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Pronta para os congestionamentos

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A Scénic sai na frente com uma transmissão automática
moderna, mas nem sempre obediente ao motorista

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: Fabrício Samahá e divulgação

Avenida Tiradentes, centro da capital paulista. Quarta-feira, 14 de novembro, véspera de feriado prolongado. Mais de 100 quilômetros de congestionamentos na cidade, segundo a CET -- Companhia de Engenharia de Tráfego. Poucas ocasiões seriam mais favoráveis ao conforto de uma transmissão automática, justamente a novidade que o BCWS avaliava na Renault Scénic RXE 2,0 16V.

À parte a importada Kia Carens, praticamente irrelevante no mercado (e que tende a se tornar ainda mais com sua deficiente divulgação à imprensa), a Scénic é a primeira minivan compacta a oferecer essa opção, cada vez mais aceita e desejada pelos brasileiros. Disponível desde agosto, pode equipar as versões RT e RXE, ambas com o motor de 2,0 litros, 16 válvulas e 138 cv, líder em potência no segmento. Paga-se pelo câmbio R$ 4.660, que incluem o revestimento em couro dos bancos (opcional de R$ 2.170 para a versão manual) e eleva o preço da RXE a R$ 49.650. A RT automática sai por R$ 43.590.

A transmissão Proactive é a primeira do gênero entre as minivans nacionais. Opera com suavidade, mas a retenção de marchas ao aliviar o acelerador nem sempre é bem-vinda

De origem francesa e denominada Proactive, a transmissão possui quatro marchas e trabalha com nove programas diferentes de funcionamento, em vez dos dois (econômico e esportivo) em geral oferecidos. A escolha entre eles é totalmente automática, de acordo com o modo de dirigir do motorista: rotação do motor, posição e velocidade de acionamento do acelerador, velocidade e carga do veículo. As únicas seleções manuais são o programa de inverno, que no Brasil pode ser útil sobre grama molhada ou lama, e o botão que desativa a quarta marcha, para maior agilidade nas retomadas.

Idêntica à versão de câmbio manual por fora, a nova Scénic diferencia-se pela nova alavanca no console (um pouco mais baixa do que o desejável) e um apoio de braço central, de altura ajustável, entre os bancos dianteiros. A indicação das marchas (P, R, N, D, 2, 1) e de qual está selecionada não está no console e sim no painel, junto ao conta-giros, bem visível. De resto, apenas o revestimento dos bancos em couro de série distingue esta versão da RXE 1,6 que avaliamos meses atrás (leia comparativo com Zafira e Picasso).

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A indicação das marchas fica no painel, dentro do conta-giros, e não junto
à alavanca. Computador de bordo e posição do volante poderiam ser melhores

Retenção de marchas   As vantagens de uma transmissão automática são bem conhecidas. O que esta da Renault traz de diferente, ao menos neste tipo de veículo, são alguns efeitos da moderna eletrônica adotada. O principal deles é o freio-motor sempre presente: ao contrário de 99% dos câmbios conhecidos, este não passa a uma marcha superior ao se cortar a aceleração, o que poupa os freios no anda-e-pára do cotidiano, como ao se aproximar de um semáforo ou lombada.

Em uma retomada de velocidade com aceleração total, a transmissão pode reduzir uma ou duas marchas, levar as rotações ao regime de potência máxima e -- o que é raro -- mantê-las lá mesmo quando se alivia o acelerador. Isso se torna interessante, por exemplo, na hipótese de o motorista ter interrompido a ultrapassagem e pretender recomeçá-la em instantes. A retenção de marcha também ajuda quando se tira o pé do acelerador pouco antes de uma curva, podendo-se contar com retomada rápida após concluí-la.

Clique para ampliar a imagem Não há identificações externas da nova transmissão na Scénic, que foi reestilizada em abril, ganhando ar mais robusto e grandes e eficientes faróis

Entretanto, não são só vantagens. Se a intenção for ultrapassar apenas um veículo e retomar o ritmo tranqüilo da viagem, o motorista vai se incomodar com a insistência do câmbio em não passar à marcha superior, situação percebida diversas vezes durante a avaliação de cerca de 800 quilômetros do BCWS. Nos 100 ou 200 quilômetros iniciais era ainda pior: a transmissão parecia não entender nosso intuito de trabalhar com marchas altas no trânsito urbano tranqüilo (condição de maior economia; saiba mais), retendo as inferiores por mais tempo que o desejável, mesmo que se aliviasse lentamente o acelerador. Continua

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