O lado esportivo da Skoda

Sem grande potência, mas com visual e comportamento
interessantes, a marca checa fez os cupês 110, 120 e 130 R

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

A marca checa Skoda é hoje apenas um braço do grupo Volkswagen, com a tarefa de oferecer modelos mais acessíveis que usam grande parte da mecânica e da estrutura dos carros da empresa-mãe. Esse papel discreto em nossos dias levaria muitos a se surpreender, ao conhecer a história de automóveis próprios do centenário fabricante.

Foi em 1895 na cidade de Mladà Boleslav, situada na então Checoslováquia, que a Skoda surgiu como o fabricante de bicicletas Laurin & Klement. Quatro anos mais tarde vinha o primeiro motor e, em 1905, o automóvel modelo A. Com sua união à Skoda Pilsen — maior empresa do país, especializada em armas e material bélico — em 1925 é que surgiu o nome Skoda Auto, aplicado quatro anos depois ao modelo 422. Em 1934 o bem-sucedido Popular introduzia o transeixo.

O antecessor: em 1966 a linha 1000 MB ganhava a opção MBX, de duas portas, que ensaiava a oferta de um verdadeiro cupê na geração seguinte de Skodas

Reconstruída a fábrica depois da Segunda Guerra Mundial, a Skoda assumiu uma linha tradicional: o único fabricante de carros de passeio para a população checa produzia automóveis robustos e confiáveis, mas sem qualquer apelo esportivo, como o modelo 440 de 1954 e os Octavia e Felicia de 1959. Isso começaria a mudar na década seguinte. O lançamento do 1000 MB (sucessor do Octavia), em 1964, trouxe novos ares à empresa checa. O pequeno sedã de quatro portas e 4,1 metros de comprimento diferenciava-se dos anteriores pela colocação traseira do motor de quatro cilindros, 988 cm³ e potência de 43 cv.

No Salão de Genebra de 1966 a oferta era enriquecida com o 1000 MBX, semelhante ao MB na parte dianteira, mas com duas portas, vidro traseiro envolvente e aspecto mais jovial. No ano seguinte vinham os 1100 MB e MBX, com o motor ampliado para 1.107 cm³ e 52 cv. O MBX foi uma espécie de ensaio para o primeiro Skoda de aparência esportiva: o 110 R, cupê lançado em 1970 que ainda hoje é tido por muitos como seu modelo mais interessante.

Embora o motor de 1,1 litro e 52 cv tivesse desempenho modesto, o 1100 R agradava pelas linhas esportivas e pela técnica atual, com freios dianteiros a disco e pneus radiais

Em vez das linhas comportadas da série MB, chamavam a atenção a frente imponente, o perfil mais baixo e a traseira em forma fastback, tendência na época. Como o motor permanecia atrás, a cabine era avançada e não havia grade dianteira — apenas uma moldura ligando os dois faróis circulares. As tomadas de ar nos pára-lamas traseiros mostravam visual elaborado, enquanto as rodas esportivas seguiam o desenho Fuchs, imortalizado pelo Porsche 911 dos anos 60. O carro media 4,15 metros de comprimento, 1,62 m de largura, 1,34 m de altura e 2,40 m de distância entre eixos. O peso ficava em contidos 840 kg. Continua

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Data de publicação: 14/8/07

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