O caçula dos felinos

Menor quatro-portas europeu da época, o Peugeot
104 provou que pequenos podem ter refinamento

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

A Europa da década de 1960 já estava habituada a carros pequenos, fáceis de estacionar e econômicos. A maioria das capitais é secular e até hoje, em várias grandes cidades do continente, existem ruas muito antigas e estreitas, ideais para automóveis compactos. No final daquele período, o menor carro da Peugeot Automobiles era o sedã 204. Figuravam ainda na gama o valente 404 e o amplo 504, mas lhe faltava um produto moderno para competir no próspero mercado de carros urbanos.

A Inglaterra era representada pelo Mini e outros modelos Morris com menos de quatro metros de comprimento. Na Itália a Fiat tinha público cativo, que apreciava carros como o 500 e o 600. Na Alemanha a Volkswagen (com o "besouro") e a Opel com o Kadett também tinham sua fatia do bolo. Na França o Citroën 2CV, apesar de antigo, era um sucesso; a Simca tinha o modelo 1000, e a Renault, o R4 e o sedã R8. Faltava a fábrica de Sochaux entrar na disputa.

Com versões de duas e de quatro portas (esta com maior comprimento), o 104 agradou por oferecer linhas harmoniosas e mecânica moderna em uma carroceria compacta

Em 1966 as concorrentes Renault e Peugeot se associaram para desenvolver um novo projeto. Coube à empresa do leão conceber um motor de pequena cilindrada e à Renault um propulsor de 2,0 litros. O projeto M121 daria origem ao Peugeot 104 e ao Renault 14. No Salão de Paris em outubro de 1972 era lançado o menor carro de quatro portas do mercado europeu. O pequeno 104, desenhado por Paolo Martin, tinha dois volumes, estrutura monobloco e apenas 3,52 metros de comprimento.

Seu aspecto era moderno e muito simpático. Na frente tinha faróis ligeiramente trapezoidais e grade preta com frisos verticais. Visto de lado era simples, com linhas harmoniosas e ampla área de vidros. Sua largura era de 1,52 metros, altura de 1,40 m e entreeixos de 2,42 m. Pesava apenas 760 kg. Por dentro era confortável para quatro adultos e seu painel tinha só o necessário. Era bastante simples e deixava a desejar a quem fosse mais exigente.

Simples no desenho e nos materiais, o interior era prático e razoavelmente espaçoso; este é o de uma versão esportiva

O bloco do motor e o cabeçote eram de alumínio. Tinha quatro cilindros em linha em posição transversal, inclinado 72° em direção à parte traseira para permitir um capô mais baixo. Refrigerado a água, com 954 cm³ de cilindrada e comando de válvulas no cabeçote, era alimentado por um carburador de corpo simples e desenvolvia potência de 46 cv e o torque tímido de 6,9 m.kgf. Sua velocidade máxima de 135 km/h estava de acordo com sua classe. A tração era dianteira e a caixa tinha quatro marchas. O carrinho era relativamente ágil e muito econômico. Continua

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Data de publicação: 6/5/08

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