Um Vauxhall feito para a elite

O médio Velox deu origem ao Cresta, que por 18 anos
representou a GM inglesa no segmento de prestígio

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Fabricante de automóveis desde 1903, a Vauxhall Motors Ltd. tornou-se parte do grupo General Motors em 1925. Antes que sua identidade se perdesse na década de 1970, quando passaria a produzir meras versões dos Opels alemães com volante à direita, a empresa britânica teve um longo período de modelos próprios, que atendiam a diferentes segmentos de mercado.

Após passar a Segunda Guerra Mundial produzindo o tanque militar Churchill, a Vauxhall retomou a fabricação dos automóveis 10-4, 12-4 e 14-6, lançados ainda nos anos 30. Os primeiros novos projetos depois do conflito chegavam às ruas em 1948 — os sedãs médios Wyvern e Velox. Com a mesma carroceria, diferenciavam-se pela mecânica: o primeiro mantinha o motor de quatro cilindros, 1,45 litro e 35 cv do modelo 12-4 do pré-guerra, enquanto o segundo adotava um novo seis-cilindros em linha de 2,3 litros e 55 cv.

Nos três anos iniciais o Cresta foi uma versão do Velox, com o mesmo motor de seis cilindros e 2,3 litros, associado a um acabamento superior e a mais itens de conforto

Anos mais tarde, o mercado estava mais receptivo a modelos de luxo, o que levou a Vauxhall a projetar uma versão superior do Velox. O Cresta E era lançado em 1954 com a mesma carroceria do sedã conhecido e o estilo típico de seu tempo: formas arredondadas, capô e porta-malas mais altos que os pára-lamas, faróis circulares acima da ampla grade. Media 4,37 metros de comprimento, 1,68 m de largura e 2,62 m de distância entre eixos e pesava 1.115 kg.

Também vinha do Velox o motor seis-em-linha de 2.262 cm³ com comando de válvulas no bloco, que nesta aplicação fornecia potência de 62 cv e torque de 15,8 m.kgf, o suficiente para velocidade máxima de 135 km/h. Usava câmbio manual de três marchas e tração traseira. As novidades estavam no conforto e no acabamento: revestimento dos bancos em couro, aquecimento interno, relógio, pintura em dois tons. O painel seguia um estilo simétrico, em que um ornamento circular diante do passageiro combinava com o velocímetro do lado oposto. Isso reduzia os custos para versões de exportação, pois o volante podia passar à esquerda com o uso do mesmo painel.

O mais lembrado dos Crestas: o PA, feito entre 1957 e 1962, com pára-brisa envolvente e aletas na traseira ao estilo americano

Essa fase durou pouco: já em 1957 aparecia a segunda geração, conhecida como PA, com carroceria própria e maiores dimensões (4,50 m, 1,73 m e 2,67 m, na ordem). O estilo seguia fielmente os padrões americanos da época, com pára-brisa e vidro traseiro bastante envolventes, aletas nos pára-lamas de trás e muitos adornos cromados. Havia nítida inspiração no Packard Caribbean de 1955. Disponível também como perua, o PA mantinha do anterior o motor de seis cilindros e 2,3 litros, o câmbio e a suspensão — independente à frente, com braços sobrepostos e molas helicoidais, e por eixo rígido atrás com feixes de molas semi-elíticas. Continua

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos - Envie por e-mail

Data de publicação: 13/3/07

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade