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Versatilidade é o forte da Subaru Outback,
com conforto de perua e valentia de fora-de-estrada

Texto e fotos: Fabrício Samahá

A Subaru é uma marca japonesa, ainda não muito conhecida no Brasil, que produz automóveis para entusiastas por mecânica. Toda sua linha, do Impreza ao esportivo SVX importado anos atrás, oferece motores boxer (cilindros opostos, como Fusca e Porsche 911/Boxster) e tração integral permanente. Esta, ao contrário do que se pode pensar, objetiva melhor comportamento dinâmico no asfalto e não apenas maior capacidade fora-de-estrada.

Motor com cilindros horizontais opostos, tração integral permanente: uma mecânica peculiar
No caso da perua Legacy Outback, porém, a proposta é outra. A exemplo da Volvo V70 XC (leia avaliação) e agora da Fiat Palio Adventure, esta versão pretende oferecer robustez e desempenho para incursões por trilhas, sem abandonar as vantagens de conforto e praticidade que peruas impõem sobre os pesados utilitários-esporte. Vendida ao preço promocional de R$ 55.000 (com câmbio manual) a R$ 59.000 (com o automático e os opcionais: bancos de couro, teto solar duplo, bolsas infláveis e aerofólio traseiro), a Outback coloca-se num meio-termo entre a cara V70 (US$ 74.633) e a acessível Adventure (R$ 26.176). Ou seja, não tem concorrência direta.

Derivada da Legacy Touring Wagon redesenhada em 1995, a Outback exibe linhas conservadoras, mas não deselegantes. Os pontos mais polêmicos são o parrudo pára-choque dianteiro, com faróis de neblina incorporados, e a pintura em dois tons, bem ao gosto norte-americano. A distância entre-eixos cresce 4 cm e a altura total 6,5 cm, em função de pneus e suspensão mais elevados. As lanternas ocupam toda a largura da traseira, conferindo-lhe um ar diferente, e o teto sobe na altura dos bancos dianteiros. No exterior já foi lançada reestilização frontal (saiba mais), que deverá chegar ao Brasil no primeiro semestre de 2000.

Ângulos de entrada e saída não são dos melhores, mas o curso longo da suspensão permite enfrentar caminhos ruins com robustez e muito conforto
Quem nunca abriu a porta de um Subaru vai-se surpreender com as janelas sem moldura, ao estilo dos Opala e Corcel duas-portas de outros tempos. Apesar da sensação interessante, só uma análise prolongada decidiria se a solução não traz como contraponto o surgimento de ruídos em velocidade. O interior traz acabamento simples, mas bem-cuidado e que parece resistente. A nota sofisticada fica por conta dos apliques que imitam madeira no painel, console e junto aos controles elétricos dos vidros, incluindo os traseiros.

A posição de dirigir é agradável, com ajustes de altura do banco e do volante (revestido em couro) e do apoio lombar do motorista. Qualidade de áudio (um toca-CD com painel removível), espaço para objetos e leitura dos instrumentos satisfazem. Surpreendente não haver porta-copos num automóvel destinado aos Estados Unidos, que chega a trazer advertência de lente convexa no retrovisor direito. O esquerdo, claro, é plano, mas permite campo de visão adequado.

Detalhes imitando madeira dão alguma sofisticação ao interior sóbrio, mas de bom acabamento. Ajuste do apoio lombar e volante de couro tornam o dirigir mais agradável

Detalhes positivos: luz indicadora de portas mal fechadas (além disso a luz de cortesia permanece acesa, alertando também os passageiros), mostrador de combustível que nunca se desliga, abertura interna da portinhola de abastecimento, repetidores de luzes de direção, pontos de serviço do motor com tampas amarelas, porta-moedas e antena elétrica. Como opcional há um duplo teto solar de controle elétrico, sendo o dianteiro apenas basculante.

Por outro lado, faltam faixa degradê no pára-brisa, ajuste interno dos faróis, hodômetros digitais (mais seguros contra adulteração) e temporizador nos controles elétricos dos vidros. A buzina monotonal lembra a de um Fusca, o controle remoto das portas exige apontar para o sensor junto ao retrovisor interno (sistema por raios infravermelhos, sendo mais comum e prático o de radiofreqüência), o cofre do motor tem pintura básica, inferior à da carroceria, e o comando do limpador de pára-brisa induz o motorista a varrer o vidro, puxando a alavanca, quando pretendia acionar o lavador.

Particularidade Subaru: portas sem molduras das janelas, possível fonte de ruídos. O porta-malas amplo, 488 litros, inclui tomada 12V para acessórios

Grande em comprimento (4,72 metros, 4 cm a mais que a Legacy TW e quase o mesmo que a extinta Omega Suprema), a perua Subaru mede apenas 2,63 metros entre eixos, pouco para o segmento M2. Mesmo assim, o eficiente aproveitamento de espaço proporciona farta acomodação para pernas, ombros e cabeças de cinco pessoas, ainda que a posição dos passageiros laterais traseiros seja prejudicada pelo do meio. Continua

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