O Mille no autódromo de Tarumã: um Fusca moderno com estabilidade que
não causa surpresas. Embaixo, a versão de cinco portas, que acompanha as
mudanças e perde o sulco à altura das maçanetas |
Alguns gostariam de ver
nele os Fires mais potentes, como o 1,0-litro de 65 cv do Palio 2004 ou
mesmo o 1,25-litro de 71 cv flexível em
combustível. No primeiro caso, explica a Fiat, o problema é o custo
da central eletrônica mais evoluída, que teria de ser repassado ao
consumidor. Adotar o motor de maior cilindrada colocaria o carro em
faixa de tributação mais pesada, podendo aproximar seu preço ao do Palio
Fire. Mas a marca deixa uma abertura quanto à possibilidade de adotar um
motor flexível mais adiante.
O que não agrada no Mille é a coluna de direção adotada em 2001, junto
do motor Fire, a mesma do Palio: muito alta, força uma posição estranha
aos braços. Já a oferta de assistência hidráulica é bem-vinda, mesmo que
o sistema original não seja pesado. Com 3,4 voltas entre batentes, é
mais rápida e tem peso ideal em velocidades variadas. O preço pedido é
coerente, já que as concessionárias GM cobram o dobro pelo sistema
instalado no Celta 1,4, por exemplo.
No conjunto, o Mille reafirma-se como um legítimo sucessor do Fusca:
simples, despretensioso, robusto, acessível — mas econômico em
combustível e dotado de comportamento dinâmico seguro e isento de
surpresas, o que o Volkswagen não era. Os preços não mudaram com a
reestilização e permanecem pelo menos 10% inferiores aos de Celta e Gol
Special, os mais baratos modelos das marcas concorrentes: R$ 16 mil com
três portas, R$ 17,1 mil com cinco.
O veterano Uno parece mesmo apto a romper, valente, a barreira dos 20
anos e ter ainda longa vida pela frente. |