Fazer a América

A expressão comum entre imigrantes aplica-se também
ao 410 Superamerica, um Ferrari pensado para os EUA

Texto: Francis Castaings - Fotos: ferraris-online.com

A imigração nos Estados Unidos por asiáticos, europeus, árabes e latino-americanos foi grande no fim do século XIX e também no decorrer do século XX. E era muito comum a expressão “fazer a América”, ou seja, prosperar num país cheio de oportunidades para todas as raças.

A empresa de automóveis esportivos Ferrari foi fundada em Maranello, Modena, em 1946 por Enzo Ferrari, nascido em 1898. Na época sua atividade estava voltada às pistas e seu primeiro modelo, já com o emblema do cavalo empinado, foi o 125 S, com motor V12 de apenas 1,5 litro de cilindrada. Desde 1947 construiu carros com motores de quatro, seis, oito e 12 cilindros, sendo esta última configuração quase uma marca registrada da empresa.

Nos modelos 1955 (ao lado) e 1957 (acima), a mesma elegância: formas suaves, aerodinâmicas e que transmitem a sensação de grande desempenho

Seu primeiro modelo civil foi o 166, concebido pela Carrozzeria Torino em 1948. Também foi “vestido” por Vignale, Bertone e Allemano. Logo depois veio o 212, que igualmente contou com diversas versões, uma delas a Export e outra a Inter, visando a um mercado externo diferenciado — o daqueles que desejavam um esportivo mais luxuoso. Para esse público foi lançado em 1954 o 375 MM, que teve carrocerias especiais, como a concebida por Sergio Scaglietti para clientes como o Rei Leopoldo III e a bela atriz Ingrid Bergman, um presente do marido Roberto Rosselini. Mas até estes modelos guardavam a origem esportiva na direção e nos pedais pesados e no acabamento interno espartano.

Um modelo realmente de luxo e com potência excepcional estava para ser apresentado: o Ferrari 410 Superamerica, sucessor do 375 America, revelado no Salão de Bruxelas, na Bélgica em 1955. A experiência com o modelo 410 de competição, vencedor em provas importantes no continente europeu, foi aproveitada. Apenas 16 modelos foram produzidos naquele ano por Pinin Farina — à época grafado assim, em separado. Nos dois anos seguintes foram mais cinco, sendo os desta série os mais bonitos e que colocaram a empresa italiana na fama mundial. Em 1958 outros 12, já com carroceria ligeiramente diferente, chegaram às mãos de privilegiados.

O interior de 1955, bastante luxuoso para os padrões da Ferrari na época, e o
motor V12 de 5,0 litros, que com seis carburadores fornecia potência de 405 cv

O modelo de 1957 exibia linhas arredondadas e aerodinâmicas. Tinha faróis circulares com aros cromados e grade oblonga, com frisos horizontais e verticais pretos, na qual estavam inseridos faróis circulares auxiliares. No meio, o emblema da empresa em metal cromado. Uma longa entrada de ar sobre o longo capô era destaque. Visto de lado, o cupê tinha cromados em torno dos vidros e na entrada de ar lateral. Junto a esta havia a assinatura Pinin Farina nos pára-lamas dianteiros. Os pára-choques eram cromados e atrás exibia quatro escapamentos, que anunciavam a grande potência do propulsor. Além das lanternas verticais, tinha dois acessórios raros na época para um esportivo: luzes de ré e limpador no vidro traseiro. Completando a sofisticação, retrovisores cônicos cromados e rodas raiadas com fixação por cubo rápido. Continua

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Data de publicação: 20/5/08

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