Subaru de estimação

Como um fiel animalzinho, o Rex representou por 20 anos a marca
japonesa no importante segmento de carros econômicos

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação


A primeira geração contornava as pequenas dimensões com um estilo sólido; o motor teve de 360 a 550 cm3 e havia embreagem automática

Divisão de automóveis do conglomerado japonês Fuji Heavy Industries (FHI), a Subaru foi estabelecida em 1953 e lançou seu primeiro carro no ano seguinte. Quatro anos mais tarde a empresa, aproveitando os benefícios fiscais do governo do país, ingressava no segmento de modelos compactos com motores de 360 cm³, conhecidos como kei jidosha ou carros K. O Subaru 360, com dois cilindros paralelos e três metros de comprimento, foi produzido de 1958 a 1971.

Um modelo com desenho atualizado e a mesma mecânica, o R-2, era lançado em 1969. Teve vida breve, apenas três anos, pois o segmento estava em franca renovação com a chegada de novidades como Honda Life, Daihatsu Fellow Max e Suzuki Fronte, elevando o nível de exigência dos japoneses mesmo nesse segmento mais acessível do mercado. O R-2 acabou servindo apenas de paliativo até que a Subaru tivesse pronto um sucessor à altura para o que o 360 representara: o Rex (rei em latim), apresentado em julho de 1971.

Compacto como os antecessores, ele media 2,99 m de comprimento, 1,29 m de largura, 1,25 m de altura e 1,92 m de distância entre eixos e pesava apenas 500 kg — a lei japonesa estabelecia limites de tamanho, além da cilindrada, para que os carros K tivessem direito aos benefícios. Em busca de uma aparência sólida, robusta, a Subaru optou por um desenho relativamente anguloso, com laterais bem altas, janelas pequenas, colunas traseiras largas e diversos vincos na carroceria. A frente, com os faróis circulares deixando as laterais do capô mais altas que o centro, dava um ar invocado e as maçanetas das duas portas vinham embutidas, em um curioso cuidado aerodinâmico — a solução teria de ser abandonada, porém, na versão de quatro portas. Os retrovisores montados no capô eram obrigatórios no Japão na época (ainda o são para utilitários).

Como o R-2, o Rex usava motor e tração traseiros. A unidade de dois cilindros paralelos a dois tempos era refrigerada a água — em vez da arrefecida a ar dos antecessores —, com 356 cm³ e carburador único, e obtinha a potência de 32 cv e o torque de 3,8 m.kgf, apenas razoáveis para a proposta de modelo urbano, simples e econômico. Versões posteriores aumentaram um pouco seu rendimento para 35 cv (na TS) e 37 cv (na GSR). A suspensão era independente nas quatro rodas, com barras de torção como elemento elástico tanto à frente quanto atrás, e os freios usavam tambores. A caixa de câmbio era manual de quatro marchas.

Melhor desempenho vinha no modelo 1973 com o motor EK21, agora de quatro tempos para reduzir as emissões poluentes e atender às normas japonesas a respeito. Com 358 cm³ e comando de válvulas no cabeçote, mantinha o desempenho modesto. Depois da chegada da carroceria de quatro portas, em março de 1973, os freios dianteiros trocavam os tambores por discos no modelo 1974 e o câmbio ganhava a quinta marcha meses mais tarde.

Estreava também a versão Van (furgão) de dois lugares, seguida pela de quatro lugares em 1975. Nessas variações a tampa traseira era ampla para fácil acesso da carga, enquanto no modelo convencional só o vidro se erguia. Como aspecto curioso, no Van o acesso ao motor para manutenção fazia-se pelo rebatimento do para-choque traseiro. No ano seguinte, autorizada pelas novas regras para os carros K, a Subaru adotava o motor EK22 de 490 cm³, que teve curta duração: já em 1977 vinha o EK23, de 544 cm³, com ainda modestos 31 cv e 4,2 m.kgf. Em março de 1980 aparecia a opção de acionamento automático da embreagem para maior conforto em tráfego congestionado. Continua

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Data de publicação: 3/8/10

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