Negócio da China

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A Chery estreia no Brasil com o Tiggo, utilitário maior, mais potente
e bem mais equipado que o EcoSport da mesma faixa de preço

Texto: Fabiano Pereira e Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

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Honda CR-V de frente, Toyota RAV4 de traseira: embora pareça muito os japoneses de gerações passadas, o Tiggo agrada e transmite robustez

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O interior simples não mostra falhas de construção que muitos esperam dos chineses; o motor de 2,0 litros entrega boa potência em alta rotação

Pouco a pouco, os chineses vão chegando em busca de espaço no mercado brasileiro. Começaram por um compacto monovolume de motor de 1,0 litro, o Effa M100, que se tornou o carro mais barato do País, e por utilitários de pequeno e médio portes das marcas Effa, Chana, Hafei e Jinbei, incluindo versões atuais dos conhecidos furgões Towner e Topic. Agora é diferente: estreia um utilitário esporte compacto, o Chery Tiggo.

Não se trata de um chinês legítimo: é montado no Uruguai com grande parte dos componentes enviada pelo país asiático. Ser feito no Mercosul lhe dá a vantagem de ser vendido no Brasil sem recolher Imposto de Importação de 35%. O preço sugerido reflete essa estratégia: R$ 49.900 na versão inicial dotada de motor de 2,0 litros a gasolina, tração dianteira e câmbio manual. Opções de tração nas quatro rodas e caixa automática de quatro marchas vêm no próximo ano. Em mercados externos existem ainda motores de 1,6 e 2,4 litros, sempre de quatro cilindros a gasolina; na Itália, a empresa DR o produz sob o nome DR5 e oferece um turbodiesel Fiat de 1,9 litro.

O conteúdo de série é muito atraente pelo preço: ar-condicionado de ajuste manual, rodas de alumínio de 16 pol (incluindo estepe), controle elétrico dos vidros/travas/retrovisores, faróis de neblina, ajuste elétrico do facho dos faróis, terceira luz de freio, repetidores laterais das luzes de direção, rádio/toca-CDs com MP3, alarme antifurto, para-brisa com faixa degradê, bolsas infláveis frontais e freios com sistema antitravamento (ABS) e distribuição eletrônica de pressão entre os eixos (EBD). A garantia é de três anos.

O convidativo preço promete dar trabalho ao Ford EcoSport, que parte de R$ 50.340 na versão XL de 1,6 litro e começa em R$ 58.110 na XLS de 2,0 litros, de desempenho mais próximo ao do Tiggo. O Chery pode ser também alternativa a CrossFox 1,6 (R$ 41.530 sem ar-condicionado), Palio Adventure Locker 1,8 (R$ 53.040) ou Sandero Stepway 1,6 (R$ 41.830, também sem ar). Sobre qualquer um deles tem as vantagens das bolsas infláveis e do ABS já incluídos, mas é o único sem motor flexível em combustível. Outros utilitários esporte custam bem mais, caso do Mitsubishi Pajero TR4 2,0 (R$ 66.730 já com tração 4x4), Hyundai Tucson GL 2,0 (R$ 69.900) e Kia Sportage LX 2,0 (R$ 67.500). Mesmo o compacto Suzuki Jimny 1,3 é mais caro (R$ 57.490), embora tenha tração 4x4.

A China é hoje o segundo maior produtor mundial de automóveis, com cerca de 150 fabricantes, e está prestes a se tornar o maior exportador. Fundada em 1997, a Chery (pronuncia-se "tcherri", como cereja em inglês) é uma empresa estatal com sede na cidade de Wuhu, província de Anhuí, e 15 unidades produtivas em 11 países: quatro na China, duas no Irã e mais uma na Ucrânia, Tailândia, Vietnã, Síria, Rússia, Malásia, Uruguai, Indonésia e Egito. Seu primeiro carro ficou pronto em dezembro de 1999. No ano passado vendeu 360 mil veículos no mercado chinês, onde é a líder entre as empresas 100% locais. No Brasil, espera colocar nas ruas 2.500 unidades do Tiggo este ano e 10.000 no ano que vem. Depois dele serão lançados o pequeno QQ, com motor de 1,1 litro e preço de R$ 22.900; o Face, com formato monovolume, a R$ 29.900; e o modelo médio A3 (cujo nome será alterado para evitar confusão com o Audi), em carrocerias hatch e sedã, a partir de R$ 42.900. A empresa promete também que em 2010 seus motores serão flexíveis.

Alguns centímetros maior que o EcoSport em comprimento, largura, altura e distância entre eixos, o Tiggo faz lembrar os japoneses Honda CR-V e Toyota RAV4 das gerações passadas, pela grande semelhança com a frente de um e a traseira de outro, o que não é novidade em projetos chineses. Ainda que lhe falte identidade (o que aconteceu por décadas com os carros dos próprios japoneses, é bom lembrar), o modelo lançado na Ásia em 2005 tem aspecto atual e agradável, com a impressão de robustez que o público-alvo desses veículos procura. As rodas trazem pneus de medida generosa, 235/60, e o estepe externo é fixado à tampa traseira, cuja articulação lateral a faz abrir da esquerda para a direita — um padrão asiático não adequado ao Brasil, pois não permite acesso pelo lado habitual da calçada. Mas também é assim nos modelos de origem japonesa e sul-coreana; apenas o nacional EcoSport foge à regra. Continua

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Data de publicação: 22/8/09

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