Monstro elegante

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Por trás de belas formas e um interior refinado, o Audi S6 revela, ao
ligar o motor V10 de 435 cv, que não faz parte do mundo "normal"

Texto: Roberto Agresti - Fotos: divulgação

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Embora a atual geração da linha A6 já tenha seis anos, o S6 conquista pelo equilíbrio de linhas, acentuado pela decoração da versão esportiva

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O motor V10 "domesticado" do Lamborghini Gallardo oferece torque de 55 m.kgf; dentro das rodas de 19 pol, discos de freio que impressionam

Um carro longo, preto, elegante. Quatro portas, amplo porta-malas e todos os itens de conforto, conveniência e segurança que a mais recente tecnologia pode oferecer. Tudo isso custa caro — nada menos que R$ 399 mil —, mas não são o luxo, o requinte e a exclusividade do Audi S6 as partes mais cativante de sua personalidade. O que há de mais especial está escondido sob o capô: o motor V10 de 5,2 litros.

Nascido na Itália, na pequena cidade de Sant’Agata Bolognese, na Emília Romanha — tida como a região mais fanática por tudo que é movido a motor no país —, tal V10 foi originalmente concebido para equipar o Lamborghini Gallardo, mas há algum tempo "emigrou" para a Alemanha. E lá, em Ingolstadt, a Audi, dona da Lamborghini, fez questão que o bruto V10 frequentasse um curso intensivo de boas maneiras para se adequar a modos e usos de quem compra um sedã de quase cinco metros de comprimento. Imagine a tarefa hercúlea que é domesticar um ser selvagem para frequentar os melhores "salões" da nobreza endinheirada.

Mas alemães são um povo conhecido pela tenacidade, além da indiscutível capacidade técnica, e assim o V10 de aspiração natural, que no Gallardo chega a ter até 570 cv, desceu bons degraus em termos de potência para entrar no cofre do S6. Agora são 435 cv muito bem lapidados, quase tanto quanto na geração anterior do RS6 (450 cv), versão que representa o topo da linha A6 e que hoje tem 580 cv. Já o portentoso torque de 55 m.kgf se manteve e ganhou distribuição muito melhor pelo arco de rotações úteis, com o ponto máximo constante entre 3.000 e 4.000 rpm. Contribuem para isso as variações do coletor de admissão e do tempo de válvulas (de forma contínua) tanto de admissão quanto de escapamento.

Vamos direto ao ponto: dirigir o S6 é uma experiência impressionante. E, em certos aspectos, até mais do que guiar o Audi R8 V10, que usa o mesmo motor, só que com 90 cv a mais (e em um carro com 300 kg a menos). Como assim? Assim: no R8 V10 estamos num superesportivo, onde o posto de condução pequeno, a pouca altura do solo e as dimensões contidas armam o clima óbvio de um carro poderoso. Afundar o pé e sentir os largos pneus mordendo o solo e arremessando o carro à frente, costas coladas ao banco, é o roteiro manjado, sem novidade.

Já sentir coisa parecida num sedã para levar toda a família muito bem acomodada e notar que a competência, no frigir dos ovos, é equivalente, impressiona mais. E outro detalhe importante é o fato de termos guiado o S6 no mundo real, em vias públicas, e não em pista, conferindo durante mais de uma centena de quilômetros de estrada como reage um "monstro" elegante, bem educado, mas que sabe ser terrível quando cutucado.

A tração integral permanente Quattro em condições normais distribui a potência em 40% para as rodas dianteiras e 60% para as traseiras, mas a repartição varia conforme a aderência de cada eixo. A ela está associada uma caixa de câmbio automática de seis marchas, que impressiona por dissimular as passagens de marcha de maneira impecável. Não se trata do câmbio CVT presente no A4, batizado pela Audi de Multitronic, e tampouco o manual automatizado S-Tronic com duas embreagens presente no A3.

No S6 o câmbio automático tradicional — com opção de troca manual na alavanca do console ou nas pequenas aletas do volante — só faz o motorista perceber a passagem das marchas de duas maneiras: visualmente, olhando para o ponteiro do conta-giros, ou da maneira mais divertida, "socando o pé" e deixando os ouvidos se maravilharem com o urro de 435 cv. Como todo carro de faceta marcantemente esportiva, o S6 alterna seu lado suave e silencioso de quando levado com um fiozinho de acelerador a uma estupenda ignorância.

Quando as comportas se abrem e a mistura ar-combustível chega às 10 câmaras de combustão via sistema de injeção direta FSI (Fuel Stratified Injection, referência à mistura estratificada, ou composta de diversas camadas), os quatro escapamentos comunicam com "voz" gutural que o motor está a pleno. De acordo com a fábrica, a aceleração de 0 a 100 km/h requer apenas 5,2 segundos, apesar do robusto peso de 1.910 kg, e a velocidade máxima é de 250 km/h, quando atua o limitador eletrônico. Continua

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O logotipo tradicional da série esportiva está bem à vista, assim como as quatro saídas de escapamento; nas lanternas traseiras são usados leds

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Data de publicação: 21/8/10

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