Repouso ao pé esquerdo

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A Citroën C3 Picasso ganha câmbio automático e fica mais
confortável no trânsito, mas merece alguns refinamentos

Texto: Fabrício Samahá - Fotos do autor e de Roberto Agresti

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Na aparência ou no acabamento, a versão Exclusive não muda com a nova opção de câmbio; o navegador integrado ao painel custa R$ 2.500

 

Minivan e câmbio automático parecem feitos um para o outro. Primeiro porque a proposta desses carros está associada a conforto e praticidade, não a desempenho esportivo; e depois porque o público feminino, bastante adepto das minivans, é também grande apreciador de soluções que o livrem de acionar o pedal de embreagem e a alavanca de câmbio infinitas vezes por dia. Assim, foi com boa expectativa que recebemos para avaliação a Citroën C3 Picasso com caixa automática.

Essa alternativa levou algum tempo para estar disponível, mas hoje pode equipar também a C3 Aircross, sua irmã "aventureira". A caixa em si não constitui novidade: com quatro marchas e modo de seleção manual, é conhecida de outros modelos do grupo PSA Peugeot-Citroën. Pode ser aplicada às versões GLX e Exclusive ao custo de R$ 3.500, ficando de fora a opção de entrada GL. Com ela, a Exclusive passa a R$ 61.400, mas chega a R$ 64.890 com os dois outros opcionais — pintura metálica e navegador por GPS integrado ao painel.

Com uma reluzente cobertura cromada junto à alavanca, a caixa automática segue as características já habituais na marca. As posições P, R, N e D somam-se a um canal longitudinal no lado esquerdo para mudanças sequenciais para cima (à frente) e reduções (para trás). Dois botões acionam programas especiais: esporte (S), que mantém o motor em rotações mais altas para ganho de agilidade e efeito de freio-motor ao desacelerar, e de inverno (indicado pelo ideograma de um floco de neve), que força o uso de marchas mais altas para pisos de baixa aderência.

Tanto a marcha em uso quanto o emprego de um desses programas vêm indicados no quadro de instrumentos, do lado direito. Quando o modo manual está ativo, pela colocação da alavanca para a esquerda, as trocas para cima continuam automáticas no limite de rotações, mas o motorista pode acelerar a fundo — desde que não até o fim do curso — sem provocar redução, o que permite aplicar o método carga para reduzir o consumo.

Em teoria, parecem boas soluções. E na prática, como a caixa se comporta? E como fica o desempenho da C3 Picasso com um câmbio menos eficiente na transmissão de energia?

A primeira impressão é favorável. A minivan mostra-se mais ágil do que se esperava, pois a calibração da central eletrônica privilegiou o desempenho, mantendo o motor em rotações médias mesmo no uso mais moderado. Com isso, a fase mais crítica da unidade de 1,6 litro e 16 válvulas — até cerca de 2.500 rpm —, em que o torque disponível é modesto para o peso do carro, raramente é usada, a menos que o motorista assuma o comando das trocas. As mudanças são relativamente suaves e bem mais confortáveis que as dos automatizados da concorrência.

A opção pelo automático traz um efeito colateral interessante. Enquanto na C3 Picasso manual o motor gira alto em uso rodoviário (3.850 rpm a 120 km/h em quinta marcha, calculados), trazendo desconforto pelo nível de ruído e a sensação de "pedir marcha", nessa versão a rotação é mais baixa e confortável (3.450 rpm em quarta). Assim, o câmbio não é recomendado apenas para quem tem o uso urbano como mais frequente: traz vantagem também aos que viajam muito.

Os bancos vêm revestidos em couro e malha, padrão adequado a nosso clima; o bom espaço interno só deixa a desejar na largura na traseira

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Data de publicação: 3/12/11

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