Sedã com alma esportiva

Famosa pelos roadsters, a Triumph fez o 2000/2500 para
competir entre os quatro-portas de bom desempenho

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

O mercado de sedãs em todo o mundo sempre foi muito interessante, tanto para as empresas que produzem quanto para os clientes. São automóveis bem vistos por todas as classes de compradores, sejam modelos simples ou de alto luxo. No começo dos anos 60, na Inglaterra, o segmento contava com Austin Cambridge e Westminster, Morris Oxford, Ford Zephyr e Zodiac, Humber Sceptre e Imperial, Jaguar Mark 2, S-Type e Mark X, Rover Mk II e os aristocráticos modelos Rolls-Royce como o Silver Cloud.

E outra empresa cuja especialidade era a fabricação de esportivos, como o roadster TR3, queria entrar nessa categoria: a Triumph de Coventry. Os estudos do novo carro começaram em 1957. Viria substituir o já envelhecido Vanguard Mark III. Tudo no carro seria novo, dos componentes mecânicos à carroceria. Os primeiros protótipos apontaram que o carro seria bem diferente dos padrões, mas felizmente as linhas iniciais não foram adotadas. A frente em cunha se baseava nos esportivos e a traseira imitava de modo grosseiro o discutível estilo do Ford Anglia lançado em 1959.

As colunas traseiras invertidas foram descartadas no modelo final, mas o 2000 ainda exibia personalidade ao ser lançado, com a frente que lembrava um bico de tubarão

A equipe que tocava o projeto era formada pelos engenheiros Harry Webster e Alick Dick. Entrava em cena outra vez o famoso desenhista Giovanni Michelotti para elaborar a carroceria do novo Triumph. Este homem já havia dado seu toque ao TR4. Em 1961 a Triumph era incorporada à Leyland Motor Corporation. Após vários esboços apresentados, a empresa aprovou as linhas desenhadas por Michelotti no ano seguinte.

Em outubro de 1963 o novo sedã Triumph 2000 era apresentado. Surpreendeu pelas linhas nada convencionais, que rompiam o costume na Inglaterra daqueles tempos de fazer produtos tradicionais. De frente parecia um tubarão com seu nariz saliente e quatro faróis circulares. Abaixo destes havia uma fina grade com frisos horizontais e luzes de direção. Visto de lado, seu melhor ângulo, era harmonioso e aerodinâmico. A área envidraçada era ótima. Chegava a ser intimidante, devido ao desenho da frente e à pequena entrada de ar sobre o capô. A carroceria monobloco tinha 4,64 metros de comprimento, largura de 1,65 m, altura de 1,42 m e entreeixos de 2,69 m. Pesava 1.100 kg.

Com um compacto seis-em-linha de 2,0 litros e 90 cv, o Triumph andava bem para seu tempo -- e tinha suspensões refinadas, a traseira com braços semi-arrastados

Por dentro o bom gosto predominava. Era discreto e elegante, com bancos dianteiros individuais reclináveis e o de trás que acomodava bem três passageiros. O revestimento usava tecido de qualidade e o acabamento era muito bom. O volante, cujo centro era emborrachado, tinha dois raios e desenho bonito. O painel trazia decoração imitando madeira e quatro mostradores, incluindo voltímetro. Unia discrição e um pouco de sofisticação. Continua

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Data de publicação: 10/7/07

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