O motor de seis cilindros em linha e 2.171 cm³ (132,5 pol³), com comando de válvulas no bloco e alimentação por um carburador de corpo duplo Stromberg, desenvolvia a potência de 60 cv a 3.800 rpm e o torque máximo de 13,8 m.kgf a 2.000 rpm. Ficaria conhecido como Gray Engine, motor cinza, por vir pintado nessa cor. O conjunto mecânico era simples: câmbio manual de três marchas (a primeira não sincronizada) com alavanca na coluna de direção, tração traseira, sistema elétrico de seis volts, freios a tambor. A suspensão dianteira, independente, usava braços sobrepostos e molas helicoidais; a traseira baseava-se num eixo rígido com molas semi-elíticas. Os pneus tinham a medida 5,50-15.

Manutenção simples e barata, suspensão macia e com boa altura do solo, baixo
consumo: vários atributos fizeram do FX o carro mais vendido da Austrália

Embora simples no estilo e na concepção mecânica, o 48-215 não demorou a conquistar os australianos: a demanda logo gerou fila de espera, até que a produção pudesse atendê-la, levando a empresa a veicular anúncios com o mote Holden owners give reasons why Holden is worth waiting for ("Proprietários de Holden dão motivos pelos quais vale a pena esperar pelo Holden"). Em 1950, com maior capacidade de fabricação, ele se tornava o carro mais vendido no país.

Havia bons motivos para isso: era robusto, de manutenção simples e barata, relativamente econômico (fazia cerca de 10 km/l de gasolina) e mais adequado às condições locais de uso que os concorrentes, o que incluía um rodar confortável, grande vão livre do solo e boa vedação contra poeira, essenciais nas precárias estradas da época. Tinha desempenho condizente, com velocidade máxima de 130 km/h, aceleração de 0 a 100 km/h em 20 segundos e a capacidade de viajar a cerca de 100 km/h sem esforço. E um preço acessível.

Grade dianteira, lanternas traseiras e a opção do acabamento Special eram novidades do FJ, lançado em 1953 como evolução do FX

Uma variação voltada ao uso rural e no trabalho era apresentada em 1951: o picape 50-2106 Coupe Utility, logo apelidado de Holden Ute. Era o início de uma longa tradição australiana, a de fazer utilitários com base em automóveis, algo que os americanos tiveram por pouco tempo (com o Ford Ranchero e o Chevrolet El Camino). Dois anos depois, em outubro, o FX era reestilizado para se tornar o FJ, com mudanças superficiais como na grade dianteira, que ganhava uma barra horizontal em destaque, e lanternas traseiras ao estilo torpedo. Os painéis de carroceria eram os mesmos.

Além dos sedãs normal e Business e do picape, já existentes no anterior, o novo carro trazia o sedã Special e o Panel Van (furgão), lançado dois meses depois. O Special trazia melhor acabamento interno, apoios de braço, acendedor de cigarros, pintura em dois tons (opcional) e pneus mais largos, 5,90-15. Na mecânica, uma melhoria do FJ eram os amortecedores telescópicos, na verdade adotados naquele ano pouco antes da alteração de modelo. Esse Holden serviria de inspiração, meio século mais tarde, para o carro-conceito de estilo nostálgico Efijy apresentado no Salão de Sydney de 2005.

Derivados dos automóveis, o picape Ute e o furgão Panel Van começavam naquele tempo sua carreira de sucesso em terras australianas

Em 1956, com o lançamento de uma carroceria toda nova na série FE — um carro maior, mais pesado e potente —, chegava ao fim a primeira geração do pioneiro entre os carros australianos, com um total de 290 mil unidades produzidas entre as duas séries. A Holden certamente colheu frutos dessa primazia por muitas décadas, seja pelo aspecto patriótico, seja por ter instaurado antes das demais marcas uma tradição de solidez e confiabilidade.

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade