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Valentia em tamanho compacto

Robusto no estilo e no transporte de carga, o Courier XL
perde espaço pelo preço superior à concorrência

Texto e fotos: Fabrício Samahá

A Ford tem mesmo tradição em picapes. Nos Estados Unidos sua série F -- representada aqui pelo F250 -- é o "carro" mais vendido há mais de 15 anos. No Brasil, liderou por muito tempo o segmento leve com a Pampa, foi a primeira das marcas de origem americana a ter um modelo médio (o Ranger, ainda em 1994) e domina o mercado de picapes desde 1998, incluindo modelos pequenos, médios e grandes.

A base de sua oferta é composta pelo Courier, derivado do Fiesta e lançado há dois anos. O modelo só existe na Europa como furgão, sendo mais um picape leve desenvolvido para o Brasil -- talvez o país onde esses veículos mais façam sucesso no mundo todo. A exemplo do hatchback, o utilitário recebeu uma reestilização frontal e um novo motor na linha 2000, renovando seu potencial em um segmento que tem recebido freqüentes novidades.

Com os mesmos faróis triangulares e exclusiva grade de apenas dois vãos, pintada na cor da carroceria, a nova frente do Courier chega a agradar mais que a do próprio Fiesta
A nova frente caiu muito bem ao Courier -- mais até, em nossa opinião, do que ao Fiesta. A grade exclusiva, de apenas dois vãos e toda pintada na cor da carroceria, os faróis triangulares de superfície complexa (mas com lentes de vidro, e não policarbonato, para imunidade a riscos, segundo a Ford), os vincos no capô combinaram bem com o porte robusto do picape, eliminando a aparência frágil dos modelos anteriores. Na versão XL, que avaliamos, o aspecto esportivo é realçado por pára-choques pintados na cor da carroceria e rodas de alumínio de 14 pol.

O acabamento interno é bom e uma característica já apreciada no Fiesta -- o recuo do painel diante do passageiro -- mostra-se ainda mais conveniente, pois o ocupante pode se sentar mais à frente para ampliar o espaço para objetos sem ficar comprimido. O teto mais alto que o do hatchback propicia boa acomodação, mesmo para os mais altos, e -- embora não haja regulagem de altura do banco ou do volante -- a posição de dirigir está entre as melhores da categoria, com pedais bem colocados.
Interior é agradável e bem elaborado, com painel recuado diante do passageiro para ampliar a sensação de espaço; sistema de áudio não é oferecido de fábrica

O painel é simples e correto, com conta-giros e relógio digital. O hodômetro também digital dificulta a adulteração ao revender o carro, mas a Ford poderia ter mantido o prático marcador de combustível que não se desligava. O volante de três raios permite boa pega e há espelho de cortesia em ambos os pára-sóis, bons porta-objetos nas portas e travas incorporadas às maçanetas.

Os controles elétricos de vidros estão no lugar certo, nas portas, mas não têm
temporizador. Atrás dos bancos, uma rede retém os objetos e a janela traseira é deslizante. Os retrovisores externos são maiores que os do Fiesta, vantagem não oferecida pelos concorrentes. Ainda em visibilidade, os repetidores laterais das luzes de direção são importantes e exclusivos na categoria.

Apesar do ambiente interno agradável, o Courier deixa a desejar alguns equipamentos: travamento das portas e acionamento de alarme a distância, faixa degradê no pára-brisa, ajuste elétrico dos retrovisores e sistema de áudio -- esta uma opção da Ford que se estende ao Ka, Fiesta e Escort, mas felizmente revista no Focus. Nem todo consumidor gosta de esperar a instalação de acessórios na concessionária ao retirar um carro novo.

Pára-choque em dois segmentos, com estribos, não é um ponto alto do desenho, mas a caçamba tem proteção interna e o maior comprimento da categoria

Na hora de carregar carga, porém, o Courier se sai muito bem. A capacidade de 700 kg está bem inserida na categoria, o comprimento da caçamba é o maior (1,816 m) e a montagem do estepe debaixo dela libera espaço atrás do banco do passageiro, ao contrário de Saveiro e Corsa -- por outro lado, sua remoção para uso e verificação de pressão é menos cômoda.

A caçamba possui revestimento interno de proteção, seis ganchos externos e quatro internos. Pode ter a tampa traseira removida rapidamente, para o transporte de objetos mais longos -- recurso único na categoria. No alto da cabine, junto à luz suplementar de freio, lanternas iluminam a caçamba com o carro estacionado. Os estribos no pára-choque traseiro não são bonitos, mas ajudam ao acomodar cargas altas.
Continua

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