Mais 14% de potência e 6% de
torque deixaram os modelos da família um pouco mais ágeis, com um
aumento de preço bem razoável de R$ 190 |
O
recente lançamento de Palio e Siena Fire Flex,
com motor flexível em combustível de
1,0 litro e 66 cv, trouxe uma dificuldade à Fiat: como convencer o
consumidor a pagar mais pelas versões de 1,25 litro e 71 cv, também
flexíveis, já que a vantagem aparente de desempenho era pequena. Mas a
empresa de Betim, MG já tinha na manga uma carta decisiva: o motor Fire
Flex de 1,4 litro, oito válvulas e 81 cv.
Inédita na linha Palio — apenas o Uno Turbo e o Oggi CSS, de produção
limitada, tiveram motor 1,4 entre os Fiats nacionais —, essa cilindrada
corresponde à de Celta, Peugeot 206 e Citroën C3, havendo possibilidade
de que a Volkswagen lance algo similar em breve. Não menos importante,
fica no perfeito meio-termo entre o 1,0 e o 1,8-litro das versões de
topo — e traz um ganho razoável em torque e potência.
O 1,4 chega sem inovações (leia boxe) para
equipar as versões ELX de Palio, Siena e Palio Weekend e o picape Strada
Fire, com cabine curta e estendida. Todos já são da linha 2006. O 1,25
permanece apenas no Doblò, com 16 válvulas e 80 cv, embora seja esperado
que se estenda ao furgão mais tarde. Curiosamente, o 1,0 dos novos
Palios EX e ELX ainda não se tornou flexível. Vale notar que o 1,4 é o
primeiro motor lançado no Brasil já com a capacidade de rodar com os
dois combustíveis — todos os outros começaram pela gasolina somente.
A troca de motor vai custar pouco ao consumidor: R$ 190 a mais no caso
de hatch, sedã e perua. O Palio ELX passa a custar R$ 29.390, o Siena R$
33.320 e a Weekend R$ 36.120. No caso do Strada houve aumento mais
expressivo de R$ 470, mas que inclui o motor flexível, não disponível no
1,25: foi a R$ 28.190 com cabine simples e R$ 31.470 com a estendida.
Dos 70 cv com gasolina e 71 com álcool, do 1,25-litro, passam-se a 80 e
81 cv, na ordem, cerca de 14% a mais, enquanto o torque máximo cresce de
11,4 e 11,6 m.kgf para 12,2 e 12,4 m.kgf, ou 6% mais. O pico de torque
continua "lá embaixo", em 2.250 rpm, uma boa característica para uso
urbano. Os aumentos não são de deixar ninguém espantado, mas melhoram um
pouco o
desempenho geral e devem trazer um alívio em certas situações, como ao
enfrentar subidas com carga total.
A Fiat divulga que a velocidade máxima de Palio, Siena e Weekend passou
de 157 para 165 km/h (com gasolina) e de 159 para 166 km/h (com álcool).
No Strada houve maior vantagem, pois o motor 1,25 não era flexível e
tinha só 67 cv: de 152 km/h foi para 161/162 km/h, gasolina/álcool. Em
aceleração de 0 a 100 km/h, cada modelo melhorou entre 0,9 e 2,4
segundos. E o consumo foi muito pouco afetado: no caso do Palio, só
perdeu 0,2 km/l na estrada, mantendo o valor declarado em cidade,
qualquer que seja o combustível.
Continua |