Lacuna preenchida

Sucessor do Tipo, o Brava mantém-se moderno aos
quatro anos de vida, mas desempenho pode melhorar

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Ao contrário da maioria dos concorrentes -- Golf, Astra, Escort, Peugeot 306 --, a Fiat sempre iniciou sua linha de carros médios-pequenos (segmento M1) no Brasil com o modelo de três volumes, que na Europa era precedido pelo hatchback. Foi assim com o Tempra, que aqui antecedeu em dois anos o Tipo importado, e repete-se agora com o Brava, versão de dois volumes e meio e cinco portas do Marea, que passa a ser produzida em Betim, MG um ano e meio depois do sedã de três volumes e quatro portas.

De frente, faróis e grade o diferenciam sutilmente do Marea. Atrás, lanternas em
três segmentos marcam a aparência e dão ar avançado a um projeto de 1995

Representante da marca ítalo-mineira num segmento que cresceu de 13% para 22% do mercado em apenas um ano, o Brava mede 4,18 metros de comprimento, 21 cm a menos que o Marea. A marca chegou a anunciar a importação do Bravo, de três portas e ainda menor, desistindo em função da instabilidade cambial.

O Brava chega em duas versões de acabamento, SX e ELX, esta a mais luxuosa. Ambas partilham o motor de 1,6 litro e 16 válvulas, o mesmo do Palio, e a aparência externa, incluindo as rodas de alumínio, opcionais. Por dentro há diferença nos equipamentos e no acabamento, bem mais agradável na ELX -- como os bancos revestidos na parte posterior, que vêm em courvin na SX.

A versão mais barata, vendida a R$ 27.297 (já com o aumento decorrente do fim do acordo do setor), já vem com direção assistida, pretensionadores dos cintos dianteiros, volante regulável em altura, ajuste elétrico dos faróis, travas elétricas e limpador traseiro. A ELX, de R$ 30.969, adiciona controles elétricos dos vidros dianteiros, ar-condicionado com controle automático de temperatura, rádio/toca-fitas, imobilizador e comando interno do porta-malas -- que faz falta no SX, no qual é preciso usar a chave para abri-lo.

Dois volumes e meio, cinco portas: configuração de sucesso aqui e lá fora. O porta-malas perdeu pouco em relação ao do Marea, 60 litros

A diferença de preço faz do ELX uma opção mais interessante, exceto para quem procura um carro despojado, sem ar-condicionado por exemplo. Por isso vai representar de 70% a 80% do mix de produção. As duas versões oferecem farta lista de opcionais, como bolsas infláveis frontais e laterais (exclusivas na categoria, salvo versões esportivas), freios antitravamento (ABS), toca-CD, alarme, faróis de neblina, controles elétricos dos vidros traseiros e ajustes lombar e de altura do banco do motorista.

Embora a Fiat não os vincule como modelos de uma mesma família, certamente para manter o três-volumes como "concorrente do Vectra", Brava e Marea são quase idênticos da frente até as portas. Até o pára-choque dianteiro com entrada de ar ampliada, utilizado nas versões turbodiesel européias, foi empregado no hatch. O novo carro, porém, tem grade própria, rodas menores (14 pol com pneus 185/65, ante 15 pol e 195/60) e faróis convencionais, iguais aos do Marea SX 2000 -- as demais versões deste utilizam superfície complexa para os altos e superelipsoidais para os baixos, com o característico reflexo azulado.

Mesmo painel do Marea, mas com volante exclusivo. Toca-CD integrado e temporizador dos vidros elétricos são novidades bem-vindas na linha

É na traseira que o Brava se diferencia, seja do irmão maior, seja da concorrência. O desenho italiano, lá introduzido em 1995, foi tão ousado que ainda aparenta maior inovação que a maioria dos hatches de seu segmento. As linhas arredondadas, rasgadas por lanternas em três segmentos estreitos, garantem grande personalidade. Continua

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