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De coração aberto


O
cuore sportivo da Alfa Romeo está mais civilizado e menos agressivo, mas o novo 166 revela por que a marca italiana ainda desperta paixões

Texto e fotos: Fabrício Samahá

Apesar da tradição de avanço técnico e sofisticação conquistada nos anos 60 e 70 pelos modelos 2000, 2150 e 2300 (saiba mais), a Alfa Romeo não retornou ao mercado de pé direito, no início da década de 90. Reduções brutais de preço, em função das novas alíquotas de importação, derrubaram o valor de revenda dos primeiros 164. A rede de concessionárias não contribuiu, liquidando os últimos 155 e gerando nova desvalorização da marca. Quando o cenário parecia perdido, surgiu uma nova geração de Alfas: os belos 156 e 166.

Traseira alta e imponente compõe o inspirado desenho do 166. Como em outros modelos da marca, o logotipo se desloca para se destravar o porta-malas
Sucessor natural do 164, o 166 foi lançado na Europa em 1998 e chegou ao Brasil no ano passado, trazendo uma equação interessante: desempenho e conforto à altura da concorrência alemã (Audi A6 2.8, Mercedes E 320 e BMW 540i) e britânica (Jaguar S-Type) a um preço bem mais convidativo. Pagam-se pela versão única, sem opcionais disponíveis, US$ 62.903, que correspondem a R$ 111.967 pela cotação de 27/1. O adversário mais próximo, o A6 com câmbio Tiptronic, sai por R$ 129.340 e oferece 33 cv a menos que o Alfa -- os demais são bem mais caros.

Desenhado pelo ítalo-brasileiro Walter de Silva, o 166 agrada pelas linhas esguias e elegantes. O "escudo" na grade -- cuore sportivo, segundo a marca -- tem tamanho adequado e permite a colocação da placa no centro do pára-choque, ao contrário do 156. Deste também não repete a solução das maçanetas traseiras embutidas: são todas aparentes, cromadas e de bom gosto, assim como o terminal do escapamento. As lanternas traseiras são afiladas e agradáveis, mas os faróis poderiam ser maiores -- lembram os do antigo Fiesta, estreitos nas laterais.

Frente afilada divide opiniões, mas é inegável o bom gosto dos detalhes, da aplicação de cromados às rodas de 16 pol
Ambiente interno de ótimo aspecto caracteriza o 166, revelando padrão de qualidade nem sempre associado a marcas italianas. As quatro portas iluminam o assoalho externo, conveniente ao sair em tempo chuvoso. No automóvel avaliado os bancos (Momo), portas e segmento inferior do painel traziam revestimento em couro claro, com o inconveniente de se sujarem mais facilmente. Ao contrário do 156, nada é feito ou revestido de madeira, afastando-o da conotação clássica presente no irmão menor.

Fechada a porta, com um som abafado ("porta de freezer") que denota qualidade, o motorista ajusta eletricamente assento e encosto, sendo manuais os ajustes do volante, em altura e profundidade, e do apoio lombar. Qualquer pessoa encontra boa posição para dirigir, embora o volante pudesse se aproximar um pouco mais do corpo para quem se senta mais baixo.

Lâmpadas do farol baixo utilizam gás xenônio, proporcionando excelente iluminação. Somados ao facho alto, fazem da noite dia

Para esses é curiosa a linha de cintura elevada, com a base das janelas quase à altura do ombro -- em contraste à "vitrine" proporcionada pelo modelo 145. Forração acolchoada na porta, onde se apóia o cotovelo, e ótimo apoio do pé esquerdo também agradam. O acesso aos comandos é fácil, mas não ao porta-luvas -- recuado para trazer sensação de amplitude. Há pouco espaço aberto para objetos, mas diversos fechados, inclusive no topo do painel e atrás do banco traseiro. Continua

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