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Luxuosos multinacionais

O inédito duelo entre um australiano de origem alemã e um "americano" feito no Canadá para o mercado europeu

Texto e fotos: Fabrício Samahá

"Que carrão, heim, doutor?" -- a frase, dita pelo frentista com admiração e uma ponta de inveja, sintetizava o que imaginaram as pessoas que nos viram avaliando, por três semanas, os luxuosos Chrysler 300M e Chevrolet Omega CD. Motoristas que se esqueciam de sair no sinal verde, pedestres que interrompiam a travessia para não perder um detalhe e, claro, o assédio de manobristas e "flanelinhas" fizeram de seus ocupantes o centro das atenções.

Embora não tragam na frente uma estrela de três pontas, quatro argolas ou uma hélice azul e branca, esses modelos de topo reúnem classe, sofisticação e desempenho -- a um preço bem interessante frente aos alemães -- capazes de arrancar suspiros mesmo de quem não tem paixão por automóvel. Uma semelhança que levou o Best Cars, pela primeira vez no Brasil, a colocá-los frente a frente.

Traseira alta e suave contrasta com a frente baixa e agressiva do 300M, compondo um desenho ousado -- e controvertido

Ainda associado por muitos a um nacional, o atual Omega é produzido na Austrália pela Holden, subsidiária GM, recebendo no mercado local a denominação VT Commodore. Derivado do Opel Omega alemão, recorre a um motor V6 3.800 igual ao utilizado pela GM norte-americana. O 300M também envolve diversas nacionalidades: a marca de Detroit, EUA o fabrica em Ontário, Canadá com foco no mercado europeu, oferecendo só na América do Norte seu irmão maior LHS (saiba mais sobre carros regionais). No Brasil são vendidos em versão única de acabamento e motorização, com preços de R$ 77.784 para o GM (R$ 82.229 com opcionais) e R$ 94.490 para o Chrysler.

A Chrysler define o 300M como um sedã esportivo, atribuindo-lhe a tradição de uma série que foi do 300 ao 300i, de 1955 a 1965. A plataforma é a mesma do LHS, ambos lançados nos EUA em 1998, mas limitada a cinco metros de comprimento por uma padronização de garagens européias. O Omega, quase tão recente, tendo sido introduzido na Austrália em 1997, seguiu o caminho inverso: é 9 cm mais longo, 3 cm mais largo e 6 cm maior na distância entreeixos que seu primo europeu da Opel. Outra distinção é que o GM utiliza tração traseira e o Chrysler dianteira, mas isso deve mudar no futuro (saiba mais).

Linhas do Omega são mais clássicas e harmoniosas, mas grade cromada e lanternas tomando toda a traseira dividem opiniões

Agressividade é o tom do 300M. A frente muito baixa é marcada pelos faróis ovalados -- sendo os baixos superelipsoidais, superiores aos comuns do Omega -- e a grade de grandes proporções, em contraste com a traseira alta e de linhas suaves. O conceito de cabine avançada (cab forward), já adotado nos menores Neon e Stratus, e as laterais isentas de vincos o fazem parecer ainda maior. O resultado, contudo, é discutível, despertando paixão e rejeição em medidas variáveis.

Esse comportamento não se observa quanto ao Omega, considerado imponente e agradável pela quase unanimidade. O desenho suave, mais clássico, revela harmonia entre a altura do capô e do porta-malas. Só merecem críticas a grade bipartida com frisos cromados e a extensão das lanternas traseiras em torno da placa, associados a modelos coreanos de estética pouco feliz. Continua

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