O americano dos pampas

Parentes dos brasileiros, os modelos Coronado e Polara
da Dodge argentina tiveram mais opções de motores

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

A indústria de automóveis na Argentina começou pouco tempo antes da brasileira, mas tem muitas similaridades com a nossa. Começaram fabricando o Jeep e sua derivação Estancieira, que era Rural aqui. Pouco tempo depois lançaram um carro de grandes proporções, o Kaiser Carabela. Na mesma época estreava nossos primeiros automóveis grandes, o Simca Chambord e o Aero-Willys. Em 1960 eles fabricavam o Kaiser Bergantin, cópia do Alfa Romeo 1900, e nós tínhamos o FNM 2000 JK, fabricado sob licença da Alfa e quase idêntico ao modelo 2000 italiano.

Pouco anos depois, na metade da década, nossos modelos envelhecidos cediam seus lugares para exemplares mais modernos, como o Ford Galaxie lançado em 1967, o Chevrolet Opala em 1968 e o Dodge Dart em 1970. Por lá estavam o Torino, uma derivação do Rambler Rogue; o Ford Fairlane e o Falcon, que fez uma bela história em terras portenhas por muito tempo. Outro que se destacava por lá era o Chevrolet Nova, numa versão de 1963 e outra mais recente e esportiva, a Chevy II lançada em 1967.

Sucessores do Valiant no país vizinho, os grandes sedãs chegaram ao mercado
em 1969 com motores de seis e oito cilindros -- este nosso conhecido 318

No princípio do século passado, Julio Fevre fundou, com o intuito de importar automóveis, a Julio Fevre y Cia. Em 1928 incorporava outra empresa, que importava veículos da Chrysler americana. Em 1932 iniciou a montagem de automóveis e caminhões Chrysler, Plymouth, Dodge e dos famosos e robustos caminhões Fargo. Os negócios foram bem-sucedidos nessa associação e, em 1959, era fundada a Chrysler Argentina. Um ano depois começava produzir o picape D-100 e o caminhão D-400.

Em 1962 era lançado o primeiro automóvel da Chrysler produzido na fábrica de San Justo: o Valiant V200, sedã de quatro portas e dimensões compactas de origem americana. Com o intuito de renovar uma linha já antiquada, nasciam em 1969 o Dodge Polara e o Dodge Coronado. Eram quase idênticos e se diferenciavam apenas em detalhes de acabamento e motorização. Esses sedãs de quatro portas e três volumes, modernos e muito bonitos, eram baseados no Polara americano, mas tinham ligeiras diferenças para o novo mercado.

Derivados do Polara americano, os argentinos tinham estilo próprio e muito elegante

O desenho não trazia nada de revolucionário, mas era mais atual que o de nosso Dart. Como o brasileiro, tinha porte avantajado: 5,01 metros de comprimento, 1,86 m de largura, 1,41 m de altura e 2,81 m de entreeixos. A propaganda anunciava o “começo de uma nova era”. Na frente, a grade envolvente era toda cromada com um friso horizontal mais grosso em destaque. Inseridos nela estavam faróis retangulares, então os únicos em um carro argentino. Os robustos pára-choques também eram cromados e podiam vir com faróis, também retangulares e embutidos, de longo alcance nos dianteiros e luzes de ré nos traseiros. Atrás, as lanternas eram verticais e retangulares. Continua

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Data de publicação: 18/3/08

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