Mais longo (3,78 m) e bastante baixo (1,22 m), o Spider gozava de linhas harmônicas e de boa estabilidade, o que logo agradou o público, a despeito do desempenho apenas regular do motor, suficiente para 140 km/h. Precisava de 18,2 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h, mas o baixo peso de 720 kg e o preço comedido para as linhas esportivas logo o levaram ao sucesso.

O Spider, ou conversível, foi desenhado e produzido por Bertone e esbanjava charme, embora não tivesse desempenho esportivo

Uma reestilização trouxe novidades para o 850 sedã em 1967. Com o nome 850 Special, recebia ainda freios dianteiros a disco, rodas de 13 pol e o motor de 47 cv do cupê, além de melhorias no acabamento. Outra boa surpresa, desta vez para as famílias numerosas, era a Familiare. Evolução sobre a 600 Multipla, já utilizava o conceito de minivan compacta que seria explorado como novidade quatro décadas depois pela Renault Scénic.

Seu desenho apresentava soluções semelhantes às da Kombi, como o banco do motorista sobre o eixo dianteiro e as portas corrediças. Tinha espaço para sete pessoas... apertadas, mas sete. Media apenas 3,80 m de comprimento e era mais alta (1,66 m) do que larga (1,49 m). O peso ficava em 900 kg e, com grande área frontal, não passava de 100 km/h. Naquela época a linha 850 podia receber embreagem automática para o câmbio de quatro marchas.

A preparadora Abarth deixou os 850 mais rápidos, como este cupê OT 1300 de 1,3 litro, ou muito rápidos, caso das versões de mais de 150 cv

O pequeno da Fiat também ganhou a atenção da preparadora Abarth. O 850 recebeu na versão OT 1000 um propulsor de 1,0 litro e 54 cv, que mais tarde passou a 74 cv no OTS, 84 no OTR e 90 no OTS. Houve também modelos de 1,6 e 2,0 litros bastante "bravos", o primeiro com 155 cv a 7.600 rpm e o outro com 204 cv a 7.200 rpm. A estrutura precisou ser reforçada para lidar com o peso e a potência adicionais, assim como a suspensão. Discos de freio chegaram às quatro rodas, que também tinham medidas maiores, e os pára-lamas cresceram para abrigá-las. Podiam alcançar 100 km/h em cerca de 7 s.
 
Com novo motor de 903 cm³, 52 cv e 6,6 m.kgf (que também chegaria à Familiare em 1970), os renomeados Sport Coupé e Sport Spider surgiam em março de 1968 e traziam pequenas alterações de estilo. Agora o conversível alcançava 145 km/h e levava pouco mais de 15 s no 0-100. Outras variações sobre o Spider eram a de teto de vinil e metal e a Berlinetta, um cupê com teto rígido removível. O Spider mais tarde viraria um cupê pelas mãos da Bertone, formando o 850 Racer, com volume reduzido de vendas.

A versão Sport Spider, evolução do conversível, foi vendida nos EUA -- como o sedã e o cupê -- com pára-choques e motores diferentes dos usados na Europa

Os 850 também chegaram aos Estados Unidos, terra de grandalhões com motor V8. O sedã usava um motor diferente, de 817 cm³, também oferecido no Spider e no Coupé, nestes casos com carburador de corpo duplo. Os cupês saíram de linha em 1971, seguidos pelo sedã no ano seguinte e pelo Spider em 1973. Foram fabricados quase 2,3 milhões de carros. A série 850 foi substituída pelo 127 que, anos mais tarde, daria origem a nosso 147. O sedã sobreviveu até 1974 sob a tutela da Seat espanhola, que então produzia modelos licenciados pela Fiat. Tinha quatro portas e estilo um pouco diferente dos italianos. Também foram montados, em regime CKD, entre 1967 e 1971 em Lovech, Bulgária. Lá recebiam a marca Pirin-Fiat.
 
Pequenos no tamanho, mas grandes no significado, os carros da série 850 continuaram a saga dos pequenos Fiats voltados a quem gostaria de ter um carro acessível e econômico. O tempo encarregou-se de trazer outros sucessos, mas sua fórmula sobrevive até hoje.

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