A geração de 1988 ganhou estilo
mais harmonioso, maiores dimensões e motores de 2,0 e 2,4 litros;
note-se o recurso da pintura em dois tons
Remodelada como Prairie Joy, ela
ficou mais imponente para atender a pedidos; a versão elétrica (EV) da
foto já usava baterias de íon de lítio
Na terceira geração a minivan
cresceu ainda mais e adotou a opção de caixa CVT, mas o nome Prairie era
abolido em 2001 em favor de LIberty |
Para-choques envolventes, em algumas versões associados a molduras
laterais no mesmo tom preto, eram adotados em janeiro de 1985. Havia
também grade e lanternas traseiras novas, mudanças internas e alteração
na quinta porta, que já não levava consigo parte do para-choque — o que
trouxe maiores rigidez estrutural e segurança em impactos por trás, ao
custo de acesso menos conveniente à bagagem. Em setembro seguinte vinha
um motor de 2,0 litros para a versão com tração integral. De 1986 em
diante ela foi vendida também nos Estados Unidos, onde se chamava Stanza
Wagon, e no Canadá, com o nome Multi.
Na segunda geração (M11), lançada em setembro de 1988 no Japão, a Nissan
deixava a Prairie bem mais atraente. Seguindo as várias minivans (em
geral de maior porte) lançadas depois dela nos principais mercados,
adotava uma linha quase reta para capô e para-brisa, o que elevava a
linha de base das janelas e trazia melhor proporção entre vidros e chapa
nas laterais. Para ganhar em harmonia, era oferecida uma pintura em dois
tons com divisão pouco abaixo das maçanetas e o tom mais claro na parte
inferior — a sensação visual era de maior volume nessa região, enquanto
a parte de cima mais escura parecia mais compacta aos olhos. Embora as
portas corrediças fossem mantidas, a fábrica optou por usar coluna
central para obter uma estrutura mais rígida, tanto pela proteção dos
ocupantes em colisões quanto pelo comportamento dinâmico — havia queixas
de que a carroceria anterior se "torcia" muito em curvas rápidas, o que
prejudicava a estabilidade.
A minivan vinha um pouco maior que antes em todas as dimensões, com 4,37
m de comprimento,1,69 m de largura, 1,64 m de altura e 2,61 m entre os
eixos, e pesava bem mais, 1.320 kg. Como na anterior, havia escolha
entre tração dianteira e integral (com repartição variável de torque
entre os eixos conforme a aderência disponível) e entre câmbio manual e
automático (este com quatro marchas), mas os motores haviam crescido. De
início foi empregado o da série CA de 2,0 litros e duas válvulas por
cilindro, com injeção, que fornecia 115 cv e 14,9 m.kgf. Nos mercados
dos EUA e do Canadá, onde se chamava Axxess e começou a ser vendida em
1990, a minivan contava com a unidade KA de quatro cilindros e 2,4
litros, também injetada, com três válvulas por cilindro, 140 cv e 21
m.kgf, que trazia desempenho bem superior. Esse motor foi oferecido aos
japoneses nas versões 240G de cinco e sete lugares.
Sua carreira durou seis anos no Canadá, onde a tração integral era muito
apreciada nas regiões de frio intenso, mas nos EUA ela logo deixou o
mercado — foi substituída em 1993 pela Quest, de maior porte e fabricada
em uma associação com a Ford, que vendia o modelo como Mercury Villager.
Também na Europa a Prairie deu lugar a uma minivan mais ampla, a Serena,
lançada em 1991. No Japão, a Nissan percebeu que muitos compradores não
haviam aprovado as linhas mais suaves da frente dessa geração e a levou
de volta à prancheta. Em agosto de 1995 era apresentada a Prairie Joy,
com seção dianteira mais retilínea e imponente — lembrando mais a
primeira geração — e traseira alongada para aumentar o espaço a
passageiros e bagagem. Nela estreava o motor SR de 2,0 litros, duplo
comando e 16 válvulas, com 140 cv e 19 m.kgf; bolsas infláveis frontais
tornavam-se itens de série, o que aconteceria dois anos mais tarde com
os freios dotados de sistema antitravamento (ABS). A divisão esportiva
Autech oferecia um pacote aerodinâmico que foi bastante popular entre os
japoneses.
A Prairie serviu como plataforma para um projeto de veículo elétrico,
tema em que a Nissan trabalha há muitos anos. A versão EV (Electric
Vehicle) de 1997 já adotava baterias desenvolvidas pela Sony com a
tecnologia de íon de lítio — comum, por exemplo, em computadores
portáteis, mas um tanto rara em automóveis na época. Em novembro do ano
seguinte aparecia a terceira geração (código M12) com o nome Prairie
Liberty no próprio mercado japonês, agora seu foco de vendas. Ela
continuava a crescer e perdia o jeito compacto: 4,57 m de comprimento,
1,69 m de largura e de altura, 2,69 m entre eixos, peso de 1.630 kg.
Capô proeminente com ângulo discreto para o para-brisa, linhas
convencionais e portas corrediças continuavam seus elementos de projeto,
mas a área envidraçada estava menor, uma tendência da época. A segurança
ganhava espaço com a opção de bolsas infláveis laterais e do tipo
cortina.
Além do motor de 2,0 litros e 140 cv já conhecido, estava disponível uma
versão turbo da mesma série SR com 230 cv e 28 m.kgf, associada a tração
nas quatro rodas, que oferecia desempenho surpreendente para uma
minivan. Mais tarde o SR cedeu espaço ao mais moderno QR de igual
cilindrada com 147 cv e 20,4 m.kgf. O câmbio era sempre automático, de
quatro marchas nas versões com tração integral e de
variação contínua (CVT) para carros de
tração dianteira. Portas corrediças com acionamento elétrico e um
mecanismo voltado a portadores de deficiência física eram oferecidos em
2001: a quinta porta levantava-se por mecanismo elétrico e uma
plataforma para colocar a cadeira de rodas movia-se para fora. Também
nesse ano vinham grade e para-choques modificados e o nome Prairie
desaparecia do modelo, agora chamado apenas de Liberty — curiosamente, o
mesmo batismo escolhido pela Chrysler para o Jeep Cherokee de nova
geração quando vendido nos EUA.
Uma edição comemorativa dos 70 anos da marca (a G 70) era apresentada em
2003, com ajuste elétrico dos bancos e outros refinamentos, e um ano
depois aparecia a série especial L, com bancos especiais e faróis com
lâmpadas de xenônio. Com o lançamento da
Nissan Lafesta, em dezembro de 2004, a pioneira entre as minivans
abandonava o mercado.
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