A primeira coisa que se pode questionar a partir desse fato é se não seria um autoritarismo excessivo das marcas, que tiram a liberdade do cliente e subestimam a competência dos profissionais que trabalham por conta própria ou em empresas independentes. Seriam mesmo todos ruins e traiçoeiros, como
se lê nas entrelinhas do que determinam as fábricas?
Não é o que dizem os leitores. Pelo contrário: as críticas recaem muito mais sobre as concessionárias do que sobre os reparadores independentes. O leitor Everaldo Martins da Silva, de Brasília, DF, diz que as autorizadas "são verdadeiras armadilhas ao consumidor. Bem instaladas e perfumadas, buscam o lucro desesperadamente, valendo-se de altos custos de peças e mão-de-obra para compensar as margens menores na venda dos carros". Faz sentido: abaixa-se o preço do carro para fisgar o consumidor, e depois, quando ele fica restrito às peças e ao serviço das concessionárias, paga mais para compensar a perda.
Outra queixa comum é a concessionária aumentar o defeito existente, "achar" defeitos que sequer existem
ou empurrar um serviço desnecessário ao cliente. Alexandre K. Corrêa, de Campo Grande, MT, conta que levou o carro para uma revisão e "na listagem de peças a serem trocadas havia coisas absurdas, como a vareta do óleo". Fernando Salles, de São Paulo, SP, relata que uma autorizada GM "trocou o filtro de ar-condicionado aos 10 mil km, sendo o carro usado 90% do tempo em estradas", o que lhe parece um grande exagero.
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