Não só de vodka

Quase desconhecidos mundo afora, os carros poloneses
FSO Warszawa também tiveram seus bons tempos

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Quando falamos ou lemos sobre a Polônia, país que faz fronteira com Alemanha, Ucrânia e República Checa, entre outros, lembramo-nos do saudoso Papa João Paulo II (Karol Wojtyla, seu verdadeiro nome), da deliciosa vodka Wyborowa ou do líder do sindicato Solidariedade dos anos 80, Lech Walesa. Mas lá também se fazem carros — e com nomes bem complicados para nossos ouvidos latinos.

A Warszawa Fabryka Somochodow Osobowych (FSO) foi fundada em 1946. O nome Warszawa significa Varsóvia, capital da Polônia. As instalações dedicavam-se a automóveis, ônibus e motocicletas. E um de seus modelos mais longevos e de destaque seria o sedã M20, o primeiro carro polonês depois da Segunda Guerra Mundial. Projetado a partir de um automóvel russo, o GAZ M-20 Pobjeda, seu desenho era da autoria de Andrey Lipgart. Foi lançado em novembro de 1951 com carroceria monobloco e um formato de sedã quatro-portas fastback, bem ao estilo da década anterior.

Capô alto e pontudo, pára-brisa bipartido e formas curvas denunciavam a idade do projeto do Warszawa, lançado em 1951

As linhas eram bastante curvas. Na frente, faróis circulares e grade oblonga. O capô em forma de triângulo era pontudo e, com o pára-brisa dividido, mostrava a idade já avançada do projeto. Nos primeiros cinco anos a fábrica utilizou grande número de componentes russos, até que em 1956 alcançou a nacionalização completa do carro. No ano seguinte o modelo fastback deixava de ser fabricado, mas a empresa mantinha sua linha geral nas novas versões.

A gama agora compunha-se de um sedã três-volumes, bem mais agradável aos olhos e que foi sempre o mais vendido; uma versão mais simples para os taxistas; uma perua de cinco portas; outra de três, denominada Combi, com acabamento rústico e destinada ao uso como ambulância; e um picape. A perua recebia bagageiro, tinha ótima capacidade de carga e amplo acesso ao compartimento. E, por mais esdrúxulo que seja, havia também uma versão com rodas de ferro para andar sobre trilhos!

Sedãs três-volumes e fastback, peruas e até um picape formavam a ampla família 201, todos com motor de 2,1 litros e 70 cv

Era uma linha completa para atender a vários usuários, sob a designação 201. As medidas das carrocerias não se alteravam muito conforme a versão. O sedã media 4,74 metros de comprimento, 1,69 m de largura, 1,56 m de altura e 2,70 m entre eixos e seu peso era de 1.360 kg.

Por dentro, o Warszawa era de uma simplicidade ímpar. Acomodava bem cinco passageiros, que não tinham luxo à disposição. À frente e atrás usavam-se bancos inteiriços e o volante de cor branca tinha dois raios. Interessante era o painel, todo em metal e rico em instrumentos, com destaque para um enorme velocímetro circular, à frente do motorista, e um relógio fazendo a simetria diante do passageiro. No centro do painel havia lugar para rádio e um alto-falante. Continua

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Data de publicação: 9/1/07

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