Água no ar

Antes do Passat e do Golf, um VW de vida breve rompeu
as tradições e adotou a refrigeração líquida: o K 70

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

A alemã Volkswagen ficou mundialmente conhecida por seus modelos robustos, de preço acessível, e pelo simples e durável motor traseiro de quatro cilindros opostos refrigerado a ar. Praticamente todos os continentes aceitaram muito bem a chegada do VW Sedã, no final da década de 1940 e começo da seguinte. Baseada no sedã veio a Kombi, que também ganhou a simpatia do mundo inteiro. E em 1955 era iniciada a produção do esportivo Karmann-Ghia, cupê desenhado por estilistas da Ghia, o famoso estúdio italiano.

No princípio dos anos 60 faziam parte da linha também o cupê fastback 1600 TL, o três-volumes baseado neste e a perua Variant, da série designada pela empresa como Typ 3. Em meados da década a empresa já era a proprietária das marcas Audi e NSU. Mas seus produtos começavam a ficar obsoletos e estavam perdendo clientes, sobretudo na Europa. A concorrência reagia muito bem em quase todo o mundo. Empresas como Fiat, Renault, Peugeot e Opel avançavam.

Projetado pela NSU, o K 70 acabou se tornando um Volkswagen -- e foi o primeiro a contestar a arraigada concepção de motor traseiro refrigerado a ar surgida com o Sedã nos anos 30  

A NSU, baseada em Neckarsulm, produzia modelos interessantes e originais como o sedã Ro 80. Foi nessa empresa que começou o estudo para a produção de um motor refrigerado a água para equipar um novo modelo. Em outubro de 1970, no Salão de Paris, era lançado um produto revolucionário da unidade fabril de Salzgitter, que fica cerca de 40 quilômetros ao sul de Wolfsburg, sede da VW na Alemanha. Era para ser um produto da NSU, mais convencional que o Ro 80, mas acabou por chegar ao mercado como um VW.

Seu nome era uma sigla: K 70. Pronunciava-se ka siebzig. Chamava-se assim devido a K de Kolben, que quer dizer pistão (em vez do motor rotativo do Ro 80), e 70 pela potência em cv. Sua carroceria moderna tinha três volumes, quatro portas, linhas retas e ótima área envidraçada com colunas estreitas. Um estilo completamente novo para a marca. Se não tivesse o escudo da empresa na frente, ninguém imaginaria que fosse um carro da VW.

Com três volumes, linhas retas e amplos vidros, o K 70 não se parecia em nada com os modelos da VW na época, mas serviria de inspiração para futuros projetos como o Audi 80 e o Passat

Na dianteira tinha faróis retangulares e grade preta de plástico com frisos horizontais. No projeto original, obra do mesmo projetista do Ro 80, Claus Luthe, seriam quatro faróis circulares. De perfil era bonito e equilibrado. Levava com conforto cinco passageiros, pois o habitáculo era muito amplo. Por dentro o painel acompanhava a modernidade. Atrás do volante de três raios estavam conta-giros e velocímetro. Ele media 4,42 metros de comprimento, 1,69 m de largura, 1,45 m de altura e 2,69 m entre os eixos. Seu peso era de 1.050 kg. Continua

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Data de publicação: 3/4/07

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