A exemplo do que o FJ representou para o FX — uma leve alteração de estilo no meio de uma geração, para aquecer as vendas —, o FE dava lugar já em maio de 1958 ao FC, com ligeiras mudanças visuais. Trazia nova grade dianteira, pequenas aletas cromadas nos pára-lamas traseiros e pintura em duas cores na versão Special. O interior ganhava melhor acabamento, posição de dirigir mais confortável e arco parcial para comando de buzina (em vez do completo do FE), o que permitia melhor leitura dos instrumentos.

Enquanto a Ford lançava o concorrente Falcon, a Holden atualizava sua linha com o FB, dotado de pára-brisa envolvente, pára-lamas integrados e motor pouco mais potente

Desta vez, a perua e os utilitários eram lançados ao mesmo tempo que o sedã. Nenhum deles trazia alterações mecânicas, mas isso não afetou seu sucesso. O FX foi o carro-chefe da Holden em um grande momento da empresa, em que completava a produção de 500 mil automóveis (outubro de 1958) e alcançava mais de 50% de participação no mercado.

De 1960 em diante, porém, as coisas não seriam tão fáceis: a arqui-rival Ford começaria a produzir na Austrália em setembro o Falcon, seu primeiro produto local. Antecipando-se, a Holden lançava em janeiro a série FB, com carroceria toda nova. Embora longe dos exageros americanos que atingiram seu auge em 1959, o desenho estava mais chamativo, com aletas destacadas nos pára-lamas traseiros, capô mais longo e plano, pára-brisa bastante envolvente, área envidraçada 30% maior, grade dianteira de um lado a outro e maior área das laterais em cor contrastante, no caso de pintura em dois tons.

Quase igual na aparência, a série EK de 1961 trazia uma grande novidade: a opção de caixa automática Hydramatic, a primeira na GM australiana

O comprimento aumentava em 14 centímetros e a altura diminuía em 3 cm, enquanto largura e entreeixos não mudavam. O interior recebia novo painel e melhor ventilação, mas na mecânica as novidades eram escassas. O motor crescia pouco (para 2.262 cm³) e passava a fornecer 75 cv e 16,5 m.kgf, mas, como o peso estava maior, na faixa de 1.130 kg para o sedã, mal se percebia ganho em desempenho. À parte a recalibração da suspensão e dos freios, o restante da parte técnica era mantido.

Em maio de 1961 a denominação mudava para EK — mantendo a curiosa tradição de retroceder no alfabeto em vez de avançar —, mas isso não indicava grandes alterações. O desenho era o mesmo, apenas com detalhes como nova grade e a eliminação da seção lateral em cor diferente. O interior exibia outro acabamento e limpadores de pára-brisa elétricos, em vez dos antigos a vácuo.

O interior do EK: bancos inteiriços, alavanca de câmbio na coluna de direção e pequenas melhorias como limpador de pára-brisa elétrico

A grande atração era a oferta do primeiro câmbio automático na linha Holden: o Hydramatic de três marchas da GM americana, disponível só na versão Special. Sua facilidade de uso foi bem explorada na campanha publicitária, que incentivava as mulheres a dirigir e, claro, os homens a comprar um segundo carro para a esposa. De resto, a mecânica era igual à do FB.

Depois destas quatro séries em duas gerações, a Holden voltava a investir em uma ampla reformulação para enfrentar novos concorrentes, como o Falcon e o aguardado Valiant da Chrysler. O refresco à imagem da GM australiana viria em 1962 com o modelo EJ, a ser abordado em outra oportunidade.

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