Best Cars Web Site

Texto: Eduardo Alves - Edição: Fabrício Samahá

Atraídos por não haver juros e pelas prestações menores que a do financiamento, muitos clientes adquirem cotas de consórcio com a esperança de ter seu carro zero num curto espaço de tempo. Estimulados pela conversa do vendedor, o que era um sonho pode virar um pesadelo. Para evitar que aconteça com você, vamos antes de tudo entender o consórcio.

Consórcio é um fundo comum onde todos os integrantes do grupo depositam uma quantia referente ao valor do bem escolhido, dividido pelos meses do plano, acrescidos de taxa de administração, fundo de reserva e seguro prestamista (que garante o bem quitado aos beneficiários no caso de morte do titular).

Num grupo de consórcio, normalmente, o número de cotas corresponde ao dobro do prazo estipulado em meses. Exemplo: 120 participantes para um grupo de 60 meses. Significa que deverão ser entregues, por mês, dois veículos, um por lance e um por sorteio. Existem grupos que podem ser fechados, baseados em três ou até quatro contemplações por mês, o que o Banco Central autoriza. Mas sempre com uma contemplação por sorteio e o restante por lance.

Portanto, se você quiser comprar um carro pelo consórcio, atenção: hoje a legislação do consórcio não estipula o valor máximo de lance, ou seja, uma oferta de lance, mesmo que alta, não garante a contemplação.

Só pode haver oferta de lance quando o grupo já estiver fechado. Também só pode haver oferta de lance se o grupo estiver financeiramente forte. Se o grupo estiver fechado, mas uma quantidade de clientes não tiver pago suas parcelas em dia, no momento da assembléia não haverá dinheiro suficiente em caixa para compra dos veículos. Neste caso só haverá uma contemplação, por sorteio. A oferta de lance é simplesmente proibida. O cliente pode acompanhar isso pelo extrato mensal que acompanha o comprovante (sleep) de pagamento das parcelas.

Caso o cliente pretenda dar um lance com seu veículo usado, deve comprar uma cota de administradora vinculada a uma concessionária. Só assim ele terá como avaliar seu carro e ofertar o lance. Existem administradoras que têm ponto de venda mas não estão vinculadas a concessionárias, o que acaba por dificultar essa operação. Na avaliação, peça um comprovante (laudo de avaliação) à concessionária, onde conste com clareza o valor avaliado de seu carro. A cobertura do lance será feita pela concessionária. Por isso é bom estar seguro de todas as particularidades para não ocorrerem surpresas.

Ao adquirir uma cota, anote o nome do gerente de vendas a que pertence o vendedor. No consórcio, a rotatividade de profissionais de vendas é muito alta e, por se tratar de um plano de longo prazo, é quase impossível encontrar o vendedor que o atendeu, em caso de dúvidas ou mesmo de uma assessoria no decorrer do plano.

Retirar o carro logo no início por sorteio, em um grupo de prazo longo, não é tão bom quanto parece. Imagine-se com um carro com 30 meses de uso (dois anos e meio) e devendo mais 30 meses. Isso só é bom se o consorciado trocar de carro periodicamente, mas para isso, tenha em mente que a diferença do carro usado para um novo deverá ser paga à vista, já que o carro está alienado à administradora, não aceitando financiamento.

Outra alternativa é quitar o carro em no máximo 30 meses. Para isso as parcelas poderão ser pagas de duas em duas. Podem-se também quitar várias parcelas de uma vez, usando o carro usado, 13º. salário, férias, abonos etc.

Compre o consórcio pensando no futuro. Não há coisa melhor do que ser contemplado no 24º. mês e, com o dinheiro do carro usado, quitar as parcelas restantes. Ou ser contemplado e, com seu usado, adquirir um carro bem superior àquele com que você sonhava e ficar com uma parcela bem pequena. Ou, quem sabe, adquirir uma cota para seu filho que acaba de entrar na faculdade e, ao se formar, dar de presente para ele um carro zero-quilômetro.

Existem mil maneiras de se dar bem com o consórcio. Escolha a sua e boa sorte.