Um Ford entre os grandes

Por 12 anos o Granada representou a marca em um segmento
de prestígio, tanto na versão britânica quanto na alemã

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

A curiosa situação que ocorre hoje com o nome Fusion, usado pela Ford nos Estados Unidos em um sedã grande e na Europa em uma perua pequena (leia sobre muitos outros casos), aconteceu de modo ainda mais inusitado na década de 1970. Enquanto os americanos conheciam em 1975 o Ford Granada, os europeus já tinham havia três anos um modelo homônimo — também um sedã, mas bem diferente.

O Granada do Velho Mundo foi lançado no Salão de Genebra em março de 1972 pelos dois braços locais da Ford: era produzido em Colônia, na Alemanha, e em Dagenham, na Inglaterra. Antes independentes, as duas unidades vinham trabalhando em conjunto desde o final dos anos 60, tendo sido o Escort seu primeiro produto em parceria. No mercado inglês o novo carro substituía a série Zephyr/Zodiac, e no alemão, as versões 17M, 20M e 26M da linha Taunus. Seu nome vinha de uma cidade na Andaluzia, na Espanha.

O primeiro Granada, em 1972: linhas retas típicas da década, tração traseira e várias opções de motores, que variavam entre o modelo alemão e o inglês

O desenho era típico dos anos 70, em que as linhas curvas da década anterior davam lugar a traços retilíneos. Faróis retangulares ainda eram incomuns, mas se tornariam uma forte tendência nos anos seguintes. Equilibrado, o sedã tinha o porta-malas à mesma altura do capô e amplas janelas. A versão mais luxuosa recebia teto revestido de vinil e rodas mais elaboradas. Com 4,57 metros de comprimento e 2,77 m de distância entre eixos, pesava 1.260 kg na versão de topo.

A família passava pelos sedãs de duas e quatro portas, a perua Turnier de cinco e, apenas na Alemanha, um cupê fastback com desenho próprio, ao estilo "garrafa de Coca-Cola" (mais volumoso na região dos pára-lamas traseiros). Só ao adotar formas mais retilíneas, em 1974, é que o cupê chegaria ao mercado inglês. As versões mais simples eram vendidas com o nome Consul, para aproveitar a boa imagem conquistada pelo modelo anterior homônimo, mas em 1975 a linha era unificada como Granada.

De início com pára-lamas traseiros volumosos, o cupê da linha ganhava formas retilíneas em 1974, quando passou a ser vendido também no Reino Unido

No mesmo ano o sedã Ghia recebia grade dianteira com moldura cromada e faróis de neblina. O interior era bem-desenhado e dotado de certo requinte, com bancos dianteiros individuais reclináveis e painel completo, incluindo conta-giros, manômetro de óleo e amperímetro. Mas, se o estilo era compartilhado pelos Granadas de ambos os países, a mecânica recorria a motores diferentes em cada unidade da Ford.

O modelo inglês oferecia a linha "Essex" — apelido em alusão à cidade onde eram fabricados —, tanto o quatro-cilindros em linha de 2,0 litros quanto os V6 de 2,5 (120 cv) e 3,0 litros (138 cv). Robustos e pesados, os V6 equiparam numerosos modelos ingleses de pequenos fabricantes, como AC, Marcos, Reliant (Scimitar) e TVR. O mais potente também podia equipar o carro alemão, que trazia ainda o V4 do Taunus, de 1,7 litro e 74 cv, e o "Cologne" V6 (também apelidado pelo local de produção, Colônia) em três opções: 2,0 de 90 cv, 2,3 de 114 cv e 2,6-litros de 126 cv. Continua

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Data de publicação: 26/9/06

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