Com suspensões modernas, tração
integral permanente e motores de mais de 200 cv, o Audi promete valentia
em condições fora-de-estrada
Posição de dirigir é ponto alto
do Q5, que ainda oferece amplo teto solar
Apesar da avaliação muito
limitada, ficaram boas impressões sobre o utilitário, que enfrentará
concorrentes bem-equipados e mais baratos |
O Q5 mede 4,63 metros de comprimento (o maior da categoria), tem
distância livre do solo de 20 centímetros e os ângulos de entrada e
saída são de 25 graus. Com essas configurações, pode superar trechos
alagados com até 50 cm de água e vencer inclinações de até 31 graus,
situações extremas que raramente um usuário, mesmo o mais aventureiro,
vai impor a um veículo de mais de R$ 200 mil. O restante do percurso se
limitou a um modesto trecho de terra com ligeira inclinação lateral e
algumas pedras. Nada que o próprio Q5 não pudesse superar mesmo sem os
recursos tecnológicos que oferece.
No percurso de asfalto, nova frustração. Conduzidos em comboio pelas
rodovias Anhanguera, D. Pedro I e outras adjacentes por cerca de
minguados 70 quilômetros em horário movimentado, os Audis mal tiveram
oportunidade de mostrar para o que realmente vieram. Em que pese a boa
vontade do líder do comboio em puxar o grupo em vigorosas acelerações,
pouco se fez sentir de todo o potencial do carro. Assim, restou analisar
o ambiente interno, em que requinte, conforto e ergonomia perfeita já
eram de se esperar pela tradição da marca. Atenção especial para o
enorme teto solar Open Sky, que acentua a elegância do modelo e
proporciona agradável sensação.
Com diferencial à frente da embreagem e atrás do motor, o Q5 oferece
2,81 m de distância entre eixos, a maior da categoria, mesmo com motor
longitudinal e plataforma projetada para tração dianteira — basicamente
a mesma do novo A4 e do cupê
A5, sem relação com a do
VW Tiguan. O resultado é um notável espaço
interno e melhor distribuição de peso por eixo, o que em tese também
proporciona melhor estabilidade direcional e condução mais esportiva. O
banco traseiro permite ajuste de inclinação do encosto e, se rebatido,
amplia a capacidade de bagagem de 540 para 1.560 litros.
Com linha de cintura alta, rodas de alumínio forjado entre 18 e 20
polegadas, desenho elegante e escultural e a imponente grade dianteira,
o Q5 lembra mais um esportivo parrudo e com "cara de mau" do que um 4x4
de luxo. O coeficiente aerodinâmico (Cx) é
bom para o tipo de veículo, 0,33, e as lanternas traseiras também usam
leds. Tanto o capô quanto a quinta porta são de alumínio, material
empregado ainda em vários itens da suspensão.
E a Audi promete mais. Paulo Kakinoff, novo presidente da marca no
Brasil (antes diretor de marketing da Volkswagen), abriu a entrevista de
imprensa mandando um recado otimista: o Q5 é apenas o primeiro — e o
mais importante — de uma série de lançamentos que a empresa fará no País
ainda este ano. Segundo Kakinoff, apesar da crise, a Audi apresentou 24%
de crescimento nas vendas do primeiro trimestre em relação ao mesmo
período de 2008. Ele garantiu: "No segundo semestre vamos lançar aqui os
novos A3, A6 e duas versões esportivas, a S3 e a TT-S." |