O começo da invasão coreana

O Pony e seu sucessor Excel traçaram, nos anos 70 e 80,
as primeiras linhas para o crescimento da Hyundai

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

A origem da Hyundai vem de 1946, quando Chung Ju-Yung abriu a Hyundai Auto Service em Seul, na Coréia do Sul. O nome da empresa significa moderno, no idioma local, e seu logotipo com um "H" estilizado simula um aperto de mão entre duas pessoas — a empresa e o consumidor. No ano seguinte era fundada a Hyundai Engineering and Construction Company e, 21 anos depois, surgia a divisão automobilística Hyundai Motor Company, que em 1968 estabelecia uma cooperação com a Ford para produção local dos sedãs Cortina e depois Granada.

Em meados da década de 1970, o governo sul-coreano lançava um incentivo à produção de automóveis nacionais a partir de 1975, desafio aceito por quatro companhias: Hyundai, Daewoo, Kia e SSangyong. A primeira fez numerosos contatos internacionais para fornecimento de tecnologia com empresas do Japão, Itália, Alemanha, Estados Unidos e Inglaterra. Ao fim das negociações, a Hyundai firmou parceria com a italiana ItalDesign de Giorgetto Giugiaro para o desenho da carroceria, com a japonesa Mitsubishi para fornecer motor, transmissão, suspensão e tecnologia de estampagem e com especialistas ingleses (entre eles George Turnbull, ex-presidente da British Leyland) para o desenvolvimento técnico. Conta-se que Turnbull levou à Coréia duas versões do Morris Marina, modelo britânico de pouco sucesso que teria inspirado o projeto do novo Hyundai.

Embora não se pareça com o modelo de produção, o conceito Pony Coupé destacou a parceria entre Giugiaro, os coreanos e os japoneses da Mitsubishi

Para criar expectativa pelo que viria, Giugiaro revelava no Salão de Turim de 1974 o carro-conceito Hyundai Pony Coupé, com linhas angulosas e esportivas, grande área envidraçada e um pequeno motor Mitsubishi de quatro cilindros, 1,2 litro e 82 cv com tração traseira. Enquanto isso, a Hyundai corria para lançar seu primeiro automóvel próprio e o pioneiro entre os coreanos: o Pony, apresentado em dezembro de 1975.

Embora não houvesse semelhança de estilo com o cupê conceitual, isso não diminui a relevância desse modelo para a indústria local. O Pony de produção era um sedã de dois volumes e quatro portas, mesma configuração do Volkswagen Passat lançado na Alemanha dois anos antes. Como habitual nos desenhos de Giugiaro, as linhas eram simples e funcionais, com amplos vidros, predomínio de retas e bom aproveitamento de espaço. A frente com quatro faróis circulares dava certa esportividade. A versão mais luxuosa vinha com calotas integrais e teto revestido de vinil.

Nesta versão básica ou na de luxo (no alto), o Pony combinava linhas simples e funcionais a uma mecânica tradicional, de tração traseira

O Pony era um carro compacto com seus 4,03 metros de comprimento, 1,56 m de largura, 2,34 m de distância entre eixos e peso de 880 a 910 kg. E não demorou a ganhar novos mercados: em 1977 já era exportado para o Equador e outros países da América Latina; pouco depois chegava à Bélgica e Holanda. A família logo cresceu com as opções de picape leve ainda em 1976, perua de cinco portas em 1977 e hatch de três portas — com o mesmo desenho do quatro-portas e grande porta traseira, a exemplo do Passat da época — em 1980. Continua

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Data de publicação: 1/4/08

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