A última cartada

Famosa pelos motores de avião, a Salmson fez grandes
automóveis e chegou ao ápice com o cupê 2300 S

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Ao tempo da revolução industrial, no fim do século 19, empresários de setores diversos começaram a se interessar pela construção de automóveis. Queriam diversificar seus produtos. Em 1890, o francês Emile Salmson produzia bombas d'água para construção civil em geral e motores estacionários. Foi nessa época que dois inventores lhe propuseram entrar no ramo aeronáutico, então em fase inicial.

Antes e durante a Primeira Guerra Mundial, os motores aeronáuticos Salmson com sete cilindros em "estrela" fizeram muito sucesso, tornando a marca conhecida e respeitada, inclusive pela construção de aviões. Mas um ano antes do fim da guerra, em 1917, Emile Salmson faleceu. Sua empresa em Boulogne-Billancourt, nos arredores de Paris, começou a ser dirigida por acionistas que respeitavam muito alguns de seus funcionários: o diretor Jean Heinrich e os engenheiros Emile Petit e André Lombard.

Pioneira em motores de duplo comando, a Salmson apresentava em 1929 a linha S4, com cilindrada a partir de 1,3 litro; este cupê é de 1939

Heinrich queria diversificar a produção e possuía qualificação para isso. Logo se envolveu no ramo automobilístico criando um quadriciclo com motor de quatro cilindros em linha, 1,1 litro e potência de 18 cv, que chegava a 80 km/h e tinha agilidade pelo baixo peso, em torno de 350 kg. Nos primeiros cinco anos da década de 1920, seus automóveis evoluíram e fizeram sucesso nas pistas de Brooklands, Inglaterra; Le Mans, na França; e nas provas de Targa Florio, na Itália. Em 1926 a Salmson apresentava um motor com duplo comando de válvulas, o primeiro no mundo em produção em série, técnica que não abandonaria até o fim de sua produção.

Três anos depois exibia ao público uma série de sucesso: a S4. Eram carros robustos, estáveis e com carrocerias muito atraentes, dotados de motor de quatro cilindros e 1,3 litro. Podiam ser conversíveis, cupês ou sedãs de quatro portas e tinham acabamento muito bom. A gama de automóveis teve evoluções de motores e carrocerias pouco relevantes até pouco depois da Segunda Guerra. A Société des Moteurs Salmson ou SMS, como era conhecida, tinha clientes muito fiéis e rivalizava com marcas afamadas como Bugatti, Talbot, Delahaye, Delage e Hotchkiss, mas estava ávida por novidades.

De início um sedã, depois também cupê e conversível, o modelo G72 ou Randonnée foi uma proposta sofisticada que a empresa revelou em 1950

Em outubro de 1950 era produzido o último S4E, já com motor de 2,3 litros. Também nesse mês, no Salão de Paris, era apresentado um modelo sofisticado chamado G72, mais conhecido como Randonnée. A empresa já enfrentava problemas financeiros e tentava mais uma vez se reerguer no mercado. O Randonnée foi lançado de início como um elegante sedã de quatro portas, mas em 1951 ganhava a versão conversível, com argumentos de estilo muito convincentes, e também o cupê. Contudo, a cadência de produção dos modelos, caros e sofisticados, era baixa e as vendas não decolavam. Continua

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Data de publicação: 30/10/07

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