O cupê 330 GTC e o conversível GTS: o motor de 4,0 litros em modelos esporte com linhas muito atraentes e suspensão traseira independente

Evolução do 250 GTO, o 330 LMB feito para Le Mans superou 300 km/h

Com 300 cv a 6.000 rpm, o motor de 4,0 litros era capaz de levar seus 1.380 kg de 0 a 100 km/h em 7,2 segundos e atingir velocidade máxima de 224 km/h. As suspensões mantinham os esquemas de braços sobrepostos à frente e eixo rígido atrás, ambas com molas helicoidais, mas recebiam amortecedores ajustáveis Koni. Os freios a disco nas quatro rodas tinham circuito separado para frente e traseira com cilindros-mestres, servos e até reservatórios independentes.

Itens de conforto bem-vindos em um esportivo de luxo, como ar-condicionado e direção assistida, apareciam como opção na linha 1965 do GT, que também trocava os quatro faróis por apenas dois, ganhava rodas de liga leve (as raiadas Borrani tornavam-se opcionais), pedais suspensos e câmbio de cinco marchas — antes com quatro e sistema overdrive. Com 628 unidades da primeira série e 460 da segunda, o modelo somou 1.088 carros até 1967, quando deu espaço ao 365 GT 2+2.

Antes disso, no Salão de Genebra de março de 1966, estreava mais um Ferrari 330: o cupê de dois lugares GTC, seguido em setembro (no evento de Paris) por seu equivalente a céu aberto, o conversível GTS. Pinin Farina elaborou para eles carrocerias muito atraentes, com capô baixo, grade ovalada encaixada em meio aos dois semi-pára-choques dianteiros (o mesmo se via na traseira com a placa de licença no centro das duas peças), laterais com linhas fluidas, saídas de ar nos pára-lamas dianteiros e traseira baixa e arredondada. Como em todo carro da marca com motor à frente, o capô longo e a cabine recuada deixavam claro onde estava o "coração" do automóvel.

O GTC e o GTS combinavam o chassi da linha 275 de entreeixos curto (2,40 m), com suspensão traseira independente por braços sobrepostos, ao motor de 4,0 litros lançado no 330 GT 2+2 e a um câmbio de cinco marchas. Eram carros de comportamento muito ágil, com desempenho exuberante e melhores níveis de ruído e vibração que na série 275. Produzidos por dois anos, somaram 700 exemplares (sendo 600 do cupê) e deram lugar aos 365 GTC/4 e GTS.

Além destes modelos com volume de produção razoável — para um Ferrari, claro —, a casa de Maranello construiu algumas unidades dos 330 GTO e LMB. Derivados do 250 GTO, traziam o motor de 4,0 litros e um grande ressalto no capô para abrigá-lo, em vista do longo curso dos pistões que resultava em bloco mais alto. Com o anúncio de uma nova classe de protótipos para a 24 Horas de Le Mans de 1962, com cilindrada máxima de 4,0 litros, surgiu a idéia de adaptar o motor Colombo do 400 Superamerica ao GTO. Dotado de lubrificação a cárter seco, cabeçotes retrabalhados e seis carburadores Weber, entregava 400 cv a 7.500 rpm às rodas traseiras do 330 GTO, que teve apenas quatro unidades feitos.

No ano seguinte, o mesmo V12 foi aplicado a quatro outros carros com desenho inédito, que combinava o aspecto frontal do GTO a uma traseira mais sóbria, lembrando a do 250 GT Lusso. Também obra de Pinin Farina, o 330 LMB (Le Mans Berlinetta, ou cupê) foi o primeiro carro a superar a barreira dos 300 km/h num teste para a prova francesa. Com entreeixos de 2,50 m, pesava apenas 950 kg, tinha freios a disco nas quatro rodas e suspensão traseira de eixo rígido com feixes de molas semi-elíticas.

Cada modelo da série 330 da Ferrari seguiu um propósito distinto, mas todos tiveram em comum — além do número em seu nome, é claro — o carisma da marca do cavalo empinado, que persiste intocado décadas depois.

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