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Lacuna preenchida


Depois de quatro anos a VW tem um novo três-volumes médio-pequeno. O Bora tem grandes qualidades, mas requer alguns acertos


Texto e fotos: Fabrício Samahá

Desde a descontinuação do Logus, em 1997, a Volkswagen não tinha um três-volumes de porte médio-pequeno no mercado nacional. O Santana é um médio-grande, o Polo Classic pequeno -- e restava uma lacuna que cabe agora ao Bora, versão três-volumes do Golf, preencher.

Importado do México, aproveitando a redução da alíquota de importação promovida por um acordo comercial entre esse país e o Brasil, o Bora chega em duas versões -- básica e Comfortline --, ambas com o conhecido motor 2,0 de oito válvulas e 116 cv já bem conhecido do Golf (desde a geração anterior) e do New Beetle, além de retornar no Passat 2001 (saiba mais). O Best Cars Web Site avaliou a versão de entrada com câmbio manual -- há opção em ambas pelo automático de quatro marchas.

Clique para ampliar a imagem Desenho robusto e com certa esportividade é um dos atrativos do Bora. As versões básica (com rodas de alumínio opcionais) e Comfortline são iguais por fora

Desde sua primeira geração, o Jetta de 1980, a versão três-volumes do Golf tem a particularidade de não compartilhar o desenho frontal com o hatchback: do Jetta para o Vento (1992) e deste para o Bora, lançado em 1999, a dianteira sempre foi mais retilínea que a do Golf, para combinar com as formas da traseira. No caso do Bora o resultado é muito bom, criando uma identidade com o Passat e agradando bastante.

O ponto negativo é que os faróis, mesmo contando com luzes de neblina (só no Comfortline) e de direção incorporadas, não trazem os refletores duplos do Golf, o que representa menor eficiência sobretudo quando se usa o facho alto. Produzido com vistas ao mercado norte-americano, o Bora -- nome de um vento, assim como Santana e Passat, neste caso soprando no mar Adriático -- vem com refletores nas laterais do pára-choque dianteiro, que aqui não se acendem. Há os importantes repetidores de luzes de direção nos pára-lamas, mas não a lanterna traseira para neblina.

Das luzes de cortesia nas portas às dobradiças externas da tampa do porta-malas de boa capacidade, uma série de detalhes conquista o usuário desse Volkswagen importado do México Clique para ampliar a imagem

O desenho geral do Bora é baseado no carro-conceito CJ (saiba mais). Isso explica seu perfil suave e o vidro traseiro bem inclinado, típicos de cupês -- as portas traseiras têm um recorte diferente pela mesma razão, tornando-se bem longas sem que isso melhore o acesso. Aliados às grandes rodas de 15 pol com pneus 195/65 (mesma medida do Omega brasileiro, por exemplo), o resultado é um três-volumes moderno e harmonioso, apesar de não parecer grande por causa do limitado entreeixos de 2,51 metros.

Internamente, nada de novo em relação ao Golf 2,0. O mesmo bom acabamento, com plásticos de ótima qualidade, o mesmo painel de fácil leitura (a iluminação em azul e vermelho, porém, contrasta mal com o fundo preto), a mesma atenção aos detalhes. Uma crítica vai ao revestimento aveludado preto (único disponível), um tanto quente, mesmo tom usado no painel e nas portas. Deixou saudades do Golf 1,6 avaliado no ano passado (leia comparativo) e seu interior em cinza-claro. A VW naturalmente atendeu à famosa preferência nacional, mas outras marcas têm recorrido a tons mais claros com sucesso.
Continua

O sedã que nasceu cupê
Dois anos antes de lançar a quarta geração do Golf três-volumes, o Bora, a Volkswagen apresentou num salão norte-americano o CJ. Esse carro-conceito derivado do Golf era um cupê de linhas muito elegantes e esportivas, com rodas de 17 pol e pinças de freio vermelhas (como na Audi RS2 Avant). À época foi considerado um potencial sucessor para o Corrado, cupê que a VW produziu de 1988 a 1995 e quase importou para o Brasil. O CJ, porém, nunca chegou ao mercado: seu perfil originou o Bora, com as devidas alterações para alojar as quatro portas.

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