpm, que indica notável elasticidade. A BMW aplica-o ao Mini Cooper S, mas com maior rendimento (184 cv), enquanto variações ainda mais "bravas", de 200 a 211 cv, são usadas no DS3 Racing dos europeus e no Mini John Cooper Works. O do Citroën traz a função de sobrepressão (overboost) da terceira até a sexta marcha, que aumenta por instantes a pressão máxima do turbo e eleva o torque a 26,5 m.kgf.

Ao dar a partida, o motor THP (Turbo High Pressure, ou turbo de alta pressão) gira silencioso, mas basta um pequeno golpe no acelerador para sentir sua fome de subir de rotação. Primeira engatada e, pelas congestionadas ruas da capital paulista em uma manhã de caos — greve dos metroviários —, rumamos para a rodovia que nos levaria a um animado palco de teste, um kartódromo na região de Itu, no interior de São Paulo.

No para-e-anda urbano, maciez da embreagem, rapidez do volante e boa resposta do motor em baixas rotações são atributos evidentes do DS3. Vem à mente a explanação técnica de Jeremie Martinez, gerente de produto da Citroën, de que já a 1.400 rpm os 24,5 m.kgf de torque máximo estão presentes — o que torna natural guiar em souplesse,  ou seja, passando marchas sem elevar muito a rotação e aproveitando a boa resposta ao acelerador mesmo quando a agulha do conta-giros está lá embaixo.

Mas assim que o caminho fica mais livre deixamos para trás detalhes apreciáveis em cidade, como a estupenda agilidade do DS3, para sentir o quanto os 165 cv do motor do novo Citroën são capazes de proporcionar em termos de aceleração e... prazer. A saída do pedágio é a chance de afundar o pé direito com fé no acelerador e notar a progressão decidida do 1,6-litro, que a partir da terceira marcha usufrui a permissão para aumentar o limite de pressão do turbo. Três ou quatro pedágios depois, confirmamos que o DS3 é um foguetinho, mas não um mau caráter: nada de perda de aderência nem mesmo se desligarmos o controle de tração.

Ainda sobre desempenho, uma interessante constatação: com motor idêntico ao do RCZ, mas acoplado a uma caixa manual — com transmissão de energia mais eficiente que uma automática — e movendo um carro 200 kg mais leve, o DS3 consegue superar o "primo" tanto em aceleração de 0 a 100 km/h quanto em velocidade máxima, apesar de custar algo como R$ 60 mil a menos. É certo que o RCZ tem seus atributos ímpares, como a forma de cupê com elegância incomum, mas será sempre incômodo para seus donos ter que abrir caminho para um pequeno Citroën que começar a crescer no retrovisor...

A suspensão do DS3 nada tem de sofisticado, pois recorre ao "arroz com feijão" do conceito McPherson à frente com eixo de torção na traseira. Ponto alto são os pneus Michelin Pilot Exalto em medida 205/45 R 17. No kartódromo, o traçado apertado que mal permitiu engatar terceira pareceu sob medida para o pequeno mostrar uma faceta incomum aos Citroëns, ou seja, um acerto de suspensões firme. Mesmo tentando emular o campeão mundial de rali (com DS3...) Sebastien Löeb, atacando zebras e até mesmo entortando trajetórias abusando dos freios, notamos o quanto é difícil para o carro perder a compostura.

Mesmo se desligado, o controle de tração continua a atuar, mas em nível mais permissivo. Não "mata" todas as perdas — muitas vezes intencionais — de aderência, apenas as mais pronunciadas. E no balé esquerda-direita-esquerda a rigidez estrutural é destaque. Pedais bem posicionados, apoio para o pé esquerdo amplo e banco exato completam um cenário de verdadeiro carro esportivo, onde motor e suspensões podem ser seviciados a sério, entregando prazer a quem valoriza uma tocada mais alegre.

O resumo do primeiro contato com o novo Citroën é amplamente positivo. Estética e dinamicamente valoroso, tem como trunfo um preço bem menor que os dos rivais Mini e A1 e se contrapõe a eles oferecendo desenho inovador e criativo, além de desempenho superior. Um senão? Talvez a falta de opção de uma caixa automática ou, melhor ainda, automatizada como a do A1, que agradaria não aos clientes esportivos, mas a uma leva que compraria o DS3 como carro de charme, algo que ele também — ou acima de tudo — sabe ser. E muito bem, por sinal.

 
 
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