O Bronco 1986 ganhava a mesma frente que tivemos depois no F-1000; toda a linha vinha com injeção e estreava o controle elétrico da tração

O interior de um modelo 1992, com revestimento em couro, e a versão Nite daquele ano, com a nova frente da linha e muitos detalhes em preto

Depois da renovação visual, o Bronco recebeu nova caixa automática, freios ABS nas quatro rodas e o pacote de aparência Sport (embaixo)

Melhorias técnicas passavam pela primeira suspensão dianteira independente em um 4x4 norte-americano de grande porte, a Twin Traction Beam, e os cubos de roda dianteiros com roda-livre automática nos carros com câmbio também automático. A gama de opções continuava ampla, com os pacotes Ranger XLT, Free Wheeling (com adereços de estilo, volante esportivo e faróis de neblina), Handling Package (com itens para melhor comportamento dinâmico) e bancos reclináveis, entre outros. O modelo 1981 ganhava câmbio manual com a primeira também sincronizada e maior tratamento contra corrosão.

Nesse ano, analisado pela revista Popular Mechanics, o Bronco Ranger XLT com motor V8 302 deixou boas impressões: "Ele tem uma certa combinação de elementos que realmente atraem: espaço interno, acabamento de primeira classe e o silencioso motor. Tem uma grande capacidade de bagagem e é bem desenhado, imponente. É realmente leve e ágil para se dirigir". Já a Popular Science, que o comparou aos modelos Scout e Traveler da International, ao Blazer, ao Cherokee e ao Dodge Ramcharger, observou que "a nova suspensão não oferece vantagem em comportamento ou tração quando comparada à dos outros veículos".

Poucas alterações foram reservadas a ele nos anos seguintes. Para 1982 chegavam grade com três barras verticais e dois novos pacotes de acabamento, o XLS e o mais refinado XLT Lariat. A linha 1983 trazia caixa automática para o motor de seis cilindros, enquanto o ano-modelo seguinte trazia nova opção de V8: o 351 em versão HO (High Output ou alto rendimento), com carburador de corpo quádruplo, 210 cv e 42,2 m.kgf. Na época, o Bronco II derivado do Ranger era apresentado como opção de menor porte.

O modelo 1985 ganhava a versão requintada Eddie Bauer e trocava o carburador pela injeção multiponto no motor V8 302, que agora fornecia 190 cv e 39,4 m.kgf. O V8 351 básico desaparecia, restando o HO. Já o novo acabamento trazia de série ar-condicionado, rádio, pintura em dois tons, rodas especiais e pneus 235/75 R 15. Em toda a gama o interior vinha com cinco lugares, sem a alternativa do banco dianteiro para três pessoas. Depois de um ano-modelo sem mudanças de relevo, a linha 1986 traria uma renovação visual.

Assim como os picapes Série F, o utilitário adotava frente mais atual, com luzes de direção ao lado dos faróis (antes, abaixo deles), que não mais estavam recuados, pois a legislação deixava de exigir tal montagem, e usavam lentes de policarbonato — o mesmo estilo que chegaria ao Brasil em 1992 no F-1000. Mais moderno estava também o painel, com formato voltado ao motorista. Na mecânica, o motor 300 de seis cilindros adotava injeção monoponto (ficando com 145 cv e 36,6 m.kgf) e o V8 302, com caixa automática, podia vir com comando elétrico no painel para acionar a tração suplementar e a redução, em vez da habitual alavanca.

Câmbio manual de cinco marchas era a novidade para 1988, em que o V8 351 aderia à injeção multiponto, sem aumento de potência, e tornava-se disponível também na Califórnia. Depois de um ano sem modificações de monta, o modelo 1990 trazia as opções de caixa automática de quatro marchas com controle eletrônico e de rodas de alumínio forjadas. No ano seguinte, o pacote 25th Anniversary celebrava os 25 anos de produção do modelo, desde a primeira geração, com bancos revestidos em couro e uma série de detalhes únicos de acabamento.

Colocada em 1991 pela Popular Mechanics  em um comparativo de nove veículos para tracionar reboques, a edição comemorativa com o V8 351 mostrou vigor: "Tracionando a carga de 1.800 kg, o motor fez ultrapassagens em subidas com facilidade e manteve velocidade com um mínimo de reduções de marcha. A estabilidade em alta foi outro ponto forte do Bronco, graças a uma bem-comportada suspensão para serviço pesado. De modo geral, consideramos o Bronco o segundo em tracionar reboques e o primeiro em versatilidade entre os rebocadores pesados".

A frente estava mais arredondada no modelo 1992 (a mesma que o F-1000 brasileiro teria três anos mais tarde), que também ganhava painel redesenhado, pneus mais largos em medida 265/65 R 15 e o pacote Nite, com decoração externa predominante na cor preta, que duraria só um ano-modelo. As versões Custom, XLT e Eddie Bauer ainda estavam disponíveis, com os mesmos três motores, agora todos com injeção multiponto. O Bronco permanecia, desde 1978, na liderança entre os utilitários grandes. No ano-modelo seguinte o motor de seis cilindros saía do catálogo, o Eddie Bauer vinha com caixa automática de série e os freios recebiam sistema antitravamento (ABS) nas quatro rodas, em vez de restrito à traseira.

A linha 1994 ganhava bolsa inflável para o motorista e mais 20 cv para o motor 302, que alcançava os 210 cv do maior 351. Um ano depois, o pacote XLT Sport reunia grade e para-choques na cor da carroceria, novos estribos e outras rodas. O último ano foi 1996: com o lançamento do Expedition — derivado de um novo F-150, mas de entre-eixos longo e cinco portas —, a Ford entendeu que a carreira do Bronco estava encerrada.

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