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Como anda   A primeira impressão ao dirigir o L200 Sport é a de solidez, mesmo nos trechos de terra mais esburacados e irregulares, inclusive no precário asfalto da rodovia BR-050. À solidez junta-se um conforto de marcha dos melhores para a categoria e nível de ruído interno dos mais baixos.

A visibilidade é boa em todas as direções, embora a tomada de ar para o resfriador pudesse ser um pouco menor. Os retrovisores externos, ambos convexos, propiciam ao motorista visão para trás e para os lados extraordinária. Nota 10 nesse item. Como no concorrente Toyota Hilux, a distância banco-assoalho é de automóvel, contribuindo para reduzir a sensação de “caminhão”.

A caçamba está maior e oferece revestimento de couro opcional mas, apesar
da posição de dirigir adequada, o L200 continua desconfortável no banco traseiro

O veículo é dócil de comandos, carga do pedal de embreagem e esforço para engatar marchas, resultado de refinamento nessa área. Não existe trava redundante para engatar a ré. O volante de quatro raios é agradável e o pé esquerdo tem onde ficar, com um bom apoio à esquerda. O motor é elástico e o turbo entra sem demora. Entregando a maior potência a 4.000 rpm, tem mais jeito de motor a gasolina que diesel. Seu funcionamento é verdadeiramente suave.

Abusando nas curvas o comportamento é mais do que adequado para um picape cabine-dupla. Mesmo com o eixo traseiro rígido entrando em freqüência não se nota tendência a perder contato significativo com o solo. Os freios são potentes, mas o sistema antitravamento poderia contar com tecla para desativá-lo se o motorista desejar, como ao trafegar em piso irregular ou coberto de pedriscos. O câmbio automático funciona dentro do previsto e, como no manual, para a operação de 4x2 para 4x4 basta um leve movimento na pequena alavanca auxiliar.

O modelo traz faróis de neblina de série, mas faz falta a luz traseira de nevoeiro, útil também em estradas de terra poeirentas. Gostaríamos também de contar com acionamento do limpador de pára-brisa tipo uma-varrida. Lamentavelmente o fabricante ainda não informou desempenho e consumo, e o BCWS fica aguardando-os para logo informar aos leitores.
Continua

De repente, uma fábrica
A visão impressiona. Têm-se a impressão de estar chegando a uma filial de indústria multinacional, e das poderosas. Poder-se-ia esperar ver tudo numa cidade de 70.000 habitantes no sul de Goiás, quase tocando o triângulo mineiro, menos uma fábrica de automóveis. Fábrica de gente grande.

O lançamento do L200 Sport celebra o fim de uma fase de expansão da fábrica que teve sua pedra fundamental lançada em 1997 — portanto ontem, em termos de história — a partir da tenacidade de Eduardo Souza Ramos. De 1996, quando acertou com a Mitsubishi uma operação de peso no Brasil, deixando de ser mero importador, até hoje, foi muito empenho e dedicação e, por que não, dificuldades. Como a de ter feito uma cirurgia plástica no L200 e tê-lo mostrado aos japoneses depois — não gostaram nem um pouco e as relações chegaram a ficar estremecidas.

“Aí”, contou Souza Ramos, “os ventos viraram a nosso favor. Quando a DaimlerChrysler adquiriu o controle acionário da Mitsubishi no Japão, com 31,7% das ações, em março de 2000, quem foi nomeado para diretor-presidente foi Rolf Eckrodt, um alemão que havia conduzido por vários anos a Mercedes-Benz do Brasil, quem eu conhecia bem.

Ele, conhecedor do jeito brasileiro, baixou a ordem: a MMC Automotores terá autonomia para adequar seus produtos localmente e, mais importante, permanecerá como operação independente, com rede própria, fora do esquema Mercedes-Benz e Chrysler.” Rede que conta hoje com 80 concessionárias.

Assim, num investimento que já passou dos R$ 300 milhões — reais mesmo, a nossa moeda, como fez questão de frisar Souza Ramos —, a MMC Automotores dá emprego a 1.068 pessoas, das quais 900 em Catalão, onde apenas 15 são “estrangeiros” de São Paulo. A empresa faturou R$ 1 bilhão em 2002, está entre as 250 maiores empresas brasileiras e já detém participação de 1,35%  do mercado global (julho). Uma fábrica capaz de produzir 30.000 veículos por ano, salto de 200% sobre a capacidade

inicial de 10.000, de onde saem todo dia 44 veículos. São 250.000 m² de terreno e 45.000 m² de área construída. “Hoje é o dia mais importante da minha vida profissional”, disse Souza Ramos, ao falar do término desta fase de expansão.

Por que Catalão? “O Estado do Rio já tinha a Peugeot-Citroën, o Paraná estava com Audi e Renault, Minas Gerais já contava com Fiat e Mercedes e só dava incentivos para o Triângulo Mineiro. Então o Governo de Goiás nos contatou e ofereceu-nos inclusão no programa de incentivos deles, embora sem nenhum investimento. Achamos atraente e fechamos a questão”, explicou.

Quando os jornalistas convidados para o lançamento visitavam a fábrica, a bordo de carrinhos elétricos como os usados em campos de golfe, viram numa das alas um grupo de funcionários da produção fazendo ginástica coletiva de relaxamento, à Japão. Não admira que a qualidade dos Mitsubishis — palavra que significa ‘três diamantes’, justamente o logotipo da empresa — seja um destaque em si mesma.

Qualidade essa tem um artífice por trás dela: o engenheiro Luiz Rosenfeld, diretor industrial da empresa e responsável por desenvolvimento de produto. Autor do L200 Sport. Braço direito de Eduardo Souza Ramos.

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