A resposta de Renzo a Enzo

O industrial Rivolta lançou o belo cupê esporte Iso Grifo para
enfrentar o poderio da Ferrari entre os modelos da classe

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

O século passado foi marcado por intrépidos homens na indústria automobilística internacional. Vários destacaram-se na Europa e, em particular, na Itália. No começo foram os membros da família Maserati e Nicola Romeo, pela marca Alfa Romeo. Na década de 1950 Enzo Ferrari já se tornara muito famoso. Um pouco depois Ferruccio Lamborghini dava seus primeiros passos. Ao mesmo tempo, um poderoso industrial italiano começava a ingressar no mundo dos grandes carros.

Tratava-se de Renzo Rivolta (leia história), que fez fortuna no ramo dos eletrodomésticos. Sua empresa situada em Bresso, na Itália, chamava-se Iso e foi quem desenvolveu o Isetta, carrinho urbano que foi fabricado sob licença na Alemanha pela BMW e no Brasil pela Romi. E buscou associar-se a um competente jovem engenheiro, o brilhante Giotto Bizzarrini. A idéia era construir um potente grã-turismo para rivalizar com o melhor que havia na época. A mecânica, a exemplo do que faziam a Facel francesa e a Jensen inglesa, seria de origem americana: o V8 da General Motors que equipava o Chevrolet Corvette.

O modelo de competição A3/C -- mais curto, arredondado e imponente -- acabaria se tornando o Bizzarrini 5300 depois que seu projetista se separasse de Rivolta

De uma só vez Rivolta lançaria dois modelos, semelhantes mas com objetivos diferentes: um para as competições, o outro para as ruas. Ambos seriam picantes. No Salão de Turim de 1963 apareciam o Iso Grifo A3/L (Lusso, luxo em italiano) e o modelo A3/C (Corsa, corrida). Os dois tinham carrocerias muito imponentes e esportivas, mas com diferenças marcantes até mesmo nas dimensões: o modelo de luxo tinha distância entre eixos de 2,70 metros, e o de corrida, apenas 2,45 m. Mesmo assim, a versão das pistas trazia o motor recuado em cerca de 40 cm, tornando-se central-dianteiro. As carrocerias eram obras da casa Bertone, precisamente das mãos de Giorgetto Giugiaro.

O A/3L era muito bem-acabado, enquanto o modelo de pista tinha carroceria em alumínio rebitada, mais baixa, aerodinâmica e intimidadora. Este era fabricado dentro das instalações da Prototipi Bizzarrini. Já o mais elegante era montado em Bresso. Não demorou muito e os dois homens acabaram se desentendendo e fazendo, em 1965, uma separação. Cada um fabricaria o seu para fins diferentes — e no futuro seriam concorrentes. O A/3C evoluiria para o Bizzarrini 5300, em versões Strada e Corsa.

O A3/L (ao lado e no alto) era o Grifo para a estrada, com linhas elegantes e acabamento refinado

O Iso Grifo de rua era um carro muito bonito, que não passava despercebido. Em seus 4,43 metros de comprimento esbanjava beleza. Como mandava a tradição, tinha capô longo e traseira curta, muito harmonioso. A grade dianteira era separada, formando dois retângulos com arestas arredondadas. Embutidos estavam quatro faróis circulares. Na divisão das grades, na parte inferior, ficava o emblema da empresa. Abaixo estava o fino pára-choque cromado. Continua

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Data de publicação: 15/8/06

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