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Dias de fúria

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O mais potente Audi em produção — 580 cv! — é uma perua, a RS6,
que elimina a chance de dirigirmos um carro sem achá-lo chocho

Texto: Roberto Agresti - Fotos: Paulo Keller

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Para-lamas abaulados, anexos aerodinâmicos e belas rodas de 20 pol com acabamento grafite contam que essa não é uma A6 Avant qualquer

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As siglas RS e RS6 estão na grade, na traseira, nas pinças de freio e em vários locais do interior, para não deixar dúvidas de suas intenções

Para alguns é a garganta, que fica seca. Outros sentem um aperto no peito ou um rebuliço no estômago. E há os que sentem comichões mais embaixo. Mas será no cérebro, na mente, que a inimaginável experiência e as brutais sensações de dirigir a Audi RS6 Avant deixarão sua maior marca. O mais potente dos Audis jamais fabricados para uso em rua, e um dos mais "ignorantes" veículos de quatro portas — e um grande porta-malas — do planeta, é um automóvel muito, muito especial.

O paradoxo principal? A RS6 Avant é uma perua com a qual se pode fazer supermercado, ir ao clube, viajar para a praia ou campo com família, cachorro e papagaio a bordo. Enfim, ser usada de fato. Você se imagina fazendo tudo isso com um Ferrari, um Porsche ou um Lamborghini? Se a resposta é sim, você realmente perdeu um parafuso. Para todos eles o mundo real, a vida como ela é, é complicado. Sua inadequação aos percursos urbanos é escandalosa e, para serem realmente desfrutados sem incômodo, esses carros de sonho precisam ser levados para uma estrada de sonho ou, melhor ainda, uma pista.

Já com a Audi RS6 Avant o sonho é acordado mesmo. Usamos uma delas, na cor azul Sepang eletricamente vistosa, durante uma semana para essa avaliação especial que, em paralelo à do BMW 550i, marca o 13º aniversário do Best Cars. Foi um sonho que fizemos questão de tratar como um carro normal. Mas o que é normal?

É normal fazer de 0 a 100 km/h em 4,8 segundos e chegar aos 250 em menos de meio minuto? É normal custar mais de R$ 550 mil? É normal ter rodas de aro 20 pol em pneus 275/30? E ter 580 cv distribuídos em 10 cilindros superalimentados por dois turbocompressores, é o quê? Claro que normal não é. Mas saiba que, além das quatro portas, do amplo compartimento de bagagem e de espaço interno adequado para quatro adultos, ou até cinco, essa Audi viveu em São Paulo e adjacências sem sofrer e sem fazer seu motorista sofrer. Raspa a frente? Quase nada. Bate embaixo nas lombadas? Difícil. Constrange por ser chamativa? Minimamente.

Normal? Normal... E de anormal, o que há?

Há a "patada", o murro no estômago, a resposta boçal ao comando do acelerador — apenas comparável, em nossa mísera experiência, a acelerar uma moto superesportiva tipo Yamaha YZF R1 ou Honda CBR 1000 RR Fireblade. Mas há uma grande diferença entre tais motos e esse carro: na RS6 Avant é sempre possível atolar o pé no fundo e fazê-la progredir de zero até onde a coragem e/ou o bom-senso deixarem, sem nenhuma tarefa especial. Nas motos, nem sempre.

Magias eletrônicas e a tração integral Quattro, em conjunto com os enormes pneus, agarram o asfalto projetando à frente o atônito passageiro dessa tecnologia, o motorista, que se sente numa nave de George Lucas ingressando no hiperespaço, enquanto transforma a paisagem circunstante em borrão. Numa moto a reduzida área de contato do pneu traseiro e a incontrolável vontade do dianteiro em apontar para o céu limitam a brincadeira e, por mais hábil que seja o piloto, sempre fica a sensação de que a arrancada poderia ter sido melhor.

Na RS6 Avant não há frustração. Ele sempre faz o melhor, sem dúvida. Seja quando se usa a caixa de câmbio automática pelas alavancas no volante, seja deixando tudo a cargo do automatismo, a grande Audi azul parte como um raio. A marca de Ingolstadt anuncia que suas duas toneladas precisam de apenas 4,6 segundos para passar de 0 a 100 km/h. Nossa simulação apontou pouco mais, 4,8 s, mas quisemos checar na prática. Usando o sistema Race Chrono de medição por GPS, marcamos os mesmos 4,8 s com dois barrigudos a bordo e tanque cheio, e na primeira tentativa...

A alma da RS6 é o V10 nascido para equipar o Lamborghini Gallardo e que, diligentemente, foi adequado pela Audi para equipar carros tão diferentes quanto o próprio Gallardo, o Audi R8, os sedãs S6 e S8 e essa impressionante perua. Em cada um a receita aplicada foi diferente — com ou sem turbos, com 5,0 ou 5,2 litros de cilindrada e com diferentes afinações. E a mais apimentada, veja você, foi reservada para a RS6 Avant
mais até que a do mais temperado Lamborghini V10, o LP 570-4 Superleggera. Continua

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Data de publicação: 23/10/10

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