O Mark IV chegava em 1966 com linhas retas e imponentes; a perua com farto espaço interno foi feita pela empresa Abbotts of Farnham

Teto solar, câmbio automático de série e interior luxuoso vinham na versão Executive; a suspensão traseira usava braço semi-arrastado

O interessante Zodiac policial: tração integral e freios antitravamento

A suspensão dianteira era independente pelo sistema McPherson (em que o Consul original de 1950 foi pioneiro), com molas helicoidais, e atrás usava eixo rígido e feixe de molas semi-elípticas. Era um carro estável para a proposta, com pneus 6,70-13 de construção diagonal, e seus freios dianteiros eram a disco — atrás usava tambores — com servo-freio.

Em março de 1966 era apresentado o novo modelo da linha Zephyr/Zodiac, o Mark IV. Toda redesenhada, a carroceria estava moderna e muito bonita, com três volumes distintos, quatro portas e linhas retas — à exceção da coluna traseira, cuja inclinação dava a impressão de uma traseira menor. E o porta-malas era ótimo, acomodando muita bagagem, pois o estepe se alojava na frente do motor, como no Citroën ID/DS.

Na frente o Zephyr tinha dois faróis circulares e no Zodiac eram quatro. A grade cromada tinha frisos horizontais e os pára-choques cromados contavam com protetores. Abaixo deles havia uma entrada de ar de bom tamanho para o motor. Atrás, as lanternas eram horizontais com frisos finos cromados que criavam um conjunto harmônico. O novo Ford era o modelo topo-de-linha da produção inglesa e o maior carro daquela unidade. Media 4,71 m, 1,81 m de largura, 1,43 m de altura e pesava 1.310 kg. Prezando a segurança, a parte dianteira da carroceria tinha deformação progressiva em caso de colisão.

Por dentro, os bancos com revestimento nobre mais pareciam poltronas e eram muito confortáveis. O painel completo contava com oito mostradores e o volante de dois raios vinha com regulagem de altura. O acabamento especial Executive era equipado com faróis auxiliares de longo alcance, caixa automática de três marchas, bancos de couro, carpete especial e teto solar. Este Ford visava a tomar mercado de automóveis mais caros, como o inglês Rover, o italiano Alfas Romeo, o francês Citroën DS e os alemães BMW e Mercedes-Benz. A mesma empresa baseada em Surrey, que fazia a versão perua da versão anterior, continuava nesta nova em pequena escala.

A unidade motriz da série anterior já estava com 15 anos de bons serviços prestados. Foram então adotados motores com quatro ou seis cilindros em “V” com ângulo de 60 graus. O de quatro cilindros tinha 1.994 cm³ e desenvolvia 93 cv. Já tinha sido usada no Ford Corsair GT. O seis-cilindros básico, que equipava o Zephyr, tinha 2.494 cm³ e 119 cv. O outro V6, denominado Ford Essex e que equipava exclusivamente o Zodiac, tinha 2.994 cm³ e 144 cv. Ainda com comando no bloco, usava carburador Weber de corpo duplo.

Sua aceleração de 0 a 100 km/h era feita em 11,5 segundos e a velocidade chegava a 165 km/h. O câmbio de quatro marchas agora tinha alavanca no assoalho e, como antes, o carro podia ser equipado com caixa automática. A tração continuava traseira. A suspensão passava a ser independente nas quatro rodas, com molas helicoidais. Conservava o esquema McPherson na frente e adotava o eficiente conceito de braço semi-arrastado na traseira, o mesmo usado pela BMW na época. Aumentando a segurança, nesta versão mais potente os quatro freios eram a disco. As rodas podiam ser de 13 ou 14 pol e contavam com pneus radiais. O carro estava devidamente atualizado em termos de comportamento dinâmico.

Uma versão muito interessante, lançada em 1968, foi oferecida para testes à polícia londrina e limitada a 22 unidades. Tinha tração nas quatro rodas, com tecnologia fornecida pelo Centro de Pesquisa da Harry Ferguson, baseado no mesmo sistema do esportivo Jensen FF. Também era provido de sistema de freios com antitravamento (ABS) Maxaret desenvolvido pela Dunlop, que equipou o mesmo modelo. Toda a suspensão foi alterada para receber o novo conjunto. O carro teve ótima aceitação e era muito eficaz no inverno britânico, mas os custos das alterações eram muito altos e não alcançou uma produção maior.

O Ford Zodiac encerrou sua carreira em 1972 com produção de 102 mil unidades, parte delas exportada a outros países com circulação à esquerda, como Austrália e Nova Zelândia. A carroceria sofria sérios problemas de corrosão e o motor era muito problemático. Aperfeiçoado, ainda usado por muito tempo nos Fords ingleses como o cupê Capri e os sedãs Consul e Granada.

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