Dois-litros família

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O Audi A5 Sportback é um hatch com jeito de cupê e desempenho
de esportivo, mérito do motor 2,0 turbo e da caixa Multitronic

Texto: Fabrício Samahá e Geraldo Tite Simões - Fotos: divulgação

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A plataforma é comum ao A4 e ao A5 cupê, mas o Sportback busca um aspecto diferenciado com as cinco portas e o caimento suave do teto

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Ampla quinta porta dá fácil acesso ao bom compartimento de 480 litros

Que sensação pode provocar fazer uma curva a 200 km/h? Medo, insegurança, pânico ou prazer? Se for atrás do volante do novo Audi A5 Sportback, em princípio a sensação é de curiosidade ("Será que vai dar certo?"), seguida por absoluto prazer ao descobrir que um carro com todo o aspecto de "família" é capaz de oferecer a estabilidade de um esportivo.

Ao apresentar esse modelo, o presidente da Audi do Brasil, Paulo Kakinoff, fez uma descrição que se encaixa perfeitamente na proposta: "Trata-se de um carro três-em-um, porque tem elegância de cupê, conforto de sedã e praticidade de station-wagon". A definição cai como uma luva, porque realmente o espaço interno é típico de um sedã médio-grande, apesar da carroceria hatch de cinco portas. Para conseguir uma boa acomodação aos dois ocupantes do banco traseiro, esse A5 tem uma grande distância entre eixos de 2,81 metros. Kakinoff em pessoa serviu como modelo e, com 1,80 metro de altura, entrou e saiu várias vezes do banco de trás sem bater a cabeça.

Pode-se acrescentar uma quarta característica: esportividade. E é aqui que a breve avaliação com o A5 em Indaiatuba, SP revelou algo surpreendente. Como é possível um motor de 2,0 litros oferecer a potência de 214 cv e respostas praticamente instantâneas ao pé direito, como se tivesse cilindrada bem maior? Entre outras razões, a eficiência vem do sistema de injeção direta nas câmaras de combustão (que permite alta taxa de compressão para um motor superalimentado, 9,6:1) e do turbocompressor, além do comando de válvulas com variação de tempo nas de admissão e do resfriador de ar. Os números impressionam: aceleração de 0 a 100 km/h em 7,4 segundos e velocidade máxima de 234 km/h. Tudo isso com consumo reduzido para esse padrão de desempenho, variando de 11 a 17 km/l pelos dados da fábrica. A Audi colocou em prática, mais uma vez, o exercício de engenharia conhecido como downsizing, que parte de motores pequenos e lhes aplica grande eficiência.

Apresentado na Alemanha em julho do ano passado, o A5 Sportback é o terceiro membro da família A5, que conta ainda com o cupê e o conversível. Derivados do sedã A4, esses modelos buscam um estilo mais esportivo, capaz de agradar a quem não se veria bem em um comportado três-volumes de quatro portas — mesmo que eles sejam automóveis muito parecidos em vários aspectos. É do A4 que vem a plataforma de tração dianteira do A5, que oferece capacidade de bagagem de 480 litros (a mesma do sedã), ampliáveis a 980 com o rebatimento do banco traseiro. Altura total 26 mm menor que a do A4, janelas laterais sem molduras e o caimento suave do teto contribuem para o jeito de cupê do Sportback. A proporção entre chapa e vidros nas laterais, ao redor de dois terços para um terço, transmite robustez e reforça a sensação de que o teto foi rebaixado. Na extremidade traseira das janelas, uma quebra aponta inspiração no Audi 100 Coupé de 40 anos atrás. O coeficiente aerodinâmico (Cx), 0,29, é bom para nossos dias mesmo sem se destacar.

Também do sedã vem o motor turbo de 2,0 litros, por enquanto o único disponível para este A5 no mercado brasileiro. Na Europa são nada menos que oito versões, de 1,8 a 3,2 litros e de 143 a 265 cv, incluindo as movidas a diesel — e existem ainda o V6 com compressor e 333 cv do S5 e o V8 de 4,2 litros e 450 cv do novíssimo RS5. Outras alternativas de lá que ainda não constam por aqui são a tração integral permanente Quattro com diferencial traseiro ativo e a caixa de câmbio manual automatizada S-tronic de sete marchas e dupla embreagem. Para o Brasil vem a automática de variação contínua (CVT) Multitronic com comandos no volante para as trocas "virtuais" de marcha, já conhecida do A4. Como se sabe, um CVT não tem marchas definidas, mas nesse modo de uso a caixa simula oito relações para que haja ciclos de subida e queda de rotação durante as acelerações — uma medida para agradar aos ouvidos, já que a rotação estabilizada do modo normal do câmbio é mais eficiente.

Como seria de se esperar de um carro com preço sugerido de R$ 189.000, o interior é impecável e muito bem-equipado. Entre os itens de série estão bancos esportivos com ajuste elétrico (até de apoio lombar), teto solar, limpador de para-brisa e faróis automáticos, computador de bordo, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, acionamento eletromecânico do freio de estacionamento (por botão, sem a tradicional alavanca), sistema de informação e entretenimento Audi Infotainment (com tela de 6,5 polegadas no console para comandar o sistema de áudio para seis CDs com MP3, ar-condicionado, telefone por Bluetooth e outros), bolsas infláveis frontais e laterais, controle de estabilidade, bloqueio eletrônico do diferencial e faróis bi-xenônio com luzes diurnas por leds, usados também nas lanternas traseiras. Há apenas duas opções ao mesmo preço de R$ 10.000: rodas de 19 pol em vez de 18 e sistema de áudio Bang & Olufsen com 505 watts e 14 alto-falantes. Continua

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Data de publicação: 3/5/10

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