Em três décadas de mercado o
Century não teve grandes alterações de estilo, mas o motor V8 cresceu de
3,0 para 3,4 e, mais tarde, 4,0 litros
Na segunda geração, em 1997, as
linhas vinham pouco modernizadas para que clientes habituais ficassem à
vontade ao ver o novo Century |
Se
para algumas pessoas a linha de trabalho conservadora da Toyota —
percebida do desenho de seus carros à forma lenta como são adotadas
novidades tecnológicas, apenas quando bastante testadas e aprovadas —
pode desagradar, existe um setor do mercado japonês em que essa
parcimônia oriental é muito apreciada. São segmentos como os altos
escalões do governo, as embaixadas, as diretorias de grandes empresas e
as entidades religiosas, que há mais de 40 anos têm no Toyota Century um
de seus modelos prediletos.
Esse topo de linha da marca, lançado em novembro de 1967, foi denominado
em alusão aos 100 anos do nascimento do fundador da empresa Sakichi
Toyota — century em inglês é século ou centenário. Destinada a
substituir os grandes carros norte-americanos naquelas funções, a Toyota
optou por linhas tradicionais, com uma ampla grade dianteira ladeada por
faróis retangulares, formas retilíneas e discretas e uma traseira em
suave declínio. Os retrovisores montados nos para-lamas dianteiros eram
um padrão japonês na época. Cromados eram usados com moderação se
comparado ao que Detroit fazia no período.
Precedido pela versão Eight do
Crown, o grande sedã de quatro portas media 5,12 metros de
comprimento, 1,89 m de largura, 1,45 m de altura e 2,86 m de distância
entre eixos, dimensões suficientes para um ótimo espaço interno. O peso
de 1.800 kg também impressionava. O motorista tinha à frente um painel
de linhas também retas, com velocímetro em escala horizontal, e um
grande volante de dois raios com aro parcial para comando da buzina.
Na mecânica de arquitetura clássica, com motor longitudinal e tração
traseira, o V8 com comando de válvulas no
bloco e câmaras de combustão
hemisféricas, alimentado com um carburador, tinha cilindrada de 3,0
litros, potência de 150 cv e torque de 24 m.kgf, suficientes para que
atingisse velocidade máxima de 170 km/h. A caixa de câmbio automática de
três marchas trazia a alavanca na coluna de direção. Até 1975 foi
oferecida também uma manual, de pouca aceitação. A suspensão dianteira
era independente e a traseira usava eixo rígido, ambas com calibração
suave, dentro da proposta de elevado conforto.
A primeira geração do Century foi produzida por nada menos que 30 anos,
período em que passou por várias evoluções. Em 1973 a cilindrada subia
para 3,4 litros, o que trouxe potência de 170 cv e torque de 26,5 m.kgf,
e havia melhorias no motor para reduzir as emissões poluentes. Os freios
dianteiros trocavam os ultrapassados tambores por discos e havia
pequenas alterações visuais, caso das lanternas traseiras, em que as
luzes de direção vinham na cor âmbar.
Uma reestilização parcial chegava só em 1982, após 15 anos de produção.
Faróis, grade, lanternas e para-choques ganhavam ar mais contemporâneo,
sem abandonar o jeito conservador. O aspecto estava um tanto pesado, com
a grade proeminente e para-choques volumosos.
Continua
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